Foi professor universitário da PUC-SP nos dois anos seguintes a sua formatura. Também foi secretário-geral do Serviço Social da Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e procurador do estado entre 1940 e 1950.
Durante a juventude colaborou em alguns periódicos, como O Debate (do qual foi diretor), O Legionário, Folha da Manhã, A Noite e Diário de São Paulo.
Carreira política
Sua longa carreira política iniciou-se quando foi eleito vereador em São Paulo pelo PDC, ao lado de Jânio Quadros, em 1947. Foi eleito deputado estadual em 1950 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966.
Foi eleito governador de São Paulo em 15 de novembro de 1982, na primeira eleição direta para o cargo após vinte anos, tendo vencido quatro concorrentes: o ex-prefeito paulistano Reinaldo de Barros (PDS), o ex-presidente Jânio Quadros (PTB), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rogê Ferreira (PDT). Tomou posse em 15 de março de 1983. Sua investida no Palácio dos Bandeirantes permitiu a efetivação de seu suplente, o sociólogoFernando Henrique Cardoso, em sua vaga no Senado Federal.[7]
Durante o mandato de governador, foi um dos artífices da campanha das Diretas Já e, a seguir, da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Sua primazia sobre os peemedebistas de São Paulo refluiu a partir de 1985, quando Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique na disputa pela prefeitura da capital. Após a vitória de Orestes Quércia na eleição para governador em 1986, Montoro foi um dos artífices da criação do PSDB, em 1988. Presidente nacional do PSDB, foi derrotado na eleição para senador em 1990, mas recompôs sua liderança política ao ser novamente eleito deputado federal em 1994 e 1998.
Faleceu no dia 16 de julho de 1999, em São Paulo, dois dias após seu aniversário de 83 anos.[8]
O governo Montoro
Como governador, Montoro descentralizou a administração do estado em 42 regiões de governo. Na área da educação, municipalizou a merenda e as construções escolares, além de implantar o ciclo básico no extinto primeiro grau.[9]
Construiu quatro mil quilômetros de estradas vicinais, ampliou as redes de água e esgoto e a quantidade de municípios atendidos pela Sabesp, expandiu a linha Leste-Oeste do Metrô (a atual Linha 3 - Vermelha) e reequipou as Polícias Civil e Militar, criando a Operação Polo e o Tático Móvel, como iniciativas para reduzir a criminalidade.
Seu governo herdou muitas dívidas da gestão de Paulo Maluf e José Maria Marin, o que não deu a Montoro a fama de tocador e inaugurador de grandes obras.
Montoro também enfrentou greves de professores e servidores públicos, atendendo às suas reivindicações logo após o início das manifestações, conquistando portanto, o respeito e a admiração do funcionalismo.
Curiosamente, alguns membros do secretariado de Montoro tornar-se-iam governadores de São Paulo anos mais tarde: José Serra, Secretário de Planejamento de Montoro, foi Governador do Estado entre 2007 e 2010; Orestes Quércia foi vice-governador durante a gestão de Montoro, e acabou por sucedê-lo, governando no período de 1987 a 1991; Mário Covas foi prefeito de São Paulo nomeado por Montoro em 1983 e foi Governador do Estado por duas vezes, de 1995 a 1999 e de 1999 até a sua morte em 2001. E Aloysio Nunes foi vice-governador de Fleury entre 1991 e 1994.
A luta pela redemocratização
Montoro foi uma das principais lideranças na luta pela redemocratização do país e da campanha pelas eleições diretas para presidente da República. Ao lado de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, esteve em todos os discursos e comícios pró-diretas, em 1984.[8]
Em 1988, descontente com os rumos do PMDB, foi um dos fundadores e presidente do PSDB. Candidatou-se ao Senado em 1990, perdendo para Eduardo Suplicy. Voltou a atuar como deputado federal entre 1995 e 1999, ano em que morreu, vítima de infarto.[8]
Família de políticos
Dois de seus filhos seguiram na carreira política do pai. José Ricardo Franco Montoro (Ricardo Montoro) elegeu-se vereador em 2000 com 28.744 votos e foi reeleito em 2004 com 57.600 votos. Eleito deputado estadual em 2006 com 81.181 votos, assumiu a Secretaria Municipal de Participação e Parceria na gestão do Prefeito Gilberto Kassab. Lançou-se candidato a deputado federal em 2010, ficando com a vaga de suplente com a votação de 74.213 votos.
André Franco Montoro Filho foi secretário de estado no governo Covas e tentou uma cadeira na Câmara Federal em 2006 pelo PSDB. Teve 58 010 votos (equivalente a 0,28% dos votos válidos), tendo sido suplente, foi efetivado em 2011.
↑ abcdefghijkBrasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «ANDRE FRANCO MONTORO». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 23 de dezembro de 2020