Flavio Calle Zapata (San Andrés de Cuerquia, 18 de fevereiro de 1944) é prelado colombiano da Igreja Católica Romana. É arcebispo emérito de Ibagué, a qual governou de 2003 a 2019. Anteriormente, serviu como incumbente da Prelazia de Alto Sinu, de 1989 a 1993 e bispo de Sonsón-Rionegro, de 1993 a 2003.
Biografia
Nasceu em San Andrés de Cuerquia, Antioquia, filho de Pedro Calle e Celia Zapata.[1] Cursou o ensino secundário no Seminário Menor de Santa Rosa de Osos e Filosofia e Teologia no seminário maior da mesma diocese.[2]
Foi ordenado presbítero em 22 de agosto de 1968, em Bogotá, por imposição das mãos do Papa Paulo VI em sua visita apostólica à Colômbia, e foi incardinado à Diocese de Santa Rosa de Osos.[1] Iniciou seu ministério presbiteral como membro da equipe diocesana da pastoral juvenil; depois foi pároco de El Bagre durante nove anos e, seguidamente, membro da equipe diocesana de pastoral. Foi enviado a Roma para estudar e obteve licenciatura e doutorado em Teologia Moral na Pontifícia Universidade Gregoriana. De volta à Colômbia, trabalhou como professor e diretor espiritual do Seminário de Santa Rosa de Osos.[2]
Em 16 de fevereiro de 1989, foi nomeado bispo-prelado do Alto Sinu. Recebeu a consagração episcopal no mês seguinte, das mãos de Monsenhor Joaquín García Ordóñez, então bispo de Santa Rosa de Osos, auxiliado por Monsenhor Angelo Acerbi, núncio apostólico na Colômbia, e Monsenhor Darío Castrillón Hoyos, bispo de Pereira. No ano seguinte, foi nomeado também administrador apostólico da vizinha Diocese de Sincelejo.[1]
No seu aniversário de quatro anos de episcopado, foi nomeado bispo de Sonsón-Rionegro em Antioquia. Tomou posse na Catedral de Sonsón em 19 de março, Solenidade de São José, de quem é devoto; no dia seguinte, tomou posse na Catedral de Rionegro. Sua preocupação principal foi implantar na diocese um plano de pastoral para a Nova Evangelização, seguindo as diretrizes da Conferência de Santo Domingo, logrando integrar o clero, as comunidades religiosas e o laicato. Também foi notável seu trabalho pelas vocações e pelas missões, abrindo novas experiências missionárias na Ásia, na África e na América Central.[2][1]
Durante seu pastoreio naquela diocese, fortaleceu a Pastoral Social, criou a Corporação Vida, Justicia y Paz e estimulou os programas de educação para a paz, sobretudo através dos Movimentos Sembradores de Paz e Jóvenes Constructores de Sociedad Civil; o próprio liderava a organização dos dirigentes da região, assolada pela ação de grupos armados em conflito, para trabalhar pela pacificação.
Em 10 de janeiro de 2003, o Papa João Paulo II nomeou-o arcebispo de Ibagué e tomou posse de sua sé metropolitana, mais uma vez na Solenidade de São José, na Catedral da Imaculada Conceição.[2] Desde sua chegada a Ibagué, ocupou-se da formação de futuros sacerdotes e do clero. Enviou muitos sacerdotes para estudar em Roma e na Espanha. Como expressão de sua comunhão e cuidado com os sacerdotes, criou a Casa Sacerdotal São José para acolher sacerdotes idosos e enfermos e oferecer-lhes atenção integral.[1]
Em 2007, participou da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano em Aparecida, Brasil, e, respondendo a esta assembleia, de 2009 a 2011, promoveu a Grande Missão Arquidiocesana para fortalecer os processos de evangelização nas comunidades paroquiais. Em 14 de março de 2014, fez o lançamento do novo plano de pastoral para a Arquidiocese de Ibagué com duração até 2020.
Promoveu a Pastoral Social ao fortalecer o Banco Arquidiocesano de Alimentos, criado por seu antecessor, Monsenhor Juan Francisco Sarasti Jaramillo, CJM, em 12 de junho de 2002. Em 2012, estimulou a construção de um prédio para a nova construção de um abrigo para moradores de rua e fortaleceu a Fundação para a Saúde José Joaquín Flórez Hernández.
Em 18 de junho de 2003, paticipou da fundação da Corporação Desarrollo y Paz del Tolima (TOLIPAZ), com o propósito de promover o desenvolvimento pessoal e a paz no departamento, especialmente nos territórios mais afetados pelo conflito armado e com as comunidades mais vulneráveis.[1]
Pertenceu a diversas comissões e serviços na Conferência Episcopal da Colômbia: em 1993, pertenceu à Comissão Episcopal para a Evangelização da Cultura e da Educação; de 2005 a 2008, foi presidente da Comissão Episcopal para a Família, Vida e Estado Laical. De 2011 a 2014, foi representante da Conferência Episcopal perante o Instituto de Bem-Estar Familiar e delegado substituto da CEC no Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). De 2014 a 2017, serviu como representante da Comissão Permanente para o Conselho de Presidência.
Comemorou seu jubileu de 50 anos de sacerdócio em 22 de agosto de 2018. No ano seguinte, completando 75 anos de idade, como dita o Código Canônico, Monsenhor Calle pediu afastamento da administração da Arquidiocese. Seu pedido foi acatado pela Santa Sé, que formalizou sua renúncia em 19 de março de 2019. O prelado emérito retirou-se então para junto de sua família em Medellín.[3]
Referências