Francisco Severino de Avelar (Velas, 28 de outubro de 1828 — Lisboa, 12 de setembro de 1904) foi um médico e político açoriano, que entre outras funções foi guarda-mor da saúde em Ponta Delgada e Lisboa e deputado eleito pelo Partido Regenerador em representação do círculo eleitoral da Horta.[1]
Biografia
Francisco Severino de Avelar foi filho do capitão de navios Joaquim Severino de Avelar, da Calheta de São Jorge, e de sua mulher Laureana Emília Constância, natural da Horta.[2] Para além de Francisco Severino de Avelar, o casal contou entre os seus sete filhos dois outros distintos médicos: José Severino de Avelar e Lemos, médico em Niterói; e Emílio Severino de Avelar, urologista de nomeada. Os dois irmãos médicos que trabalharam juntos em Ponta Delgada e depois em Lisboa, ficaram conhecidos pelos Doutores Avelares.
Francisco Severino de Avelar formou-se em Medicina e Cirurgia pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, concluindo o curso no ano de 1858. Logo no ano seguinte iniciou funções como médico na sua vila natal de Velas, na ilha de São Jorge, onde permaneceu até 1861.[3]
Em 1861 transferiu-se para a ilha Terceira, onde exerceu medicina. No ano de 1867 mudou-se para a ilha de São Miguel, onde foi contratado como cirurgião do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, onde o seu irmão Emílio Severino de Avelar também era médico. O par ficou conhecido pelos doutores Avelares.
Em 1867 foi também nomeado guarda-mor de saúde de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, cargo que exerceu até 1884, ano em que se transferiu para Lisboa, passando a exercer as funções de guarda-mor da saúde da Estação de Saúde de Belém, cargo de que se aposentou de 1903. O irmão Emílio Severino de Avelar acompanhou-o na mudança para Lisboa.
Enquanto viveu em Ponta Delgada foi colaborador assíduo do periódico O Cultivador.
Em 1887 foi nomeado delegado de saúde da cidade de Lisboa, ficando associado à criação do Boletim de Saúde e Higiene Municipal de Lisboa (publicado de 1887 a 1897) e à criação do Conselho Geral de Saúde e Higiene do Município de Lisboa.[4]
Foi deputado pelo círculo eleitoral plurinominal da Horta, eleito pelas listas do Partido Regenerador, nas legislaturas de 1887-1888 e de 1890-1892 (26.ª e 28.ª legislaturas da Monarquia Constitucional Portuguesa). Foi um parlamentar pouco participativo, limitando-se a assuntos locais do seu círculo eleitoral. Em 1890 integrou a Comissão Parlamentar de Obras Públicas. Na sua segunda eleição não exerceu o mandato completo, pois solicitou autorização para ir para o estrangeiro.[5]
Publicou em Lisboa a sua tese de licenciatura intitulada Parto Prematuro Artificial.
Notas
- ↑ «Avelar, Francisco Severino de» na Enciclopédia Açoriana.
- ↑ António Ornelas Mendes e Jorge Forjaz, Genealogias da Ilha Terceira, vol. I, pp. 390-391. Lisboa: Dislivro Histórica, 2007 (ISBN 978-972-8876-98-2).
- ↑ Ibidem, p. 390
- ↑ Maria Filomena Mónica (coordenadora), Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910, vol. I, pp. 232-233. Lisboa, Assembleia da República, 2004 (ISBN 972-671-120-7).
- ↑ Ibidem.
Obras publicadas
- 1859 — Parto Prematuro Artificial. Lisboa.
Referências
- Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Régia à Ilha Terceira, Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.
- António Ornelas Mendes e Jorge Forjaz, Genealogias da Ilha Terceira, vol. I, pp. 390–391. Lisboa: Dislivro Histórica, 2007 (ISBN 978-972-8876-98-2)
- Francisco Maria Supico, Escavações. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada, I (1955): 282, 284.
- José Cândido da Silveira Avelar, Ilha de São Jorge. Apontamentos para a Sua História. Tip. Minerva Insular, Horta, 1902.
- José Guilherme Reis Leite, Política e Administração nos Açores (1890-1910). Ponta Delgada, Jornal de Cultura: 1994.
- Maria Filomena Mónica (coordenadora), Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910, vol. I, pp. 232–233. Lisboa, Assembleia da República, 2004 (ISBN 972-671-120-7).
- ----, "Dr Francisco Severino de Avelar" in Diário de Notícias, Lisboa, edição de 13 de Setembro de 1904.
Ligações externas