Florianópolis, conhecido coloquialmente como Floripa, é um município brasileiro, capital do estado de Santa Catarina, Região Sul do país. O município é composto pela ilha principal, a ilha de Santa Catarina, a parte continental e algumas pequenas ilhas circundantes. Florianópolis é também apelidado de "Ilha da Magia", decorrente de seus folclóricos contos e histórias de bruxas e criaturas mágicas que habitam na ilha, popularizados pelo escritor Franklin Cascaes.[10]
A ilha de Santa Catarina possui uma rica história que remonta aos tempos pré-coloniais, com vestígios arqueológicos indicando ocupação pelo Homem de Sambaqui desde aproximadamente 4800 a.C. Povos carijós, grupos indígenas locais, já praticavam agricultura e subsistiam da pesca e coleta de moluscos quando os primeiros europeus chegaram no século XVI[12]. A colonização efetiva começou com Francisco Dias Velho em 1673, seguida por uma ocupação militar a partir de 1737 e a imigração açoriana no século XVIII, que impulsionou a agricultura e a indústria local. A ilha se desenvolveu significativamente ao longo dos séculos, tornando-se capital de Santa Catarina em 1823[13] e passando por urbanização intensa no século XX, com expansão econômica e aumento populacional substancial.
A economia de Florianópolis é fortemente baseada na tecnologia da informação, no turismo e nos serviços.[14] A cidade tem mais de 100 praias registradas e é um centro de atividade de navegação. O jornal estadunidense The New York Times afirmou em 2009 que "Florianópolis era o destino do ano".[15] A Newsweek considerou que o município é uma das "dez cidades mais dinâmicas do mundo" em 2006.[16] O Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2014, elaborado pela filial brasileira da ONG norte-americana Endeavor, elegeu a cidade como o melhor ambiente para o empreendedorismo no país.[17] A cidade também foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) uma das "cidades criativas" do Brasil em 2014, ao lado de Curitiba.[18] Florianópolis é conhecida por ter uma elevada qualidade de vida, sendo a capital brasileira com maior pontuação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pelo PNUD, das Nações Unidas.[8] Florianópolis foi oficialmente reconhecida como a capital mais segura do Brasil, segundo o Atlas da Violência 2024, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).[19]
Nome
Originalmente foi denominada "ilha de Santa Catarina", já que Francisco Dias Velho, o fundador do povoado, chegou ao local no dia de Santa Catarina. Ela continuou por muito tempo sendo assim chamada, inclusive ao se tornar vila com o nome de Nossa Senhora do Desterro, como comprovam as correspondências oficiais e as cartas de navegação da época onde ainda se mencionava a ilha de Santa Catarina. Com a independência do Brasil a vila elevou-se a cidade, quando se decidiu fortalecer o nome correto, mas agora passando apenas a se chamar "Desterro". Apesar de ser uma referência a fuga da sagrada família para o Egito, esse nome desagradava certos moradores, uma vez que lembrava "desterrado", ou seja, alguém que está no exílio ou que era preso e mandado para um lugar desabitado. Esta falta de gosto pelo nome fez com que algumas votações acontecessem para uma possível mudança. Uma das sugestões foi a de "Ondina", nome de uma deusa da mitologia que protege os mares.[carece de fontes?]
Com o fim da Revolução Federalista, em 1894, em homenagem ao então presidente da República Floriano Peixoto, o governador do estado, Hercílio Luz, mudou o nome para Florianópolis. A escolha do nome foi, contudo, uma afronta à própria população desterrense. Floriano Peixoto não era uma autoridade com popularidade na cidade e enfrentou grande resistência de seu governo em Desterro. Como a cidade era um dos principais pontos que se opunham ao presidente, este mandou um exército para a cidade para que fosse derrubada esta resistência. O nome foi dado logo após a "Chacina de Anhatomirim" ou "Tragédia de Desterro" ocorrida na fortaleza militar da ilha de Anhatomirim, ao norte da ilha de Santa Catarina, ocasião em que foram fuziladas cerca de 300 pessoas, dentre as quais oficiais do exército, juízes, desembargadores e engenheiros, três dos quais eram franceses.[20] Ainda hoje há movimentos que pedem uma nova mudança do nome devido à controvérsia.[21]
Antigas populações habitaram a ilha de Santa Catarina em tempos remotos. Existem indícios de presença do chamado Homem de Sambaqui em sítios arqueológicos cujos registros mais antigos datam de quinto 4 800 a.C. A ilha possui numerosas inscrições rupestres e algumas oficinas líticas, notadamente em várias de suas praias. Por volta do ano 1000, os povos indígenastapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos do tronco linguísticotupi provenientes da Amazônia.
No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos do tronco tupi, os carijós. Os carijós praticavam a agricultura, mas tinham, na pesca e coleta de moluscos, as atividades básicas para sua subsistência. A ilha de Santa Catarina era conhecida como Meiembipe[22] ("montanha ao longo do mar") pelos carijós. O estreito que a separa do continente era chamado Y-Jurerê-Mirim, termo que quer dizer "pequena boca d'água" e que também se estendia à própria ilha. Os carijós viriam a ser escravizados pelos colonos de origem portuguesa de São Vicente.[12]
Séculos XVI e XVII
Já no início do século XVI, embarcações que demandavam a Bacia do Prata aportavam na ilha de Santa Catarina para abastecer-se de água e víveres. Entretanto, somente por volta de 1673 é que o bandeiranteFrancisco Dias Velho, junto com sua família e agregados, deu início ao povoamento da ilha com a fundação de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis) — segundo núcleo de povoamento mais antigo do estado, ainda fazendo parte da vila de Laguna — desempenhando importante papel político na colonização da região.[carece de fontes?]
Nessa época ocorreram naufrágios de embarcações que depois foram estudadas e deram origem a dois projetos de arqueologia subaquática em Florianópolis, um no norte e outro no sul da ilha. Diversos artefatos e partes das embarcações foram recuperados pelos pesquisadores responsáveis por essas iniciativas, financiadas principalmente pela iniciativa privada.[23]
Século XVIII
A partir da vinda de Dias Velho intensificou-se o fluxo de paulistas e vicentistas, que ocuparam vários outros pontos do litoral. Em 15 de março de 1726 a povoação da ilha de Santa Catarina foi separada da vila da Laguna, sendo em 26 de março do mesmo ano elevada à categoria de vila.[24]
A ilha de Santa Catarina, por sua posição estratégica como vanguarda dos domínios portugueses no Brasil meridional, passou a ser ocupada militarmente a partir de 1737, quando começaram a ser erigidas as fortalezas necessárias à defesa do seu território. Esse fato resultou num importante passo na ocupação da ilha.[carece de fontes?]
A partir de meados do século XVIII, a ilha de Santa Catarina passou a receber uma expressiva quantidade de migrantes açorianos, que chegaram ao Brasil incentivados pela Coroa portuguesa para aliviar o excedente populacional e ocupar a parte meridional de sua colônia na América do Sul. Com a migração, prosperaram a agricultura e a indústria manufatureira de algodão e linho, permanecendo, ainda hoje, resquícios desse passado, no que se refere à confecção artesanal da farinha de mandioca e das rendas de bilro.[carece de fontes?]
Nessa época, em meados do século XVIII, verificou-se a implantação das "armações" para pesca da baleia, na Armação da Piedade, na vizinha Governador Celso Ramos, na Armação do Pântano do Sul, cujo óleo era comercializado pela Coroa fora de Santa Catarina, não trazendo benefício econômico à região.[25]
Século XIX
No século XIX, em 24 de fevereiro de 1823, Desterro foi elevada à categoria de cidade;[13] tornou-se capital da Província de Santa Catarina em 1823 e inaugurou um período de prosperidade, com o investimento de recursos federais. Projetaram-se a melhoria do porto e a construção de edifícios públicos, entre outras obras urbanas. A modernização política e a organização de atividades culturais também se destacaram, marcando inclusive os preparativos para a recepção ao imperador D. Pedro II (1845). Em outubro desse mesmo ano, ancorada a embarcação imperial nos arredores da ilha, D. Pedro permaneceu em solo catarinense por quase um mês. Neste período, o imperador dirigiu-se várias vezes à igreja (hoje Catedral Arquidiocesana), passeou pelas ruas da Vila do Desterro e, na "Casa de Governo", concedeu "beija-mão".[carece de fontes?]
Em 1891, quando o marechal Deodoro da Fonseca, por influência da Revolta da Armada, renunciou à presidência da recém-instituída república, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o poder, mas não convocou eleições após isso, contrariando o prescrito na constituição promulgada neste mesmo ano, fato que gerou duas revoltas: a Segunda Revolta da Armada (originária da Marinha, no Rio de janeiro) e a Revolução Federalista (patrocinada por fazendeiros gaúchos).[carece de fontes?]
As duas insurreições chegaram ao Desterro com o apoio dos catarinenses, entre os quais esteve Elesbão Pinto da Luz. Entretanto, Floriano Peixoto conteve-as ao aprisionar seus líderes e, com isso, restaram no domínio da cidade tão-somente simpatizantes do presidente, que, em sua homenagem, deram à capital a denominação de Florianópolis, ou seja, "cidade de Floriano". Os revoltosos, por sua vez, vieram a ser fuzilados na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim - por isso, o episódio foi chamado de Chacina de Anhatomirim. No final do século XIX, em 1898, foi fundado um importante colégio pela Congregação das Irmãs da Divina Providência, o Colégio Coração de Jesus.[carece de fontes?]
Século XX
A cidade, desde o entrar do século XX, passou por profundas transformações. A construção civil fez-se um dos seus principais suportes econômicos. A implantação das redes básicas de energia elétrica, do sistema de fornecimento de água e da rede de esgotos somou-se à construção da Ponte Hercílio Luz, tudo a assinalar o processo de desenvolvimento urbano. Além disso, em 1943 foi anexada ao município a parte continental, antes pertencente à vizinha São José.[carece de fontes?]
Ao final do século XX — nas três últimas décadas, principalmente —, a ilha experimentou singular afluência de novos moradores, iniciada com a transferência da sede da Eletrosul do Rio de Janeiro para o centro da ilha, com sede fixada no bairro Pantanal, e com a instalação do campus da Universidade Federal de Santa Catarina na Trindade.[carece de fontes?]
Os bairros mais afastados da ilha também foram objeto de intensa urbanização. Surgiram novos bairros, tal como Jurerê Internacional, de alto nível socioeconômico, enquanto em alguns pontos começou uma ocupação desordenada, sem o devido zelo com respeito a obras de urbanização.[carece de fontes?]
No início do século XXI a cidade passou a ter um dos piores trânsitos do Brasil, com um veículo para menos de dois habitantes, número que no verão aumenta gradativamente com a chegada dos turistas.[26][27]
Florianópolis é uma das três capitais do Brasil situadas em ilhas (as outras duas são Vitória e São Luís). Localiza-se no leste do estado de Santa Catarina e é banhada pelo Oceano Atlântico. Grande parte de seu território (97,23%) está situado na ilha de Santa Catarina, que está situada de forma paralela ao continente, separada dele por um estreito canal, e possui uma forma alongada e estreita, com comprimento médio de 55 km e largura média de 18 km. Com litoral bastante recortado, possui várias enseadas, pontas, ilhas, baías e lagoas. A área total do município, compreendendo a parte continental e a insular, é de 675,41 km². Seu relevo é formado por cristas montanhosas e descontínuas, servindo como divisor de águas da ilha. O ponto mais alto da ilha é o morro do Ribeirão, com 532 metros de altitude. Paralelamente às montanhas, surgem esparsas planícies em direção leste e na porção noroeste da ilha. Na face leste da ilha, há presença de dunas formadas pela ação do vento.
Considerava-se que Florianópolis tinha 42 praias, sendo este durante décadas um dos slogans do município e ainda muito citado. Por encomenda do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), realizou-se, pela primeira vez, um levantamento completo sobre as praias da capital catarinense, no qual foram mapeadas mais de 100 praias. Como o objetivo do trabalho era toponímico, para cumprir a lei municipal que determinava a sinalização de todas as praias, ficaram de fora mais de uma dezena que, de tão desconhecidas, nem possuíam denominação. Os testes de balneabilidade mostram que muitas estão impróprias para banho, principalmente no continente, mas também em praias conhecidas da ilha.[35]
O clima em Florianópolis é subtropical úmido (do tipo Cfa de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger). A temperatura média anual é de 21 °C; o verão é morno e abafado e o inverno é fresco. Durante o ano inteiro as precipitações são bem distribuídas. Ao longo do ano, normalmente, a temperatura mínima nos meses mais frios é de 13 °C e a temperatura máxima nos meses mais quentes é de 29 °C e raramente são inferiores a 8 °C ou superiores a 34 °C.[36]
Maiores acumulados de precipitação em 24 horas registrados em Florianópolis por meses (INMET)[37][38]
Mês
Acumulado
Data
Mês
Acumulado
Data
Janeiro
148,4 mm
19/01/1951
Julho
241,9 mm
22/07/1973
Fevereiro
227,4 mm
22/02/1994
Agosto
103,9 mm
17/08/1977
Março
187,1 mm
22/03/1978
Setembro
123 mm
06/09/1977
Abril
207,9 mm
23/04/1936
Outubro
118 mm
01/10/2001
Maio
253 mm
19/05/2010
Novembro
404,8 mm
15/11/1991
Junho
82,2 mm
18/06/1932
Dezembro
207 mm
20/12/2022
Período: 1931-1983 e 1987-presente
Florianópolis apresenta características climáticas inerentes ao litoral sul-brasileiro. As estações do ano são bem caracterizadas, verão e inverno são relativamente definidos, sendo o outono e primavera estações de transição com características semelhantes. É a quarta capital mais fria do país, ficando atrás apenas de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.[39] A ilha de Santa Catarina sofre muita influência dos ventos, principalmente do quadrante Sul, comumente mais frios e secos, o que faz com que a sensação térmica no inverno geralmente seja inferior às temperaturas mínimas registradas.
A precipitação é bastante significativa e bem distribuída durante o ano. A precipitação normal anual é superior a 1 700 milímetros (mm). Não existe uma estação seca, porém o verão é normalmente a estação que apresenta o maior índice pluviométrico (Hermann et alii, 1986). Elevadas precipitações ocorrem em janeiro e fevereiro, acima de 200 mm mensais, enquanto nos meses de abril a agosto ocorrem os valores mais baixos, entre 70 mm e 140 mm.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1931 a 1983 e a partir de 1987, a menor temperatura registrada em Florianópolis foi de 0,9 °C em 30 de agosto de 1958 e a maior atingiu 40 °C em 3 de janeiro de 2019, batendo o recorde anterior de 38,8 °C em 10 de fevereiro de 1973. O maior acumulado de precipitação observado em 24 horas alcançou 404,8 mm em 15 de novembro de 1991. Outros acumulados iguais ou superiores a 200 mm foram: 253 mm em 19 de maio de 2010, 241,9 mm em 22 de julho de 1973, 227,4 mm em 22 de fevereiro de 1994, 216,4 mm em 1 de fevereiro de 2008, 207,9 mm em 23 de abril de 1936, 207 mm em 20 de dezembro de 2022, 206,6 mm em 25 de dezembro de 1995, 206,1 mm em 15 de novembro de 1957, 203,4 mm em 16 de dezembro de 2008.[37][38]
Em Florianópolis ocorrem naturalmente basicamente três grandes grupos de vegetação, todos considerados dentro do biomaMata Atlântica.[31] São eles, de acordo com o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis: floresta ombrófila densa; manguezal e restinga.[31] Cada tipo de vegetação por sua vez apresenta diferentes subtipos e estágios de evolução, sendo que graças ao relevo acidentado da ilha de Santa Catarina, os diferentes ecossistemas presentes são enriquecidos ainda mais por diferentes elementos geográficos, como lagoas, lagunas, rios, dunas, costões rochosos e praias, tornando a cidade riquíssima em paisagens naturais. Apesar da maior parte da vegetação original de Florianópolis ter sido destruída pela agricultura ao longo dos séculos, paradoxalmente, o processo de urbanização da cidade, que evoluiu a partir das décadas de 40 e 50 do século XX, fez com que a maior parte das atividades agrícolas extensivas fossem abandonadas, afastando o desmatamento de várias áreas, principalmente seus morros.[31]
Através de uma extensa pesquisa realizada em 2013, Florianópolis foi considerada a segunda capital brasileira com maior área de Mata Atlântica preservada de acordo com os critérios da Fundação SOS Mata Atlântica, ocupando 26% do seu território.[41] A cidade conta com várias áreas naturais legalmente protegidas,[42] que também integram a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, um importante conjunto de áreas prioritárias para conservação a nível mundial instituídas pela UNESCO/ONU.[43] Devido esta característica, a cidade tem sido cogitada para receber também o título internacional de Reserva da Biosfera Urbana.[43] Apesar da proteção legal de muitas áreas, várias ainda se encontram ameaçadas por atos ilegais como construções irregulares, esgoto e poluição de diferentes tipos.[42] Além disso, a cidade conta ainda com regiões naturais importantes sem proteção legal significativa, como a planície alagável do Pântano do Sul, Dunas dos Ingleses,Dunas do Santinho e outros locais onde há proposta de se criar novas Unidades de Conservação.[42]
Vista aérea e por satélite das regiões central e continental de Florianópolis e da parte conurbada da Região Metropolitana.
De acordo com estimativa do IBGE de 2022, havia 537 211 pessoas na cidade, e a densidade de população era de 796,05 habitantes por quilômetro quadrado.[47] Florianópolis e Vitória no Espírito Santo, são as únicas capitais no Brasil que não são as cidades mais populosas de seus respectivos estados.
Em 2022, a população de Florianópolis possuía a seguinte distribuição por cor ou raça: 410.298 pessoas brancas (76,38%), 87.542 pardas (16,3%), 35.813 negras (6,67%), 2.398 amarelas (0,45%) e 1.148 indígenas (0,21%).[48]
O total de eleitores do município de Florianópolis era em julho de 2011[52][53] de 316 621, divididos em quatro zonas eleitorais: zona 12 - 61 720; zona 13 - 56 574; zona 100 - 118.485 e zona 101 - 76 554. O ex-prefeito da cidade foi Gean Marques Loureiro, que tomou posse no dia 1 de janeiro de 2017.[54]Foi reeleito em 2020, com 53,46% dos votos válidos, no primeiro turno das eleições municipais[55] e deixou o cargo de prefeito dia 31 de março de 2022[56], visando a eleição ao governo do estado. Com a renúncia de Gean, foi empossado o até então vice-prefeito Topázio Neto.
De acordo com estatísticas de 2002, as atividades agrícolas representaram 0,05%, a fabricação representa 3,41% e o setor do comércio e serviços 96,54% da economia de Florianópolis. O turismo é uma das bases da economia local e muitos habitantes e turistas vão para a cidade em busca de sua beleza singular, além dos fortes traços da cultura açoriana, observada na arquitetura, folclore, tradições culinárias e religiosas. Suas restrições ambientais sobre a construção e desenvolvimento comercial têm sido relativamente rigorosas, ajudando a cidade a manter o seu caráter original.[60]
Entre 1970 e 2004, a população de Florianópolis triplicou de tamanho, assim como o número de favelas. Mas a economia local cresceu cinco vezes e a renda também aumentou como consequência. Enquanto muitas cidades brasileiras se estão esforçando para tirar seus rendimentos da indústria e dos serviços, Florianópolis está tendo sucesso em outras áreas. Graças em parte a uma regra federal que por décadas barrou a indústria pesada na ilha, houve a fundação de várias universidades públicas e privadas que fazem desta uma das cidades mais acadêmicas do Brasil.
Para atender às demandas de seu público acadêmico, a cidade investiu pesadamente em estradas e escolas, sendo agora bem classificada em diferentes aspectos do desenvolvimento, como alfabetização (97 por cento) e eletrificação (perto de 100 por cento). Ao final de 1990, as empresas privadas foram migrando para a ilha, ou emergindo das "incubadoras" da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre as inovações que eclodiram da cidade estão a criação da urna eletrônica brasileira, que tornaram as eleições brasileiras livres de fraudes e eficientes. As autoridades locais dizem agora que o seu objetivo é tornar a região o "Vale do Silício brasileiro".[61]
Além de suas praias de areia branca, Florianópolis oferece muitas atrações históricas, incluindo os locais dos colonos açorianos originais, a Lagoa da Conceição e Santo Antônio de Lisboa. O turismo em Florianópolis tem crescido significativamente nos últimos anos, com um número crescente de visitantes vindos de outras grandes cidades no Brasil (especialmente Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro), bem como de outros países da América do Sul (em especial a Argentina, com voos diretos oferecidos diariamente a partir Buenos Aires).[62]
Além disso, um número maior de turistas de outras regiões também começaram a visitar a ilha (particularmente da Europa e dos Estados Unidos). À medida que o número de visitantes cresce a cada ano, Florianópolis enfrenta o desafio constante de garantir que sua infraestrutura e recursos limitados sejam atualizados para acomodar todos os turistas adequadamente. Entre os problemas particularmente preocupantes estão a falta de saneamento básico em algumas áreas, que muitas vezes drenam o esgoto diretamente para o oceano, o que polui as praias que atraem tantos visitantes.
Florianópolis tem sua economia alicerçada principalmente no setor de tecnologia da informação e comunicação. Conforme dados oficiais de 2013, conta com um polo de base tecnológica de mais de 600 empresas de software,[63] hardware e serviços de alta tecnologia, sendo este setor o maior arrecadador de impostos e responsável por mais de 45% do PIB no município.[64][65]
Turismo
Considerada por muitos habitantes e turistas que a visitam como detentora de uma beleza singular, dotada de fortes traços da cultura açoriana, observados nas edificações, artesanato, no folclore, culinária e nas tradições religiosas, Florianópolis tem no seu turismo diversificado uma de suas principais fontes de renda. Presentemente, dentre os atrativos turísticos, além das praias, têm importância particular as localidades onde se instalaram as primeiras comunidades de imigrantes açorianos, como Ribeirão da Ilha, Lagoa da Conceição, Santo Antônio de Lisboa e o próprio centro histórico. Ocorrem diversos eventos na cidade ao longo do ano inteiro, merecendo destaque pela sua peculiaridade, relevância econômica, projeção e consistência: a Festa Nacional da Ostra (FENAOSTRA) e o Ironman. Sedia, anualmente, a única etapa latino-americana do campeonato mundial de triatlo radical.
A Praça XV de Novembro é o principal ponto de convergência da cidade. Destaca-se por seus valores arquitetônicos, culturais e comportamentais. Este logradouro existe com notável relevo desde a fundação de Florianópolis, época em que a ilha nem sequer se denominava Desterro. Tudo começou por intermédio do fundador, Francisco Dias Velho, que, no ponto local mais elevado, estabeleceu sua moradia e, ao lado desta, ergueu sua então denominada "casa de reza" (a atual Catedral Metropolitana). Somados a seus valores interiores, neste ponto principal do centro urbano se veem, além da bela e famosa figueira centenária, vários monumentos e hermas que reverenciam acontecimentos e vultos da história catarinense e brasileira. A Praça XV mostra, em seu derredor, construções históricas que não raro serviram para sediar governos que delas ditavam leis às gentes ilhoa e barriga-verde.
O Aeroporto Internacional Hercílio Luz[66] de Florianópolis firmou-se, nas últimas temporadas de verão, como um dos principais destinos brasileiros de turistas domésticos e internacionais. Recebe mais de 3,5 milhões de passageiros por ano. Um novo terminal de passageiros foi inaugurado em 2019, após a concessionária Floripa Airport assumir a gestão do aeroporto, o que deve aumentar ainda mais o movimento.[67][68] O transporte marítimo é pouco utilizado no município, exceto em função do turismo. No entanto, existem linhas regulares de transporte lacustre na Lagoa da Conceição, ligando a localidade da Costa da Lagoa — isolada por terra — à sede do distrito e à margem oposta da Lagoa.[69]
Florianópolis tem a pior malha viária entre as 27 capitais brasileiras e a segunda pior do mundo num universo de 164 núcleos urbanos, conforme pesquisa da Universidade de Brasília (UnB, 2006),[70] com dados atualizados em 2015. Um dos principais critérios para a elaboração do ranking foi o valor de integração para cada uma das vias das cidades analisadas, isto é, a representação numérica do quão acessível é cada rua ou avenida em relação às demais.[71]
No transporte rodoviário há a Estação Rodoviária Rita Maria. No transporte público em Florianópolis é realizado principalmente através de ônibus. Destaca-se o Sistema Integrado de Mobilidade, formado por seis Terminais de Integração: na região central, o TICEN – Terminal de Integração do Centro e o TITRI – Terminal de Integração da Trindade; no leste o TILAG – Terminal de Integração da Lagoa; no sul o TIRIO – Terminal de Integração do Rio Tavares; e no norte o TISAN – Terminal de Integração de Santo Antonio e o TICAN – Terminal de Integração de Canasvieiras. Outros três terminais foram construídos mas nunca usados.[72][73]
Nesse sistema, as linhas alimentadoras ligam os bairros aos terminais regionais, que por sua vez se ligam a outros terminais de integração (com ênfase ao TICEN, principal terminal urbano da cidade) pelas linhas principais. Ainda existe em Florianópolis o chamado Transporte Executivo, cujos ônibus são mais confortáveis e mais caros, que não possui pontos de parada predefinidos. O sistema de ônibus de Florianópolis é operado pelas empresas Transol, Estrela-Insular, Emflotur-Biguaçu, e Canasvieiras, que formam o Consórcio Fênix. É também intenso o tráfego de ônibus coletivos vindos dos municípios vizinhos. O sistema intermunicipal urbano, que atende à região metropolitana, é operado por cinco empresas, sendo duas do grupo de empresas do Consórcio Fênix - Estrela e Biguaçu - e outras três distintas - Jotur, Santa Terezinha e Imperatriz. Além disso, as linhas intermunicipais, interestaduais e internacionais, têm operação no Terminal Rodoviário Rita Maria.[74]
Florianópolis é atendida com a rede de distribuição da Celesc e rede de transmissão da Eletrosul. É a sede de diversas empresas de energia, onde se destacam Eletrosul e Tractebel, além de empresas menores como BAESA, Enercan, Foz do Chapecó, Maesa e TSLE. Conta também com uma unidade do ONS.
Planejamento urbano
Florianópolis, apesar de suas particularidades, não é um caso extremo em comparativo com a realidade brasileira no que diz respeito ao processo histórico de planejamento urbano, ainda que a precariedade de alguns aspectos de sua infraestrutura urbana possa denotar o contrário. Como largamente discutido dentre pesquisadores em planejamento urbano,[75][76] o Brasil está marcado em sua história urbana por experiências de planejamento pontuais e/ou reformas de cunho infraestrutural ou paisagístico. Excetuando-se o planejamento e execução de cidades novas, a política urbana foi ser nacionalizada somente nos anos 1960,[77] o que pode ser visto em Florianópolis.
Na capital catarinense, os primeiros traços de planejamento puderam ser vistos nos núcleos de fundação dos séculos XVIII e XIX, de claro padrão da colonização portuguesa[78] Posteriormente, foram realizadas reformas higienistas e de infraestrutura, especialmente no início do século XX, que alteraram a configuração urbana principalmente do centro da cidade. Estas reformas tiveram como principal consequência a segregação socioespacial de determinados grupos e também a deterioração da condição ambiental de rios e mananciais que cruzavam a região central neste período. A cidade, muito desarticulada neste momento, dependia da relação entre continente e o centro insular, por via do transporte marítimo e da ponte Hercílio Luz.[79]
Consequentemente, foi elaborado o primeiro plano diretor da cidade, no ano de 1954 por um escritório de urbanismo sediado em Porto Alegre. De cunho funcionalista e com poucas considerações sobre a configuração urbana já existente, o plano previa zoneamento e diretrizes para sua aplicação na área insular, visando um reforço do centro como vetor do crescimento em detrimento das zonas continentais. Sua versão final, no entanto, nunca foi aplicada.[80] Nas décadas de 1960 e 1970, já sob a égide da ditadura militar, ficou a cargo do urbanista Luís Felipe Gama D’Eça a releitura do plano anterior e a elaboração de um novo, que foi finalizado em 1976 com características regionalizantes e também de metropolização da ilha, de acordo com algumas das premissas do planejamento da Serviço Federal de Habitação e Urbanismo.[75][77] No entanto, Gama D’Eça, que constituiu um plano de caráter modernista, racionalista e desenvolvimentista, foi excluído do processo de implantação do plano e da criação do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), preconizado por ele e fundado em 1977.[80][81] Porém, mesmo com as significativas obras e reformas implementadas pelos militares nas décadas de 1970 e 1980, na prática o plano pouco alterou a dinâmica urbana local e os usos dados à cidade.[80]
Neste contexto foi elaborado o plano de 1997. Possuindo características neoliberais, mas sendo o primeiro elaborado integralmente pela equipe do IPUF, mostrou-se contraditório em seus referenciais e sofreu críticas tanto de técnicos quanto da população. Já em 2001, com a promulgação do Estatuto da Cidade, percebeu-se a necessidade da elaboração de um novo plano, menos tecnocrático.[80] A elaboração e implantação do plano já sob a égide desta lei e com orientação do Ministério das Cidades se mostrou conturbada e com diferentes processos: em um primeiro momento, por via de um processo participativo distribuído geograficamente, sendo substituído por um elaborado por uma consultoria privada de origem argentina e sofrendo várias alterações na câmara de vereadores e uma aprovação com diversos conflitos, entre os anos de 2013 e 2014.[82][83]
Desde aprovado, este Plano Diretor foi alvo de análises, críticas e reivindicações, especialmente por setores da sociedade civil e pesquisadores da área de planejamento urbano.[84] Desde 2014 tem sido alvo de disputas jurídicas dentre diferentes instâncias governamentais, como o município de Florianópolis, o Ministério Público Federal e o Superior Tribunal de Justiça.[85]
Cultura
Teatro
Há três teatros de médio e grande portes em Florianópolis: o Teatro Ademir Rosa, localizado no Centro Integrado de Cultura (CIC),[86] o Teatro Álvaro de Carvalho (TAC),[87] na Praça Pereira Oliveira e o Teatro Governador Pedro Ivo, situado no Centro Administrativo do Estado (SC 401). Existem ainda salas menores como o Teatro da Igrejinha na Universidade Federal de Santa Catarina, Teatro da UBRO, Teatro Armação, a sala de teatro do SESC e espaços teatrais alternativos como a Casa de Máquinas do Casarão da Lagoa, todas na parte insular da cidade.
A cidade tem sua academia de letras, a Academia Desterrense de Letras, cujo patrono é o poeta Cruz e Sousa, localizada no Centro Integrado de Cultura (CIC), que também abriga a Biblioteca Pública de Santa Catarina, a maior e mais antiga do estado. Na cidade também está sediada a Academia Catarinense de Letras, fundada em 1920.
Cruz e Sousa (1861-1898), poeta natural de Florianópolis, foi expoente do simbolismo no Brasil, marcado pela publicação em 1893 de Missal e Broquéis.
Em Florianópolis estão sediadas as seguintes orquestras: Orquestra Filarmonia Santa Catarina; Orquestra Sinfônica de Santa Catarina (OSSCA);[91] Orquestra Sinfônica de Florianópolis;[92]Camerata Florianópolis; Orquestra Sinfônica das Comunidades (OSCOM);[93] Orquestra Experimental do Instituto Federal de Santa Catarina (OEXP)[94] e Orquestra de Cordas da Ilha.[95]
Desde 2013 a Orquestra de Baterias de Florianópolis reúne anualmente centenas de bateristas para tocar em conjunto em pontos históricos da cidade, considerada pela organização "o maior encontro de baterias das Américas".[96] Em 2019 ocorreu sua maior edição, contando com 590 bateristas na Passarela Nego Quirido.[97]
Cinema
No passado, Florianópolis tinha diversas salas em vários pontos do Centro da cidade, as quais foram desaparecendo com o tempo e as mudanças sociais e tecnológicas. O primeiro deles foi o Cassino, que mudou várias vezes de nome, sendo depois o Cine Glória, o Cine Imperial, o Cine Coral e depois Cine Carlitos. Hoje seu prédio abriga serviços públicos da prefeitura.[98] Outras eram o Cine Rex, mais tarde renomeado como Cine Ritz, o Cine Roxy, o Cine Odeon - este no Teatro Álvaro de Carvalho - o Cine Cecomtur, o Cine Palace, o Cine Lido e o Cine São José - neste último estreou o primeiro longa-metragem catarinense, O Preço da Ilusão, inteiramente filmado na cidade.[99][100]
Na atualidade, as salas de cinema comerciais ficam dentro dos shopping centers da cidade, pertencendo a grandes redes. Como a maior parte dos shoppings fica na região mais central da cidade, apenas recentemente as primeiras salas de cinema abriram no norte e sul da Ilha, mas também dentro de centros comerciais recém-abertos dessas regiões.[101][102][103]
Diferentes esportes, coletivos e individuais, possuem destaque na história de Florianópolis. Anualmente se disputam na cidade etapas do Ironman,[104] além de maratonas e outras provas, como a Volta à Ilha, maior corrida de revezamento por equipe em extensão da América Latina.[105]
Gustavo Kuerten, o Guga, nasceu na cidade e é considerado o maior tenista masculino brasileiro de todos os tempos, tendo sido vencedor de três torneios de Roland Garros, um dos Grand Slam, e alcançado o topo do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Por sua carreira, foi condecorado com posição no Hall da Fama da ATP.[106] Graças a fama de Guga, Florianópolis tornou-se um polo da modalidade e recebeu diversos torneios, como a Copa Davis e a Fed Cup (atual Copa Billie Jean King).[107][108]
Como a cidade é principalmente localizada em uma ilha cercada de outras pequenas ilhas, é uma de suas atrações como atividades esportivas o mergulho livre e autônomo. As localidades mais frequentadas para este esporte são a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e a ilha do Campeche. Outros esportes relacionados a água são populares, como o remo, cujo auge foi no período anterior ao aterro da Baía Sul.[115] Porém, ainda hoje, há três clubes principais que formam atletas nas principais categorias disputadas: Clube de Regatas Aldo Luz; Clube Náutico Francisco Martinelli e Clube Náutico Riachuelo. Estas equipes formaram atletas brasileiros que disputaram os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, como Gibran Vieira da Cunha, Fabiana Beltrame, que em 2004 foi a primeira remadora brasileira a participar das Olímpiadas, e Josiane Lima, que com o bronze nas Paralimpíadas de 2008 conquistou a primeira medalha olímpica do Brasil no esporte.[116] Os três ficam sediados no Parque Náutico Walter Lang, no Centro, em frente ao estreito entre as baías.
Na natação, o grande destaque foi Fernando Scherer, o Xuxa, que conquistou diversas medalhas e recordes mundiais e olímpicos. Ainda na água, o surfe também é bastante popular entre profissionais e amadores, com dezenas de praias com ondas adequadas[117] e um clima variado que ajuda na adaptação de surfistas brasileiros, que precisam enfrentar águas frias em competições mundiais.[118] A cidade recebeu diversas competições da modalidade, incluindo etapas do WCT, a primeira divisão do surfe masculino, em 1986, 1987 e 1989, na Joaquina, e também do WQS, a segunda divisão, que teve dois bicampeões locais, os irmãos Teco Padaratz, nos anos 1990, e Neco Padaratz, nos anos 2000. Além deles, Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial do WCT em 2018, é radicado na cidade desde 2010.[119]
Um esporte cujas equipes locais tiveram teve grande destaque nacional foi o voleibol, primeiramente com a equipe masculina da Unisul, a partir do final da década de 1990. Após conquistar a temporada 2003–04 da Superliga, a equipe transferiu-se para a cidade vizinha de São José e depois para Joinville, onde ficou até a Unisul encerrar o time. Em 2005, Florianópolis passou a ser representada na Superliga Masculina pela Cimed, fundada naquele ano. Esta participou de seis edições da Superliga, sendo finalista em cinco delas e conquistando quatro títulos, o primeiro em 2005-06, o segundo em 2007-08, o terceiro em 2008-09 e o quarto em 2009-10, além do Sul-Americano de 2009. O time continuou por mais um ano após a saída da Cimed em 2012, com o nome de Super Imperatriz Volêi, até ser desativado.
O automobilismo teve seus momentos: a cidade não tem um autódromo, mas entre 1986 e 1997, um circuito de rua era feito no Centro, recebendo provas da Fórmula 2 Sul-Americana, da Fórmula 3 Sul-Americana e da Fórmula Ford. Um outro circuito de rua foi feito no início dos anos 2000 na Via Expressa Sul, onde aconteceram edições da Copa Clio e da Fórmula Renault.[120][121] Além dessas competições, sete edições do Desafio Internacional das Estrelas, uma competição amistosa de kart, foram realizadas na cidade, no Kartódromo dos Ingleses e na Arena Sapiens Park, que foi construída para o evento, atraindo grandes estrelas dos esportes a motor.[122]
Futebol
O Estádio Orlando Scarpelli e o Estádio Aderbal Ramos da Silva, a Ressacada, são os dois grandes estádios de futebol de Florianópolis.
O esporte mais popular do Brasil, o futebol, teve diversos representantes ao longo dos anos, tanto no masculino quanto no feminino. Dois clubes profissionais de futebol masculino se mantiveram até hoje e juntos possuem 36 títulos catarinenses, o que é um recorde no estado. Desde 1924, disputam o chamado "Clássico de Florianópolis".
O Avaí foi fundado em 1923 e tem como cores o azul e o branco. É conhecido como "o Leão da Ilha" ou "o Time da Raça". Joga no bairro Carianos, no estádio Aderbal Ramos da Silva, mais conhecido como "Ressacada". Teve em seu plantel jogadores famosos no Brasil inteiro, como Zenon, Lico e Renato Sá, todos catarinenses. Foi campeão brasileiro da Série C em 1998, sendo a primeira equipe catarinense a vencer uma das divisões do Campeonato Brasileiro, e também foi campeão do Campeonato Catarinense por 18 vezes, a última em 2021. Na maior parte dos anos 2000 o clube permaneceu na Série B nacional, até 2008, quando subiu pela primeira vez nos pontos corridos, e desde então o clube alternou entre a primeira e a segunda divisão, tendo destaque para a campanha de 2009, quando terminou a Série A na sexta colocação, a melhor posição de um clube catarinense na competição. Em 2023 disputa a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.[123]
O Figueirense foi fundado em 1921 e tem como cores o preto e o branco. Apelidado por seus torcedores de "Figueira", também é conhecido como "O Furacão do Estreito", "A Máquina do Estreito" ou "Esquadrão de Aço" - o bairro Estreito, na parte continental da cidade, é onde fica localizado o estádio onde joga a equipe, o estádio Orlando Scarpelli. Conquistou 18 vezes o título estadual, sendo o mais recente o de 2018, o que faz dele o maior vencedor do Campeonato Catarinense junto do seu rival Avaí. Em 2007, tornou-se o primeiro clube da capital a chegar a uma final nacional, sendo vice-campeão da Copa do Brasil. Atualmente o clube faz parte da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro, tendo também alternado entre a Série A e a Série B desde 2009, sendo que no período de 2002 a 2008 esteve consecutivamente na Série A, o que nenhum outro clube catarinense jamais conseguiu.[124]
Além dos dois, outros três clubes de futebol masculino da cidade venceram Campeonatos Catarinenses: o Externato em 1925, o Atlético Catarinense em 1934 e o Paula Ramos em 1959.[125] Destas, o Atlético, equipe relacionada ao Exército, encerrou as atividades;[126] o Externato se afastou do futebol de campo, se fundindo mais tarde com o rival Internato - ambos originaram-se no Colégio Catarinense - formando a Associação Desportiva Colegial, que ganhou destaque no futebol de salão; e o Paula Ramos Esporte Clube existe até hoje, não tendo mantido o departamento de futebol, mas sendo ainda ativo em outros esportes - com destaque para a parceria de sucesso com o Figueirense no futebol 7: o Figueirense/Paula Ramos, cuja equipe feminina é tricampeã mundial e já conquistou todos os títulos da modalidade.[127][128]
No futebol feminino, Florianópolis tem duas equipes profissionais: após tentativas tímidas de ter uma equipe profissional,[129] o Avaí fez parceira com o Kindermann, clube de Caçador, formando o Avaí/Kindermann,[130] equipe que venceu as quatro últimas edições do Campeonato Catarinense, sido finalista do Campeonato Brasileiro em 2020 e participado da Copa Libertadores de 2020 e 2021.[131][132] Com o fim das atividades do Kindermann, o Avaí assumiu a gestão da equipe integralmente.[133] A outra equipe da cidade é o Açores, que se profissionalizou recentemente e disputou o Campeonato Catarinense de 2021.[134]
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