Fulque IV de Anjou
Fulque IV (em francês: Foulques IV; 1043 — 14 de abril de 1109), chamado de le Réchin, foi o Conde de Anjou de 1068 até sua morte.[1][2] O apelido pelo qual é normalmente referido não tem tradução certa. Filólogos fizeram várias sugestões muito diferentes, incluindo "briguento", "rude", "taciturno", "grosseiro" e "heroico".
Início de vida
Fulque, nascido em 1043,[3] era o filho mais novo de Godofredo II de Gâtinais (também conhecido como Aubri), e Ermengarda de Anjou. Ermengarda era uma filha de Fulque, o Preto, conde de Anjou,[2] e a irmã de Godofredo Martel que precedeu Fulque e seu irmão Godofredo como Conde de Anjou.[2]
Conde de Anjou
Quando Godofredo Martel morreu sem herdeiros diretos deixou Anjou a seu sobrinho Godofredo III de Anjou, irmão mais velho de Fulque, le Réchin.[4] Fulque lutou com seu irmão, cujo governo foi considerado incompetente, e o capturou em 1067.[5] Sob pressão da Igreja, libertou Godofredo. Os dois irmãos logo romperam para lutar novamente, e no ano seguinte Godofredo foi novamente preso por Fulque, desta vez para sempre.[6] O território substancial foi perdido durante o controle angevino devido às dificuldades resultantes do pobre reinado de Godofredo e a guerra civil subsequente. Saintonge foi perdida, e Fulque tinha que dar Gâtinais a Filipe I de França para aplacar o rei.[7] Muito do governo de Fulque foi dedicado a recuperar o controle sobre o baronato angevino, e uma luta complexa com a Normandia pela influência no Maine e Bretanha.[8]
História de Anjou
Em 1096 Fulque escreveu uma história incompleta de Anjou e seus governantes intitulada Fragmentum historiae Andegavensis, ou "História de Anjou". A autoria e autenticidade deste trabalho é contestado.[9] Apenas a primeira parte da história, descrevendo a ascendência de Fulque, é sobrevivente. A segunda parte, supostamente descrevendo o próprio reino de Fulque, não foi recuperado. Se o escreveu, é uma das primeiras obras medievais da história escrita por um leigo.[nota 1][10]
Sucessão
Morreu em 1109 deixando a restauração do condado, pois estava sob Godofredo Martel, aos seus sucessores.[11]
Família
Fulque pode ter se casado até cinco vezes; há alguma dúvida sobre o número exato ou quantas ele repudiou.[12]
Sua primeira esposa foi Hildegarda de Beaugency.[2] Juntos, eles tiveram uma filha:
Após sua morte, antes ou por volta de 1070, casou-se com Ermengarda de Bourbon. Juntos, eles tiveram um filho antes de Fulque a repudiar em 1075, possivelmente em razão da consanguinidade:
Por volta de 1076 casou-se com Ermengarda de Châtellailon.[2] Ele a repudiou em 1080, possivelmente em razão de consanguinidade. Em seguida, casou-se com uma filha sem nome de Walter I de Brienne de 1080. Este casamento também terminou em divórcio, em 1087. Por último, em 1089, casou-se com Bertranda de Monforte,[2] que aparentemente foi "sequestrada" pelo rei Filipe I de França em ou por volta de 1092.[nota 2] Eles tiveram um filho:
- Fulque V, "le Jeune", Conde de Anjou e Rei de Jerusalém.[2]
Notas
- ↑ É inteiramente plausível que Fulque pode ter feito uso de escribas para escrever este trabalho. Veja: Nicholas L. Paul, The Chronicle of Fulk le Rechin: a reassessment, Haskins Society Journal 18: Studies in Medieval History, 2006, eds. Stephen Morillo; Diane Korngiebel (Woodbridge: The Boydell Press, 2007), pp. 19–35.
- ↑ Permanece incerto se Filipe lhe tinha tomado pela força ou se ela deixou Fulque por vontade própria já que cronistas apresentaram versões diferentes. Veja: Bradbury, The Capetians (2007) p. 119.
Referências
- ↑ K.S.B. Keats-Rohan, Family Trees and the Root of Politics; A Prosopography of Britain and France from the Tenth to the Twelfth Century (The Boydell Press, Woodbridge, 1997), p. 257
- ↑ a b c d e f g h i Detlev Schwennicke, Europäische Stammtafeln: Stammtafeln zur Geschichte der Europäischen Staaten, Neue Folge, Band II: Die Ausserdeutschen Staaten Die Regierenden Häuser der Übrigen Staaten Europas (Marburg, Germany: Verlag von J. A., Stargardt, 1984) Tafel 82
- ↑ Jim Bradbury, 'Fulk le Rechin and the Origin of the Plantagenets', Studies in Medieval History Presented to R. Allen Brown, eds. Christopher Harper-Bill, Christopher J. Holdsworth, Janet L. Nelson (Woodbridge, UK: The Boydell Press, 1989), p. 27
- ↑ Jim Bradbury, 'Fulk le Réchin and the Origin of the Plantagenets', Studies in Medieval History Presented to R. Allen Brown, Ed. Christopher Harper-Bill, Christopher J. Holdsworth, Janet L. Nelson (The Boydell Press, 1989), p. 27
- ↑ Jim Bradbury, 'Fulk le Réchin and the Origin of the Plantagenets', Studies in Medieval History Presented to R. Allen Brown, Ed. Christopher Harper-Bill, Christopher J. Holdsworth, Janet L. Nelson (The Boydell Press, 1989), p. 31
- ↑ Jim Bradbury, 'Fulk le Réchin and the Origin of the Plantagenets', Studies in Medieval History Presented to R. Allen Brown, Ed. Christopher Harper-Bill, Christopher J. Holdsworth, Janet L. Nelson (The Boydell Press, 1989), p. 32
- ↑ Jean Dunbabin, France in the Making, 843-1180, Second Edition (Oxford; Nova Iorque: Oxford University Press, 2005), p. 189
- ↑ Jean Dunbabin, France in the Making, 843-1180, Second Edition (Oxford; Nova Iorque: Oxford University Press, 2005), pp. 189–90
- ↑ Nicholas L. Paul, 'The Chronicle of Fulk le Rechin: a Reassessment', The Haskins Society Journal 18: Studies in Medieval History, ed. Stephen Morillo, Diane Korngiebel (The Boydell Press, Woodbridge, 2007) pp. 20-1
- ↑ Louis Halphen, René Poupardin (1913). From Chroniques des comtes d'Anjou et des seigneurs d'Amboise. Paris: p. 232–38.
- ↑ Jean Dunbabin, France in the Making, 843-1180, Second Edition (Oxford; Nova Iorque: Oxford University Press, 2005), p. 190
- ↑ Jim Bradbury, 'Fulk le Réchin and the Origin of the Plantagenets', Studies in Medieval History Presented to R. Allen Brown, Ed. Christopher Harper-Bill, Christopher J. Holdsworth, Janet L. Nelson (The Boydell Press, 1989), p. 36
|
|