Em 428, os nacarares da Armênia peticionaram ao xainxáVararanes V(r. 420–438) para que destronasse o reiArtaxias IV(r. 422–428) e abolisse a dinastia arsácida. Para governar o país, Vemir-Sapor foi nomeado como marzobã e e Vaanes II foi designado à tenência real.[1] Vemir-Sapor morreu em 442, após uma administração considerada justa e liberal, na qual conseguiu manter a ordem sem ferir o sentimento nacional de frente. Vasaces I substituiu-o como marzobã.[2] Vararanes permitiu a manutenção do cristianismo, enquanto procurava acabar com a influência do Império Bizantino sobre a Igreja da Armênia ao anexá-la à Igreja do Oriente. Contudo, seu filho e sucessor, Isdigerdes II(r. 438–457), era um pietista masdeísta e se comprometeu a impor o masdeísmo na Armênia, exigindo que a nobreza apostatasse e fundando templos de fogo sobre igrejas.[3]
Vida
A parentela de Guiute é desconhecida, exceto que pertencia à família Vanúnio. De acordo com Lázaro de Farpe, esteve presente no Concílio de Artaxata convocado pelo católicoJosé I, o marzobã Vasaces Siuni, o asparapetesVardanes II e o vitaxa da Marca da IbériaAxuxa II.[4][5] A intenção do encontro, ocorrido em 450 segundo Nicholas Adontz[6], era responder ao edito enviado por Mir-Narses, em nome de Isdigerdes, que exigia que a nobreza se convertesse ao zoroastrismo.[7][8] Na sequência, Guiute esteve entre os nobres convocados por Isdigerdes II em Ctesifonte, capital do Império Sassânida, onde deviam reforçar sua lealdade ao xainxá e apostatar.[9][10] Quando os nobres retornaram à Armênia, Vardanes II liderou uma grande revolta contra a autoridade de Isdigerdes II e Guiute decidiu apoiá-lo.[11][12][13] No entanto, pouco depois, esteve entre os nobres que mudaram de lado, apoiando Vasaces I, que embora armênio, apoiava a causa iraniana. Esses nobres decidiram trair Vardanes, pois Vasaces havia aproveitado a movimentação dos rebeldes na região da Albânia para conquistar fortalezas armênias e capturar os filhos dos nobres que fossem contrários à sua política pró-iraniana.[14][15]Eliseu, o Armênio justificou que Guiute mudou de lado, pois era fraco em sua fé.[16]
Adontz, Nicholas (1970). Armenia in the Period of Justinian. The Political Conditions Based on the Naxarar System. Translated with Partial Revisions, a Bibliographical Note and Appendices, by N.G. Garsoïan. Lovaina: Peeters Publishers
Eliseu, o Armênio (1982). Thomson, Robert W., ed. History of Vardan and the Armenian War. Cambridge, Massachussetes: Harvard University Press
Garsoïan, Nina (1997). «The Marzpanate (428-652)». In: Hovannisian, Richard G. Armenian People from Ancient to Modern Times vol. I: The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN978-1-4039-6421-2
Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot
Lázaro de Farpe (1985). Bedrosian, Robert, ed. Ghazar P'arpec'i's History of the Armenians. Nova Iorque: Sources of the Armenian Tradition