Insurgência comunista em Sarauaque

Insurgência comunista em Sarauaque
Guerra Fria

Soldados armados vigiando um grupo de moradores chineses que estavam a tomar um banho comunal em 1965, para impedi-los de colaborar com as guerrilhas comunistas e para proteger a área de infiltrados indonésios.
Data c. Dezembro de 1962–3 de Novembro de 1990[1][2]
Local Sarauaque, Malásia
Desfecho
Beligerantes
Forças Anticomunistas:
 Reino Unido[5]

 Malásia[1]

Apoiado por:
 Austrália
 Brunei
 Nova Zelândia
 Estados Unidos


 Indonésia (depois de 1965)[1] (fronteira indo-malaia)
Forças comunistas:
Partido Comunista do Calimantã do Norte[6]
  • Força de Guerrilha Popular de Sarauque (FGPS)[7]
  • Exército Popular de Calimantã do Norte (EPKN)[7]

 Indonésia (1962–1965) (auxílio em tropas)[1]
Outro apoio:
Partido Popular de Brunei

  • Exército Nacional de Calimantã do Norte (ENKN)
Apoiado por:
 China[7]
 União Soviética
Comandantes
Walter Walker (1962–1965)
Tunku Abdul Rahman
Abdul Razak Hussein
Mahathir bin Mohamad
Stephen Kalong Ningkan (1963–1966)
Tawi Sli (1966–1970)
Abdul Rahman Ya'kub (1970–1981)
Abdul Taib Mahmud (1981–1990)
Brigadeiro Othman Ibrahim
Brigadeiro Ungku Nazaruddin
Suharto (a partir de 1965)
General Witono
Bong Kee Chok
Yang Chu Chung
Wen Ming Chyuan
Yap Choon Hau
Lam Wah Kwai
Ang Chu Ting
Wong Lieng Kui
Cheung Ah Wah
Sukarno (até 1965)

Insurgência comunista em Sarauaque[8] (Sarawak) ocorreu na Malásia entre 1962 a 1990, e envolveu o Partido Comunista do Calimantã do Norte (PCKN) e o governo malaio. Foi uma das duas insurgências comunistas que desafiaram a ex-colônia britânica da Malásia durante a Guerra Fria. Tal como aconteceu anteriormente com a Emergência Malaia (1948-1960), os insurgentes comunistas de Sarauaque eram predominantemente de etnia chinesa, que se opunham ao domínio britânico sobre Sarauaque e mais tarde se opuseram à fusão do estado na recém-criada Federação da Malásia. [2] A insurgência comunista em Sarauaque foi desencadeada pela Revolta de Brunei de 1962, que foi instigada pelos esquerdistas do Partido Popular de Brunei em oposição a proposta de formação da Malásia. [7]

Os insurgentes comunistas de Sarauaque também seriam apoiados pela Indonésia até 1965, quando o presidente pró-ocidental Suharto assumiu o poder e terminou o confronto com a Malásia. Durante esse período, foram criadas duas principais formações militares do Partido Comunista de Calimantã do Norte: a Força de Guerrilha Popular de Sarauaque ou Pasukan Gerilya Rakyat Sarawak (PGRS) e o Exército Popular de Calimantã do Norte ou Pasukan Rakyat Kalimantan Utara (PARAKU).[7] Após o fim do confronto, as forças militares indonésias iriam cooperar com os malaios em operações de contra-insurgência contra seus antigos aliados. [1][5]

O Partido Comunista de Calimantã do Norte foi formalmente criado em março de 1970 através da fusão de diversos grupos comunistas e esquerdistas em Sarauaque incluindo a Liga de Libertação de Sarauaque (LLS), a Associação Avançada dos Jovens de Sarauaque e Exército Popular do Calimantã do Norte. [7] Em resposta à insurgência comunista em Sarauaque, o governo federal malaio criou várias "áreas controladas" ao longo da estrada Kuching-Serian pela Primeira e Terceira Divisões de Sarauaque em 1965. Além disso, o ministro-chefe de Sarauaque Abdul Rahman Ya'kub também conseguiu convencer muitos dos insurgentes do PCKN a entrar em negociações de paz e depor as armas entre 1973 e 1974. Na sequência das conversações de paz bem sucedidas entre o governo malaio e o Partido Comunista da Malásia em 1989, os insurgentes remanescentes assinaram um acordo de paz em 17 de outubro de 1990, que acabou formalmente com a insurgência.[2][7]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f Francis Chan; Phyllis Wong (16 de setembro de 2011). «Saga of communist insurgency in Sarawak». The Borneo Post 
  2. a b c Cheah Boon Kheng (2009). «The Communist Insurgency in Malaysia, 1948–90: Contesting the Nation-State and Social Change» (PDF). University of Auckland. New Zealand Journal of Asian Studies. 11 (1): 132–52. Cópia arquivada (PDF) em 20 de dezembro de 2019 
  3. Wilfred Pilo (3 de novembro de 2013). «The day the insurgency ended». The Borneo Post 
  4. Wilfred Pilo (5 de agosto de 2014). «Former enemies meet as friends 40 years later». The Borneo Post 
  5. a b Fowler, Will (2006). Britain's Secret War: The Indonesian Confrontation 1962-66. London: Osprey Publishing. pp. 11, 41. ISBN 1-84603-048-X 
  6. Cheah Boon Kheng, p.149
  7. a b c d e f g Hara, Fujiol (dezembro de 2005). «The North Kalimantan Communist Party and the People's Republic of China». The Developing Economies. XLIII (1): 489–513. doi:10.1111/j.1746-1049.2005.tb00956.x 
  8. Parreira 1985, p. 336.

Bibliografia

  • Parreira, Manuela; Pinto, J. Manuel de Castro (1985). Prontuário ortográfico moderno: de fácil consulta, atento às dificuldades e dúvidas de quem escreve. Lisboa: Edições ASA 

Leitura adicional

Fontes primárias

Fontes secundárias