Hipertimia

 Nota: Este artigo é sobre sobre um tipo proposto de personalidade. Para a queda da temperatura do corpo humano abaixo do seu nível normal, veja Hipotermia.
Hipertimia não significa ser muito feliz. Significa maior sensibilidade emocional que podem ser prazerosas ou desprazerosas.[1]

Hipertimia (do grego, hyper+thymia muita emoção) é um termo médico inventado pelos psiquiatras do século 19 para descrever uma maior intensidade emocional.[2] O temperamento hipertímico é definido como uma personalidade caracterizada por boa disposição, alta reatividade emocional, otimismo, entusiasmo, muita energia, e extroversão. Hipertimia é similar, porém mais duradoura, que a hipomania do transtorno bipolar tipo II. Pode ser ainda parte de uma ciclotimia[3][4]. Não deve ser confundida com a estabilidade emocional saudável, denominada eutimia.

O entendimento psiquiátrico clínico da hipertimia está evoluindo. Estudos tem demonstrado que o temperamento hipertímico promove performance elevada em atividades de alta complexidade sob pressão ou condições extremas[5].

Características

O temperamento hipertímico pode incluir:[6]

  • Aumento da energia e produtividade
  • Extroversão
  • Autoestima elevada
  • Conversar excessivamente
  • Correr muitos riscos desnecessários
  • Romper normas sociais
  • Desejo sexual aumentado
  • Adorar ser o centro das atenções
  • Se entediar e se distrair rápido
  • Gastar muito dinheiro
  • Ciclos de sono curtos
  • Sensibilidade à emoção
  • Alegria e jovialidade
  • Gentileza e empatia
  • Promiscuidade

Causas

Apesar da caracterização positiva, a hipertimia pode ser complicada por períodos de depressão se manifestando como uma forma leve de transtorno bipolar, similar à ciclotimia[7][8]. Pesquisas também sugerem que existe uma conexão familiar genética entre indivíduos com temperamento hipertímico e indivíduos com transtorno bipolar tipo 1[9].

Mesmo sem fatores genéticos, o temperamento hipertímico predispõe a desenvolver transtorno bipolar ou ciclotimia, pois elevadas expectativas, sensibilidade emocional e altos riscos tendem a causar mais frustrações e fracassos como decepções amorosas, dívidas, doenças, acidentes, abuso de drogas e demissão.[10]

A hipertimia pode ser diagnosticada com um maior grau de certeza por um psicólogo ou psiquiatra com a ajuda de familiares ou amigos próximos.

Ver também

Referências

  1. «Medical Definition of HYPERTHYMIA». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 8 de outubro de 2020 
  2. Fritze F, Ehrt U, Brieger P. Zum Konzept der Hyperthymie - Historische Entwicklung und aktuelle Aspekte - [The concept of hyperthymia]. Fortschr Neurol Psychiatr. 2002 Mar;70(3):117-25. German. doi: 10.1055/s-2002-20530. PMID: 11880944
  3. «Wiktionary». Choice Reviews Online (02): 44–0661-44-0661. 1 de outubro de 2006. ISSN 0009-4978. doi:10.5860/choice.44-0661. Consultado em 13 de dezembro de 2020 
  4. Dubovsky, S.L.; Dubovsky, A.N. (2008). Concise Guide to Mood Disorders. American Psychiatric Publishing. p. 39. ISBN 9781585627653.
  5. Jaracz, Marcin; Paciorek, Przemysław; Buciński, Adam; Borkowska, Alina (outubro de 2014). «Affective temperament and executive functions in emergency medicine professionals». Journal of Affective Disorders: 192–196. ISSN 1573-2517. PMID 25063957. doi:10.1016/j.jad.2014.07.004. Consultado em 13 de dezembro de 2020 
  6. Akiskal HS, Mallya G. Criteria for the “soft” bipolar spectrum: treatment implications. Psychopharmacol Bull. 1987;23:68-73.
  7. Manning, J. Sloan (fevereiro de 2000). «Refractory Depressed and Anxious States in Hyperthymic Women: A Case Series Generated by a Speaking Engagement». Primary Care Companion to The Journal of Clinical Psychiatry (1): 16–19. ISSN 1523-5998. PMID 15014663. Consultado em 13 de dezembro de 2020 
  8. login.medscape.com https://login.medscape.com/login/sso/getlogin?urlCache=aHR0cHM6Ly93d3cubWVkc2NhcGUub3JnL3ZpZXdhcnRpY2xlLzQzOTQ3Ml81&ac=401. Consultado em 13 de dezembro de 2020  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. Chiaroni, P.; Hantouche, E. G.; Gouvernet, J.; Azorin, J. M.; Akiskal, H. S. (novembro de 2004). «[Hyperthymic and depressive temperaments study in controls, as a function of their familial loading for mood disorders]». L'Encephale (6): 509–515. ISSN 0013-7006. PMID 15738852. doi:10.1016/s0013-7006(04)95464-4. Consultado em 13 de dezembro de 2020 
  10. Féline, A (1993). "Hyperthymic disorders". L'Encéphale. 19 (2): 103–7. PMID 8275895.