Global Media Group é uma holding e um dos maiores grupos de media em Portugal, com presença nos sectores da imprensa e da rádio.
História
Origem: Olivedesportos & Lusomundo
A Global Media Group tem a sua origem na Olivedesportos, empresa fundada em 1984 por Joaquim Oliveira e nas privatizações do Diário de Notícias (DN) e do Jornal de Notícias (JN) que foram em 1991 para o grupo Lusomundo do Luís Silva[1]. Esse mesmo grupo também tinha adquirido a maioria da TSF Rádio Notícias, fundada por um grupo de jornalistas, em 1994.
Também em 1994, a Controlinveste do Joaquim Oliveira adquire o seu primeiro título de imprensa, o jornal desportivo O Jogo. E em 1998, lança, em parceria com a RTP e a PT Multimédia, a Sport TV, uma televisão por assinatura.
Em 2001, a Controlinveste criou, em parceria com Portugal Telecom (PT), a empresa Sportinveste Multimedia, responsável pela gestão das operações digitais e multimédia em dois dos três principais clubes de futebol em Portugal (Futebol Clube do Porto e Sporting Clube de Portugal), bem como de outros sites dedicados à distribuição de conteúdos informativos e multimédia na área do desporto.
Anos 2000
Em 2005, a PT, que tinha comprado, no início dos anos 2000[1], o grupo Lusomundo ao Luís Silva, num negócio avaliado na altura em mais de €500 milhões, vende a Lusomundo Serviços, que incluía apenas o negócio dos media, à Controlinveste num negócio avaliado em mais de 300 milhões,[1][2] e financiado pelo Banco Comercial Português e o Banco Espírito Santo.
Por forma a apoiar o negócio das publicações impressas, a Global Media Group deteve uma presença no sector da impressão através de duas empresas gráficas (Funchalense, em Lisboa e NavePrinter, no Porto) bem como no sector distribuição, através de duas empresas, a Vasp na distribuição em pontos de venda e a Notícias Direct, focada na distribuição porta-a-porta de jornais e revistas.
Adicionalmente, a Global Media Group teve várias participações financeiras em sociedades desportivas e empresas de telecomunicações. Controla uma operação no sector do turismo, a agência de viagens Cosmos.
Reestruturação e mudança de razão social
Entre outubro de 2012[3][4] e novembro de 2013, as dificuldades financeiras do grupo, sobretudo devido ao elevado passivo, obrigaram Joaquim Oliveira a ceder o controlo do grupo[5] que formalizou a venda parcial da sua participação acionista na Controlinveste Media, ao vender 72,5% do capital aos investidores Banco Comercial Português, Banco Espírito Santo, António Mosquito Mbakassie e Luís Montez. O capital da empresa ficou repartido em 27,5% pelo grupo Joaquim Oliveira, 27,5% por António Mosquito, 15% por Luis Montez, 15% pelo BCP e 15% pelo BES.[1][6] O negócio levou o Daniel Proença de Carvalho para o cargo de presidente não-executivo.[7]
Em 17 de dezembro 2014, mudou-se o nome de Controlinveste para Global Media Group.[8]
Em 2016, é vendida a icónica sede do DN, na Avenida da Liberdade, e o jornal é transferido para as Torres de Lisboa.[1]
Em 2017, chegam novos accionistas, vindos de Macau e de Angola. Com uma entrada de capital de 15 milhões de euros, e ficando com uma quota de 30%, um dos novos accionistas é o grupo macaense KNJ Global Holdings, do empresário Kevin Ho, sobrinho de Edmund Ho Hau-wah, o primeiro Chefe do Executivo de Macau.[9] O outro é o José Pedro Soeiro, empresário e gestor angolano, que fica com as participações de António Mosquito e de Luís Montez.
A nova estrutura accionista é, então, a seguinte: KNJ com 30% do Grupo, José Pedro Soeiro também com 30%, Joaquim de Oliveira com 20%, e o BCP e o BES com 10% cada um.[1]
O grupo registou em 2018 prejuízos de 9,1 milhões de euros, um agravamento face aos 4,5 milhões de euros registados em 2017.[10]
Em 2019, os acionistas Kevin Ho e José Pedro Soeiro, compraram ao BCP e ao Novo Banco as respetivas posições no capital bem como a dívida do grupo. Não foi possível saber qual o valor da perda assumida pelos bancos, mas várias fontes apontaram para um “perdão” que poderá ter chegado aos 80 ou 85% do montante total que a Global Media ainda devia aos bancos.[1][11]
Grupo BEL
Em setembro de 2020, o Global Media Group chegou a acordo com o grupo Bel, do empresário Marco Galinha, para a sua entrada como acionista da empresa.[12] Ele compra 40% do GMG, pelo valor de quatro milhões de euros, e faz uma injecção de capital de seis milhões de euros.[1] O grupo Bel, fundado em 2001, tem atividades em vários setores, e entrou nos media em 2018 através do Jornal Económico.
O Marco Galinha torna-se Presidente do Global Media Group em fevereiro de 2021.[13]
Em julho de 2023, houve uma emissão de novas ações que foram subscritas pelas Páginas Civilizadas, que ficou a controlar 50,2% da Global Media.[1][14] Logo a seguir, a 25 de julho de 2023, a World Opportunity Fund Ltd (WOF), com sede nas Bahamas, adquiriu à sociedade Palavras de Prestígio, Lda, uma quota representativa de 38% do capital social da Páginas Civilizadas, e a 21 de setembro de 2023, adquiriu outras ações à sociedade Grupo Bel, ficando a controlar 51% do capital social da Páginas Civilizadas, e assim a maioria du grupo GMG.[15]
Situação financeira a partir de 2023
No dia 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executivado, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação, que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".[1][16]
Entretanto, as direções do Jornal de Notícias, TSF, O Jogo e do Dinheiro Vivo apresentaram demissão, na sequência do processo de reestruturação.[16]
Em março de 2024, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) suspendeu os direitos patrimonais e de voto da WOF alegando incumprimento da Lei da Transparência.[17] O Marco Galinha voltou a comprar a sua posição mas o grupo foi desmembrado. O GMG ficou com o Diário de Notícias, Dinheiro Vivo e o Açoriano Oriental, enquanto o Jornal de Notícias, a TSF, o Notícias Magazine, O Jogo, o Volta ao Mundo, e o Evasões foram cedidos à «Notícias Ilimitadas», um consórcio de empresários do Norte (que conta com o Marco Galinha e o Domingos de Andrade como acionistas com respetivamente 30 e 20% do capital)[17], em julho. O estado comprou na mesma altura a participação da Global Media e Páginas Civilizadas na Lusa[18]
Proprietários
Os detentores de 5% ou mais do capital da empresa são, em dezembro de 2024, os seguintes:[19][a]
Páginas Civilizadas, Lda. – 41,51% (o grupo Bel sendo detentor direita e indiretamente de cerca 85% do capital da Páginas Civilizadas, os restantes 15% sendo da United Resinas do António Mendes Ferreira através da Around Wishes SGPS)
KNJ Global Holdings Limited – 29,35%
José Pedro Carvalho Reis Soeiro – 20,4%
Grandes Notícias, Lda. – 8,74% (a Páginas Civilizadas detém 100% da Grandes Notícias, Lda.)
Publicações
O Global Media Group tem ações maioritaria nas seguintes publicações:
↑A Páginas Civilizadas, com 41,51%, a KNJ Global Holdings Limited com 29,35%, José Pedro Carvalho Reis Soeiro com 20,40%, e Grandes Notícias, Lda. com 8,74%
↑A «Verbos Imaculados» é dona de 61% da «Notícias Ilimitadas». Os sócios da VI são a «Ilíria», grupo do Jorge Ribeiro, do Alexandre Bobone e do Samuel Farinha, com 35%, a «Parsoc» do José Rogeira com 30%, o Domingos de Andrade (20%), e a Mesosytem (15%)[27][28]
↑ abBaptista, Carla (setembro de 2024). «Tudo pelos media, pouco pelo jornalismo». Le Monde Diplomatique (edição portuguesa) (215). pp. 3–4. Consultado em 13 de dezembro de 2024
Marco Galinha (presidente executivo de fevereiro de 2021 a novembro de 2023 e presidente do concelho de administração até setembro de 2024)
Vítor Coutinho (presidente executivo desde fevereiro de 2024)
Kevin Ho King Lu (administrador executivo, diretor da KNJ investment)
José Pedro Carvalho Reis Soeiro (administrador executivo)
Diogo Queiroz de Andrade (administrador vogal desde fevereiro de 2024)
Rui Rodrigues (administrador vogal desde fevereiro de 2024)
Domingos de Andrade (Ex-administrador do Grupo e ex-diretor da TSF)
Guilherme Pinheiro (administrador financeiro (CFO) de novembro de 2018 a fevereiro de 2023)
Paulo César Martins Lima de Carvalho (administrador executivo em 2023-2024)
Afonso Camões (diretor-geral de conteúdos da GMG em 2018, diretor do JN de dezembro de 2014 a setembro de 2018. Antes disso, foi presidente da Agência Lusa e administrador da Controlinveste Media)
Philip Manuel Eusébio Yip (administrador não executivo)