A mais famosa versão da "Grande Comissão" está em Mateus 28:16–20, na qual Jesus, a partir de uma montanha na Galileia, clama a seus seguidores que batizem todas as nações em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
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Jesus, aproximando-se, disse-lhes: Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; instruindo-as a observar todas as coisas que vos tenho mandado. Eis que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo.
A Grande Comissão não deve ser confundida com uma comissão menor, anterior, na qual Jesus convoca os "doze" para segui-lo como apóstolos.
Etimologia
Não se sabe quem cunhou o termo "Grande Comissão", no entanto, o termo foi popularizado pelo missionário inglês Hudson Taylor.[1]
Estudiosos, como Eduard Riggenbach (em "Der Trinitarische Taufbefel") e J.H. Oldham et al (em "The Missionary Motive") afirmam que mesmo este conceito não existia até pelo menos o ano de 1600 e que Mateus 28:18-20 era tradicionalmente interpretado como tendo sido endereçado apenas para os discípulos de Jesus que então viviam próximo a ele (por volta de 500, acredita-se) e que o pedido foi por eles realizado. Não havia uma obrigação contínua para que as gerações seguintes mantivessem o ímpeto ali proposto.
Em Lucas (Lucas 24:44–49), Jesus diz que todas as pessoas serão chamadas a se arrepender e pede aos seus discípulos que esperem em Jerusalém até que lhes seja investido o poder, o que presumivelmente aconteceu durante o Pentecostes, nos Atos dos Apóstolos (Atos 1:4–8). Lucas também relata Jesus enviando discípulos durante o seu ministério para todas as nações e dando-lhes o poder sobre os demônios. Em João, Jesus promete enviar-lhes o Paracleto, o que é talvez o que ocorre em João 20:19–23.
A comissão de Jesus tem sido interpretada por cristãos evangélicos como significando que seus seguidores tem o dever de ensinar, pregar e batizar. Ainda que o comando tenha inicialmente sido dado diretamente para os discípulos, a teologia cristã evangélica tem tipicamente interpretado a comissão como uma diretiva para todos os cristãos, de todas as épocas e lugares, particularmente por que ela parece ser uma reafirmação (ou uma passagem adiante) da última parte da aliança de Deus com Abraão em Gênesis 12:3.
Alguns (veja Preterismo) acreditam que a Grande Comissão já foi realizada, baseando-se principalmente nos versículos «Eles partiram e pregaram em toda a parte» (Marcos 16:20), «... do Evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda a criatura debaixo do céu...» (Colossenses 1:23) e «Agora ao que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu Evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio durante os tempos eternos, mas manifestado agora e, por meio das Escrituras proféticas segundo o mandamento do Deus eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé» (Colossenses 1:23).
R. Emden, numa admirável apologia ao cristianismo no apêndice de "Seder 'Olam" (pp. 32b–34b, Hamburgo, 1752), opina que a intenção original de Jesus e, especialmente, de Paulo era converter apenas os gentios para as sete leis morais de Noé e deixar os judeus seguindo a Lei Mosaica - o que explicaria a aparente contradição no Novo Testamento sobre a as leis de Moisés e o Sabbath.
↑Ehrman, Bart D. (2004). The New Testament: A Historical Introduction to the Early Christian Writings (em inglês). New York: Oxford. pp. 79–80. ISBN 0-19-515462-2