Em 1930, Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um menino de 12 anos de idade que vive no compartimento das engrenagens da estação ferroviária Gare Montparnasse, em Paris, mantendo o funcionamento dos grandes relógios do local. Seu pai (Jude Law) era um viúvo, relojoeiro e funcionário de um museu que o adorava, levando-o ao cinema e mostrando a ele sua última paixão antes de morrer num incêndio no museu onde trabalhava: um autômato (espécie de homem mecânico) que, supostamente, poderia escrever uma mensagem. Após a morte de seu pai, Hugo foi levado por seu alcoólatra tio Claude (Ray Winstone), que, apesar de não ter praticamente nenhum sentimento pelo menino, o ensinou a manter os relógios da estação. Quando Claude desaparece, Hugo continua a manter os relógios enquanto sobrevive roubando comida e suprimentos, temendo que, se o inspetor da estação - vigilante - (Sacha Baron Cohen) o descobrisse, poderia enviá-lo a um orfanato.
Hugo continua o trabalho com o autômato, pois acreditava que a mensagem que viria a ser escrita seria algo de seu falecido pai, além de que acreditava que o funcionamento do autômato diminuiria sua solidão. Para conseguir esse intento, furtava as ferramentas necessárias em uma loja de brinquedos da estação. Um dia, ele é capturado pelo amargo dono da loja, Papa Georges (Ben Kingsley), que manda o garoto tirar tudo o que tem nos bolsos, recuperando algumas peças furtadas e se apoderando de um pequeno caderno em que havia impressionantes desenhos técnicos de engenharia de máquinas, inclusive de movimentos de um robô, o que o deixou pasmo. Hugo quer o caderno de volta, mas tem como resposta a promessa de que será queimado. Isso fez com que o menino acompanhasse o velho Georges até sua casa na tentativa de reavê-lo. Lá, ele conhece a afilhada de Georges, Isabelle (Chloë Grace Moretz), que promete ajudá-lo.
No dia seguinte, Georges dá algumas cinzas para Hugo, como se fossem os restos do caderno, mas Isabelle diz a ele que o caderno ainda está intacto. Finalmente, Georges consente que Hugo tenha o caderno de volta desde que trabalhe para ele todos os dias para pagar os itens que furtou. Durante seu tempo livre, Hugo continua a trabalhar com o autômato. Porém, ao concluí-lo, percebe que ainda está faltando uma parte: uma chave em forma de coração.
Com a amizade entre os dois crescendo, Hugo leva Isabelle ao cinema, lugar que Georges a proibia de ir, entrando clandestinamente através da habilidade de Hugo em abrir portas. Ela, por seu turno, o leva a uma livraria e o apresenta ao seu gentil e enigmático dono (Christopher Lee).
Isabelle quer saber onde Hugo mora, obtendo permissão depois de alguma relutância. Lá, Hugo fica surpreso ao descobrir que Isabelle usa como um colar a chave de que necessita para fazer o autômato funcionar [presente de Mama Jeanne (Helen McCrory). Com a intervenção da chave, o autômato começa a funcionar, desenhando uma cena emblemática do filme "Viagem à Lua", um dos filmes pioneiros de Georges Méliès.[7]
Hugo afirma ficar triste quando vê alguma máquina não funcionando, pois isto tiraria dela o seu verdadeiro propósito. Isabelle indaga se esse é o propósito da vida de Hugo, fazer com que as máquinas realizem os seus propósitos, e indaga-se qual seria o seu próprio.
Quando o autômato escreve a assinatura finalizando o desenho, Isabelle reconhece, perplexa, a caligrafia de seu padrinho. Eles levam o desenho para a casa de Georges. Lá, mostram o desenho à madrinha de Isabelle, Mama Jeanne, mas esta se mostra arredia, afirmando que aquilo mexeria com o passado de Georges e que Hugo ainda é muito jovem para compreender tanto sofrimento. Nisso, Georges chega em casa, obrigando Jeanne a esconder as crianças em um quarto dos fundos e lá (enquanto tentavam se manter quietos), encontram um compartimento secreto no armário onde está um baú, sendo que, ao puxá-lo, a cadeira onde está Isabelle quebra e são espalhados muitos desenhos de filmes de Méliès. O barulho atrai Georges que, ao se deparar com os seus antigos trabalhos jogados ao chão, fica inicialmente transtornado, amassando alguns desenhos, e depois atônito de tristeza, dizendo a Hugo que havia confiado nele, não merecendo aquilo em retribuição.
Algum tempo depois, Hugo e Isabelle, ao irem à seção da livraria que trata de cinema, descobrem um livro sobre a história da Sétima Arte. Ao lerem o livro, deparam-se com o mesmo desenho que o autômato havia feito, vendo se tratar do filme "Viagem à Lua", cujo diretor foi um dos pioneiros do cinema, o padrinho de Isabelle, o tio Georges, estando registrado ainda que ele teria sido morto na Primeira Guerra Mundial. Nesse instante, aparece o autor do livro, o professor René Tabard (Michael Stuhlbarg), que revela sua profunda admiração pelo trabalho de Méliès e inicialmente não acredita na história dos garotos de que Méliès está vivo. Tabard leva os garotos a sua casa, onde existe uma sala com várias referências a Méliès, afirmando que tem a última cópia conhecida do "Viagem à Lua", e Hugo sugere que eles levem o filme para a casa de Georges.
Na noite seguinte, Jeanne está hesitante sobre deixá-los mostrar o filme até que Tabard reconhece-a como Jeanne d'Alcy, uma linda atriz e frequente em muitos dos filmes de Méliès. Quando o filme termina, Georges aparece à porta, e, emocionado, finalmente revela a sua carreira cinematográfica. Ele usou suas habilidades ilusionistas dos tempos de mágico para fazer os efeitos especiais dos filmes, utilizando-se de sua imaginação fértil. No entanto, após a Primeira Guerra Mundial, afirma que os valores mudaram, que as pessoas passaram a ver seus filmes como algo sem importância diante do choque de realidade dos fatos ocorridos com a guerra, e não teve como continuar pagando os salários dos atores, vendendo o estúdio de gravação e até os rolos dos filmes (que foram derretidos para produzir químicos). Com o dinheiro recebido, montou a loja de conserto de brinquedos na estação de trem e inclusive doou a um museu um autômato que construíra, no qual colocou todo o corpo e alma.
Hugo volta para a estação para pegar o autômato (com a intenção de usá-lo para fazer uma surpresa para Georges), mas antes que possa recuperá-lo, é descoberto pelo inspetor que, pouco antes, havia recebido um telefonema em que se colhiam informações sobre Claude, se se tratava do funcionário que cuidava dos relógios da estação, uma vez que este fora encontrado morto no rio Sena. O inspetor fica a se perguntar quem então estaria cuidando dos relógios da estação. Durante a perseguição, Hugo sobe na torre do relógio e pendura-se nos ponteiros para se esconder do inspetor. Quando ele vai embora, Hugo rapidamente sobe de volta e pega o autômato, mas é encurralado novamente pelo inspetor e o autômato é jogado sobre os trilhos ferroviários. Hugo salta para recuperar o objeto, e, estando a vir um trem, é salvo pelo próprio inspetor, que o conduziria ao orfanato, porém Georges chega e afirma que Hugo está agora em seu cuidado, e leva-o de volta para casa, junto com o autômato.
Algum tempo depois, em um festival de cinema, o professor Tabard fala à plateia sobre vida e obra de Georges Méliès, afirmando que se acreditava estarem perdidos todos os seus filmes, mas que após uma busca exaustiva, foram descobertos e recuperados mais de 80. Georges assome por trás das cortinas e em lágrimas agradece especialmente a Hugo por este ter realizado o maior "conserto" que algum relojoeiro poderia fazer, que foi o do propósito de sua vida. Após o festival, numa festa na casa de Georges, Isabelle começa a escrever um livro sobre a história de Hugo Cabret. O filme termina em uma cena do autômato sentado em uma sala.
A produtora "GK filmes", já tinha ideia de filmar Hugo desde meados de 2007. Hugo foi filmado no estúdio Shepperton Studios em Londres, e com cenas em Paris.[10][11]
Hugo teve aclamação por parte da crítica especializada. Com base em 41 avaliações profissionais, alcançou uma pontuação de 83 em 100 no Metacritic.[14]
↑Train: The Definitive Visual History. Autor: DK. Penguin, 2014, pág. 104, (em inglês) ISBN 9781465436580 Adicionado em 09/08/2018.
↑Fundamentals of Analytical Chemistry. Autores: Douglas A. Skoog, Donald M. West, F. James Holler & Stanley R. Crouch. Cengage Learning, 2013, pág. 82, (em inglês) ISBN 9781285607191 Adicionado em 09/08/2018.