"I Never Met the Dead Man" (em português, "O Morto Desconhecido"), é o segundo episódio da primeira temporada da série de comédia animada Uma Família da Pesada, originalmente exibido na Fox dos Estados Unidos em 11 de abril de 1999. Conta a história de como Peter Griffin ensinou sua filha Meg a dirigir; por causa de seu péssimo ensinamento, eles quebram a antena parabólica, deixando a cidade sem sinal de televisão. Peter começa a sofrer com a falta de seus programas televisivos, mas encontra uma nova maneira de viver, praticando atividades ao ar livre, o que deixa sua família exausta. Enquanto isso, Stewie planeja destruir o fornecimento de brócolis em todo o mundo com um dispositivo controlador do tempo, e assim, Lois não poderia forçá-lo a comer o vegetal.
O episódio foi escrito por Chris Sheridan e dirigido por Michael Dante DiMartino, ambos participando pela primeira vez da produção de Family Guy. Grande parte do humor envolvido em "I Never Met the Dead Man", seguindo o padrão do seriado, é estruturado em volta de sequências de cortes que parodiam a cultura popular, incluindo temas como Star Trek, O mágico de Oz, ALF, A ilha dos Birutas, A Feiticeira e Barrados no Baile. O título é baseado nos programas de rádio de 1930 e 1940, particularmente na antologia de terror Suspense, a qual apresentava diversos elementos ligados à morte e assassinato. Teve a participação de Erik Estrada, Butch Hartman, Aaron Lustig e Joey Slotnick, além dos dubladores de personagens secundários.
As críticas foram favoráveis; vários comentaristas destacaram-o como um dos episódios "mais memoráveis" da série, sendo relativamente melhor do que "A morte tem uma sombra".
Enredo
Irritada pelo fato de que Peter passa mais tempo em frente à televisão do que em companhia com sua família, Lois sugere a ele que ensine a Meg como dirigir. Relutante, o personagem aceita a proposta, mas involuntariamente, acaba dando dicas ruins de como conduzir, como rotacionar o motor duas vezes em semáforos e desafiar outros veículos para uma corrida, o que causa a reprovação da garota no teste de condução. Voltando do Departamento de Veículos Motores, Peter percebe que um programa de seu interesse está sendo exibido na televisão de uma casa ao redor e distraído, bate o carro na antena principal da cidade, impedindo a transmissão das atrações televisivas para toda a cidade de Quahog. Ele convence Meg a se declarar culpada pelo acontecido, subornando-a com a promessa de que comprará um conversível quando ela conseguir sua licença para dirigir. Ao chegar em casa com a antena presa no veículo, Lois fica furiosa com Peter por colocar a culpa na filha. Enquanto isso, Stewie rouba a antena, planejando criar um dispositivo controlador de tempo que seja capaz de acabar com o fornecimento de brócolis no mundo, já que sua mãe o forçou a comer o vegetal.
Sofrendo com a síndrome de abstinência por causa da falta da televisão, Peter corta um pedaço de papel em forma de uma televisão e coloca-o em sua cabeça: assim, toda a sua vida se parecerá com um programa. Meg não aguenta mais ser desprezada e acaba revelando que é o real responsável pela falta de sinal em Quahog é seu pai, e ele começa a ser menosprezado por toda a população da cidade. Para salvar o marido das acusações verbais e desdém, Lois faz um discurso emocionante para a comunidade, falando que sem a televisão, as pessoas poderiam ser mais amigáveis uma com as outras, e Peter, inspirado no que ouviu da esposa, leva a família para praticar diversas atividades ao ar livre, uma após a outra. A mulher e os filhos ficam exaustos, e ele decide sair com William Shatner, que apareceu na porta da casa dos Griffin após furar o pneu de seu carro quando estava em um festival próximo. A máquina do tempo criada por Stewie causa uma enorma tempestade, e enquanto Meg pratica para tirar a carta de motorista, o excesso de chuva faz com que ela atropele acidentalmente Peter e Shatner, que ficam, respectivamente, hospitalizado e morto. Durante a recuperação, Peter é forçado a assistir televisão, deixando-o viciado novamente, para o alívio de sua família.
Produção
"I Never Met the Dead Man" foi o primeiro episódio de Family Guy a ser escrito por Chris Sheridan e dirigido por Michael Dante DiMartino.[1] Nos primeiros meses de produção, os escritores compartilharam um escritório emprestado pela equipe de produção de King of the Hill.[2] Assim como os quatro primeiro episódios da temporada, o título foi baseado em programas de rádio dos anos 30 e 40, particularmente na antologia de terror "Suspense", que mostrava vários elementos relacionados à morte e assassinato; a partir do quinto episódio, os títulos passaram a ser adotados sem essa base.[2] Adicionalmente com o elenco regular, os atores Erik Estrada, Aaron Lustig e Joey Slotnick, o escritor e animador Butch Hartman e o dublador Frank Welker participaram do episódio. A dubladora Lori Alan fez pequenas aparições, dando voz à personagens secundários.[1] A exibição ocorreu originalmente em 11 de abril de 1999, aproximadamente três meses após a estreia da série.[1][3]
Referências culturais
Quando Meg pede à sua mãe que lhe ensine a dirigir, Lois instantaneamente pede ao pai da menina que faça esse favor em seu lugar. Como ele se recusa e continua assistindo o episódio de Star Trek, o ator William Shatner, dublado pelo criador da série Seth MacFarlane, aparece na tela.[4][5] Sugerindo que Peter não é o melhor motorista, Brian fala sobre um incidente que teve anteriormente com o Coiote, onde acidentalmente atropelou o Papa Léguas no meio do deserto; fica preoucupado com o animal e bate no Coiote, dizendo a ele que deve continuar.[5] Sofrendo sem poder assistir televisão, Peter tem um pesadelo inspirado no Mágico de Oz, com a participação de Alf da sitcom da NBC de 1986 ALF, Gilligan da série da CBS de 1964 A ilha dos Birutas, o robô de "Lost in Space" e Jeannie de "I Dream of Jeannie", que instantaneamente se transforma em Samantha, personagem da série da ABC de 1964 A Feiticeira.[5] Após cortar um papel em forma de televisão, o personagem anda por toda a cidade com a invenção amarrada em sua cintura, percebendo as ações que acontecem a sua volta como se fossem programas televisivos. Duas mulheres conversando durante o almoço sugerem que ele está assistindo ao canal Lifetime, dois idosos caminhando lembram-o da CBS, um grupo de africanos americanos jogando basquete fazem referência a UPN, e a James Woods High School se parece com Barrados no Baile.[4] Quando o serviço de televisão é restaurado e a família Griffin está assistindo Star Trek, James T. Kirk fala à sua tripulação que existe uma missão perigosa em que alguém certamente será morto. Diz que o grupo de desembarque será composto por ele mesmo, Spock, Leonard McCoy e Ricky (um camisa vermelha), o qual ao ser chamado, cinicamente diz "Oh merda!". No fim do episódio, após Meg acidentalmente atingir e matar Shatner com o carro da sua família, o grupo de pessoas que ficam a encarando inclui o ator que interpretou Ricky, falando "Uau, eu não vi ele vindo."
Recepção
As críticas sobre o episódio foram em grande parte, positivas. Uma análise de 2008 feita por Ahsan Haque da IGN chamou o enredo envolvendo Stewie de "elaborado [e] criativo."[6] Deu uma pontuação perfeita de dez, e disse que o episódio é o mais memorável de toda a série. Haque destacou que "o enredo bem escrito e hilariante, combinado com uma grande variedade de piadas aleatórias bem inseridas e algumas imagens únicas e marcantes, fazem com que o episódio seja o melhor da série. Este é Family Guy em seu melhor, definitivamente estabelece um alto nível para uma comédia animada."[4] Robin Pierson da The TV Critic classificou o episódio em 70 de 100, sendo o episódio do seriado com melhor classificação no site. Ele descrevou-o como "vinte minutos realmente divertidos da televisão. Existem muitas piadas a serem desfrutadas e possuem mais foco [sic] do que o episódio piloto," em particular, dando ênfase a sequência Animais rápidos, crianças lentas.[5]
Em 2008, Haque listou o plano de Stewie para acabar com o brócolis como o primeiro colocado na lista de "Os 10 planos malignos mais diabólicos de Stewie",[6] e a ideia de Peter usar um papel cortado em formato de televisão na sua cintura e andar por todos os lados em quinto lugar na lista de "As 10 ideias mais loucas de Peter Griffin".[7]