As Forças Ruandesas de Defesa ou Força de Defesa de Ruanda (quiniaruanda: Ingabo z'u Rwanda, em francês: Forces rwandaises de défense, em suaíli: Nguvu ya Ulinzi ya Watu wa Rwanda) é o exército nacional de Ruanda. As forças armadas do país foram anteriormente conhecidas como Forças Armadas Ruandesas (FAR), mas após a Guerra Civil de Ruanda de 1990-1994, a vitoriosa Frente Patriótica Ruandesa (Inkotanyi) criou uma nova organização e a nomeou Exército Patriótico de Ruanda (EPR). Mais tarde, foi renomeado com seu nome atual.
A missão das Forças Ruandesas de Defesa, conforme previsto na Constituição de Ruanda, é:[1]
defender a integridade territorial e a soberania nacional da República;
colaborar com outros órgãos de segurança na salvaguarda da ordem pública e no cumprimento da lei;
participar de atividades humanitárias em caso de desastres;
contribuir para o desenvolvimento do país.
Os gastos com defesa continuam a representar uma parcela importante do orçamento nacional, em grande parte devido aos contínuos problemas de segurança ao longo das fronteiras de Ruanda com a República Democrática do Congo e o Burundi, e preocupações persistentes sobre as intenções de Uganda em relação a seu antigo aliado.[2]
As Forças Ruandesas de Defesa são regularmente implantadas em missões internacionais de manutenção da paz, assistência humanitária e treinamento na África. Ruanda é atualmente um dos maiores contribuintes de pessoal em missões das Nações Unidas.[3]
Operações
Envolvimento na Segunda Guerra do Congo
Por volta de 2000, durante a Segunda Guerra do Congo, o Exército Patriótico de Ruanda admitiu não oficialmente ter de 4.000 a 8.000 soldados desdobrados no Congo, de acordo com a Economist Intelligence Unit, mas isso foi considerado um eufemismo substancial.[4] O International Crisis Group estimou que o Exército Patriótico de Ruanda tinha entre 17.000 e 25.000 soldados implantados no Congo. Em abril de 2001, um relatório das Nações Unidas sobre a exploração do Congo, informou que o Exército Patriótico de Ruanda tinha no mínimo 25.000 soldados no Congo, uma estimativa que o relatório atribui a "especialistas militares com grande experiência na região".[5] Durante a intervenção na República Democrática do Congo, as forças ruandesas lutaram na chamada "Guerra dos Seis Dias" contra as forças de Uganda pela cidade de Kisangani.[6]
Em 17 de setembro de 2002, os primeiros soldados ruandeses foram retirados do leste da República Democrática do Congo.[7] Em 5 de outubro, Ruanda anunciou a conclusão de sua retirada; a MONUC confirmou a partida de mais de 20.000 soldados ruandeses.[8]
Insurgências em curso
Há uma insurgência de baixo nível em andamento dos rebeldes ruandeses baseados na República Democrática do Congo, principalmente as Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR).[9] Durante o início de 2009, o Exército Patriótico de Ruanda operou no leste da República Democrática do Congo contra os rebeldes das FDLR em operações conjuntas com as forças armadas congolesas. A implantação de tropas de 2009 recebeu o codinome de Operação Umoja Wetu.[10] Essas operações no território congolês não impediram ataques transfronteiriços dentro de Ruanda durante o final de 2012, agosto de 2013, dezembro de 2018 e dezembro de 2019.
Também houve um pequeno número de ataques no sul de Ruanda por rebeldes baseados no Burundi. Esses ataques são geralmente atribuídos às Forças Nacionais de Libertação (FNL).[11][12] As Forças Nacionais de Libertação são o braço armado de um partido de oposição de base externa: o Movimento Ruandês para a Mudança Democrática (MRCD), que foi formado por Paul Rusesabagina e Callixte Nsabimana.[13] Rusesabagina é considerado como um herói durante o genocídio ruandês de 1994 e suas ações são retratadas no filme de Hollywood 'Hotel Rwanda'. Rusesabagina e Nsabimana foram sequestrados e levados de avião para Kigali, onde foram presos, em setembro de 2020, para serem levados a julgamento.[14] As incursões no sul de Ruanda por membros armados das FNL ocorreram em 2018 e 2019[12][14] e, mais recentemente, em 27 de junho de 2020[15] e 23 de maio de 2021.[14]
O Congresso Nacional de Ruanda é outro grupo de oposição relatado pelo governo de Kigali como realizando ataques em Ruanda.[16][17] Isso inclui a responsabilidade por ataques com granadas em Ruanda entre 2010 e 2014, que mataram pelo menos 17 pessoas e feriram mais de 400 outras.[18]