Fraates IV (em latim: Phraātēs; em grego: Φραάτης; romaniz.: Phraátēs; em parta: 𐭐𐭓𐭇𐭕; romaniz.: Frahāt), filho de Orodes II,[1] governou o Império Parta de 37 a.C. a 2 a.C. Foi indicado como sucessor ao trono após a morte de seu irmão Pácoro. Assim, assassinou seu pai e todos os seus trinta irmãos. Foi atacado em 36 a.C. pelo general romanoMarco Antônio e posteriormente veio a concluir um tratado com Augusto pelo qual a Pártia devolvia prisioneiros e as águias conquistadas, e reconhecia a supremacia de Roma sobre a Armênia.
Foi morto em cerca de 2 a.C. por sua mulher e seu filho Fraates V.
Nome
Fraates (Φραάτης, Phraátēs; Phraātēs), Afraates (Aφραάτης, Aphraátēs; Aphraātēs) ou Fraoates (Φραõάτης, Phraoátēs) são as formas grega e latinas do parta Fraate (𐭐𐭓𐭇𐭕, Frahāt), que derivou do iraniano antigo Fraata (*Frahāta-), "adquirido".[2] Foi registrado em siríaco como Afraate (em siríaco: ܐܦܪܗܛ, Ap̄rahaṭ), armênio como Raate (Հրահատ, Hrahat) e em persa novo como Afraate (فرهاد, Afrahāt) e Farade (فرهاد, Farhād).[3][4]
Ascensão
Durante o reinado de seu pai, chamado de Hirodes por Plutarco, Crasso foi capturado e morto pelos partas.[5] O general parta, Surena, foi logo depois assassinado por Orodes, enciumado do seu sucesso; com a morte de Pácoro, filho de Orodes, derrotado em batalha pelos romanos, Fraates tornou-se o herdeiro.[6]
Orodes ficou doente, e Fraates deu-lhe veneno; quando a doença absorveu o veneno, Fraates, impaciente, tomou o caminho mais rápido e estrangulou o próprio pai.[6]
Morte
Fraates IV da Pártia tinha vários filhos legítimos, e uma concubina italiana de nome Termusa, presente de Júlio César.[7][Nota 1] Fraates e Termusa tinham um filho, Fraataces, e Termusa, querendo que seu filho sucedesse o pai, convenceu Fraates IV a enviar seus filhos legítimos como reféns para Roma.[7] Fraates enviou seus filhos e netos para Roma, segundo Augusto, porque queria a amizade dos romanos.[1] Fraataces, porém, não quis esperar a morte do pai, e, com ajuda da mãe, o assassinou, tomando a mãe por amante em seguida.[7] Os persas, indignados pelo parricídio e pela amor não natural entre filho (Fraates V da Pártia) e mãe os expulsaram, e ele morreu.[7] Não querendo ficar sem reis, e precisando de um descendente de Ársaces I da Pártia, eles chamaram Orodes, porém este era muito cruel e foi assassinado.[7] Em seguida, chamaram para reinar, de Roma, Vorones,[8][7] filho de Fraates,[8] mas rapidamente mudaram de ideia, não querendo ser governados por alguém que foi escravo (pois os partas chamavam os reféns de escravos), convidaram Artabano, que era descendente de Ársaces e rei da Média, para ser seu rei.[7]
Houve guerra entre as duas facções e, inicialmente, a maioria dos partas estavam com Vorones, que derrotou Artabano, que fugiu para as montanhas da Média.[7] Mais tarde, Artabano reuniu um grande exército, e derrotou Vorones, que fugiu para a Armênia.[7]
↑ abPlutarco, Vidas Paralelas, Vida de Crasso, 33.5
↑ abcdefghiFlávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XVIII, Capítulo 2, Agora Herodes e Filipe constroem várias cidades em honra a César. Sobre a sucessão dos sacerdotes e procuradores, e o que aconteceu com Fraates e os partas, 4
Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Հրահատ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
Kia, Mehrdad (2016). The Persian Empire: A Historical Encyclopedia [2 volumes]. Santa Bárbara: ABC-CLIO. ISBN978-1610693912