Os Flying P-Liners foram veleiros da companhia de navegação alemã F. Laeisz de Hamburgo.
História
A companhia foi fundada em 1824 por Ferdinand Laeisz como uma empresa de fabricação de chapéu. Ele foi muito bem-sucedido e distribuiu seus chapéus até mesmo na América do sul. Em 1839 ele construiu um brigue de madeira de três mastros, Carl (em homenagem a seu filho), e entrou para o ramo de navios, mas a falta de sucesso o fez vender o navio cinco anos depois.
Carl Laeisz, filho de Ferdinand, entrou no negócio em 1852. Foi ele quem transformou o companhia F. Laeisz em um negócio de transporte. Em 1857, eles encomendaram uma barca que eles deram o nome de Pudel (que era o apelido da esposa de Carl, Sophie), e desde meados de 1880 em diante, todos os seus navios tinham nomes começados com "P" e eles se tornaram conhecidos como a "linha P". O último navio sem um nome com P foi a barca de madeira Henriette Behn que encalhou na costa mexicana em 1885.
A Laeisz companhia se especializou em comércio de nitrato da América do Sul. Seus navios eram construídos para ser rápidos, e eles logo adquiriram uma excelente reputação de oportunidade e confiança, que deu origem ao apelido "the Flying P-Line" (a linha-P voadora). A barca Potosi de cinco mastros fez a viagem do Chile para a Inglaterra em torno de Cabo Horn em 1904 em apenas 57 dias,o que foi um recorde na época.
A companhia Laeisz teve alguns dos maiores veleiros já construídos. Eles experimentaram cinco cascos mestres de aço, primeiro a barca Potosi (1895) e em 1902 o enorme navio completamente equipado Preussen com um comprimento de 147 m, 5 081 GRT (arqueação bruta), e mais de 7 800 toneladas de peso morto. Ela podia navegar mais rápido que 18 nós e sua melhor distância de 24 horas foi de 392 milhas marítimas em 1908 na sua viagem para Yokohama. No entanto, estes navios foram considerados muito grandes, o que não agradou a todos, suas tripulações não gostavam disso, fato que tornou cada vez mais difícil alcançar uma utilização satisfatória na saída da Europa para o Chile. Os navios posteriores, tais como o Peking ou o Passat, voltaram a ser barcas menores com quatro mastros.
Durante a Primeira Guerra Mundial, muitos dos navios Laeisz foram bloqueados nos portos chilenos e tiveram que ser entregues como reparações de guerra. Entretanto, a companhia Laeisz foi capaz de readquirir muitos navios depois da guerra e colocou-os em serviço novamente.
No fim dos anos vinte, a companhia começou a sair do comércio de nitrato e aumentou cada vez mais o transporte de outras mercadorias, bananas, por exemplo. Eles também venderam alguns dos seus navios antigos, por exemplo o Pamir para Gustav Erikson na Finlândia que já tinha adquirido o primeiro barco Norddeutscher Lloyd, Herzogin Cecile. O último veleiro encomendado pela Companhia Laeisz foi o Padua em 1926. Subsequentemente, a companhia Laeisz encomendava somente navios a vapor.
Placilla, construído em 1892, encalhado em Norfolk em 1905.
Ponape, construído em 1903 na Itália, desmantelado em 1936.
Priwall, construído em 1917, incendiou-se em 1945 enquanto carregava em Valparaíso.
Parma, construído em 1902, após um acidente em 1936 foi desmantelado em 1938.
Outros navios da linha P foram:
Pudel, construído em 1857, afundou em 1870.
Palmyra, navio construído em aço em 1889 por Blohm & Voss, Hamburgo. Encalhado nas Ilhas Wellington no sul da costa chilena em 2 de julho de 1908. O Capitão e o Primeiro Marinheiro foram capazes de chegar a costa mas o resto da tripulação de 21 homens desapareceram em um dos barcos salva-vidas.[1]
Pera, construído em 1890, torpedeado em 1917.
Pitlochry, construído em 1894, afundou em 1913 no Canal Inglês.
Preussen I, construído em 1902, afundou no Atlântico do Sul em 1909.
Pellworm, construído em 1902, afundou em 1944.
Pangani, construído em 1903, afundou em 1913.
Penang, construído em 1905, torpedeado em 1940.
A companhia de navegação Laeisz ainda existe, operando muitos navios cargueiros sob nomes tradicionais.