Gonçalo era filho de Trastamiro Aboazar, senhor da Maia, e de Dórdia Soares,[3] irmã de Sarracino Soares.[4]
Segundo os livros de linhagens, descenderia por via bastarda da casa real leonesa, uma vez que o Livro Velho de Linhagens atribuía a paternidade de Aboazar, seu avô, a Ramiro II de Leão.
Gonçalo, como a maioria da nobreza de então tinha as suas atenções voltadas para a Reconquista cristã, a Sul, e é durante esta empresa que se destaca na tomada do castelo de Montemor-o-Velho aos mouros, a 14 de outubro de 1034.[4] Aproveitando um momento favorável da reconquista, é provável que tenha libertado do jugo mouro não só este castelo, mas também uma série de povoações no litoral entre os rios Vouga e Mondego, deixando porém Coimbra (perdida após a conquista de 987) ainda sob poder mouro. Coimbra seria definitivamente conquistada somente trinta anos depois.[4]
Morte e posteridade
As circunstâncias da sua morte são duvidosas: por um lado, Gonçalo pode ter acabado vítima de uma conspiração moura que terá surgido em Lamego, na sequência da conquista de 1034. Os conspiradores tê-lo-ão cercado e morto no paço senhorial de Avioso, a 1 de setembro de 1038.[4] Por outro, pode ter falecido em combate, a defender o Castro de Santa Maria, de Avioso.[5][6]
Matrimónio e descendência
Gonçalo foi casado com Unisco Fernandes, filha do conde Fernando Dias[a][3] de quem teve a seguinte descendência:
Toda Gonçalves da Maia, a esposa de Paio Gonçalves, descendente do conde Gonçalo Moniz.[2]
Gontrode Gonçalves da Maia, esposa de Honorigo Gonçalves.[8]
Notas
[a]^ "...certamente inventado o matrimónio atribuído a Gonçalo Trastemeris da Maia avô do mesmo Soeiro Mendes que, segundo o Conde D. Pedro, ou mais provavelmente do seu refundidor do fim do século XIV, teria casado nada menos do que com uma bisneta de um dos dois lendários juizes de Castela, Laín Calvo. O redactor queria assim ligar a família da Maia a Cid o Campeador." Cfr. Mattoso (1991), pp. 1028-1029.
↑António de Sousa Lara, Vasco de Bettencourt Faria Machado e Universitária Editora, Ascendências Reais de SAR D. Isabel de Herédia, 1ª Edição, Lisboa, 1999, pág. 111.
Mattoso, José (1970). «A nobreza portucalense dos séculos IX a XI»(PDF). Lisboa: Instituto de alta cultura. Centro de estudos históricos. Anexo à Faculdade de letras da Universidade de Lisboa. Do tempo e da história (III): 35-50. OCLC490871632. Consultado em 17 de outubro de 2013. Arquivado do original(PDF) em 26 de janeiro de 2012