Florence Ashley

Florence Ashley
Nacionalidade canadense
Alma mater Universidade McGill (BA e MA)
Universidade de Toronto (PhD)
Ocupação
Empregador(a) Universidade de Alberta
Ideias notáveis cunhou o termo "modalidade de gênero"

Florence Ashley é ativista canadense e trabalha como docente de Direito na instituição acadêmica da Universidade de Alberta, no Canadá.[1][2] Especialista em direito trans e bioética, possui inúmeras publicações acadêmicas, incluindo um livro sobre a lei e a política de proibição de práticas de conversão de transgêneros.[3] Florence foi a primeira pessoa com identidade de gênero neutro na Suprema Corte do Canadá.[2] Posteriormente, conquistou o prêmio SOGIC Hero Award da Canadian Bar Association.[4]

Primeiros anos e educação

Ashley se assumiu trans e fez a transição de gênero em 2015.[5] Sendo assim, é utilizado o They singular em terceira pessoa do inglês como pronome de tratamento neutro.[6]

Ashley estudou na Universidade McGill em Montreal, Canadá, onde se graduou como Bacharelato em Direito Civil e o Juris Doctor em 2017, além do Mestrado em Direito em bioética em 2019. Posteriormente, obteve o título de Doctor of Juridical Science pela Faculdade de Direito da Universidade de Toronto em 2023, onde também foi Junior Fellow do Massey College.[7][8]

Carreira

Em 2019, Ashley se tornou a primeira pessoa na Suprema Corte do Canadá com identidade de gênero neutro, onde serviu no Poder Judiciário ao lado de Sheilah Martin.[9][5] No mesmo ano, a Ordem dos Advogados do Canadá concedeu o prêmio SOGIC Hero Award paraa Ashley.[1] Em 2023, retornou à Faculdade de Direito da Universidade de Alberta para trabalhar como docente.[10]

O trabalho de Ashley foi citado nos Padrões de Cuidados para a Saúde de Pessoas Transgênero e de Gênero Diversificado, Versão 8, da Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero.[11]

Em 2022, Ashley publicou o livro Banning transgender conversion practices: a legal and policy analysis.[12] O livro trata sobre terapia de reorientação sexual para pessoas transgêneros e estuda como estas pessoas podem ser legalmente proibidas e qual impacto essa proibição teria nos países que decidirem implementar essas leis. Ashley acredita que a terapia de reorientação precisa desaparecer e que uma proibição formal melhora a situação sem resolver totalmente o problema.[13] É mencionado o Centro de Dependência e Saúde Mental de Toronto como um exemplo de práticas tão ruins que serviram de precedente para a proibição da terapia de reorientação na província de Ontário.[12]

Ashley cunhou o termo "modalidade de género",[14][15] que é cada vez mais citado e aplicado na literatura sobre saúde trans[16] e educação,[17] e pelos governos e tribunais.[18][19]

Em 2023, Ashley foi um dos 21 membros nomeados para o grupo de desenvolvimento de diretrizes da Organização Mundial da Saúde sobre a saúde de pessoas trans e de gênero diverso,[20] mas em 15 de janeiro de 2024, não esteve mais na lista de membros do grupo devido a um conflito de agenda.[21]

Obras publicadas

Livros

Artigos acadêmicos

Ensaio

Referências

  1. a b Chouinard, Maryse (5 de fevereiro de 2019). «En-"gendering" change». National Magazine (em inglês). Canadian Bar Association. Consultado em 12 de outubro de 2024 
  2. a b «Florence Ashley | Directory@UAlberta». www.ualberta.ca (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 8 de julho de 2023 
  3. «Banning Transgender Conversion Practices». UBC Press (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 10 de abril de 2022 
  4. «Florence Ashley, LL.M., Receives the Sexual Orientation and Gender Identity Community Section Hero Award». www.cba.org (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 6 de novembro de 2021 
  5. a b «"À mon partenaire: avant de te rencontrer, je ne me pensais pas capable d'être trans et amoureuse"». Le Huffington Post (em francês). 8 de junho de 2019. Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 4 de novembro de 2021 
  6. «Banning transgender conversion practices: Florence Ashley's first book is an important legal and policy guide to eradicating them.». www.nationalmagazine.ca (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 28 de setembro de 2022 
  7. «Florence Ashley | University of Toronto Faculty of Law». law.utoronto.ca (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2022 
  8. «Dis son pronom: les mots de la non-binarité». Le Devoir (em francês). 6 de julho de 2021. Consultado em 12 de outubro de 2024 
  9. «Florence Ashley, JD, LLM». Center for Applied Transgender Studies (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 4 de novembro de 2021 
  10. «Five distinguished legal scholars appointed to Faculty of Law». www.ualberta.ca (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 8 de julho de 2023 
  11. Coleman, E.; Radix, A. E.; Bouman, W. P.; Brown, G. R.; de Vries, A. L. C.; Deutsch, M. B.; Ettner, R.; Fraser, L.; Goodman, M. (19 de agosto de 2022). «Standards of Care for the Health of Transgender and Gender Diverse People, Version 8». International Journal of Transgender Health (em inglês). 23 (sup1): S1–S259. ISSN 2689-5269. PMC 9553112Acessível livremente. PMID 36238954. doi:10.1080/26895269.2022.2100644 
  12. a b «A new book on conversion practices examines exactly what trans people need from lawmakers». xtramagazine.com (em inglês). 6 de abril de 2022. Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 2 de outubro de 2022 
  13. «Banning transgender conversion practices: Florence Ashley's first book is an important legal and policy guide to eradicating them.». www.nationalmagazine.ca (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024 
  14. Ashley, Florence (2022). «'Trans' is my gender modality». In: Erickson-Schroth. Trans Bodies, Trans Selves (em inglês). Oxford, U.K.: Oxford University Press. ISBN 9780190092726 
  15. Ashley, Florence; Brightly-Brown, Shari; Rider, G. Nic (13 de junho de 2024). «Beyond the trans/cis binary: introducing new terms will enrich gender research». Nature (em inglês). 630 (8016): 293–295. Bibcode:2024Natur.630..293A. doi:10.1038/d41586-024-01719-9Acessível livremente 
  16. Streed, Carl G; et al. (8 de julho de 2021). «Assessing and Addressing Cardiovascular Health in People Who Are Transgender and Gender Diverse: A Scientific Statement From the American Heart Association». Circulation (em inglês). 144 (6): e136–e148. PMC 8638087Acessível livremente. PMID 34235936. doi:10.1161/CIR.0000000000001003. Consultado em 12 de outubro de 2024 
  17. «Transgender and Nonbinary Identities». Gender Identity (em inglês). Planned Parenthood. Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 11 de junho de 2019 
  18. «Classification of cisgender, transgender and non-binary». Standards, Data Sources, and Classifications: Statistical Classifications (em inglês). Statistics Canada. Consultado em 19 de junho de 2024. Arquivado do original em 12 de junho de 2024 
  19. Michel v. Graydon, 2 SCR. Consultado em 12 de outubro de 2024.
  20. «WHO announces the development of a guideline on the health of trans and gender diverse people». www.who.int (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2024 
  21. «Who guidelines on the health of trans and gender diverse people» (PDF). World Health Organization (WHO) (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024. Arquivado do original (PDF) em 17 de janeiro de 2024