O Festival Eurovisão da Canção 1991 ocorreu em Roma, em Itália. Roma é uma cidade e uma comuna especial (chamada "Roma Capitale") da Itália. É a capital do país, da província homônima e também da região do Lácio. Com 2,7 milhões de habitantes em 1.285,3 quilômetros quadrados de área, também é a maior cidade italiana e a quarta cidade mais populosa da União Europeia. A área urbana de Roma se estende além dos limites administrativos da cidade com uma população de cerca de 3,8 milhões.[1] Entre 3,2 e 4,2 milhões de pessoas vivem na área metropolitana da capital italiana.[2][3][4][5][6] A cidade está localizada na porção centro-ocidental da península itálica, cortada pelo rio Tibre, dentro do Lácio. Roma é a única cidade no mundo que tem em seu interior um país inteiro, o enclave do Vaticano. A história de Roma abrange mais de dois mil e quinhentos anos, desde a sua fundação lendária em 753 a.C. Roma é uma das mais antigas cidades continuamente ocupadas na Europa e é conhecida como "A Cidade Eterna", uma ideia expressa por poetas escritores da Roma Antiga. No mundo antigo, foi sucessivamente a capital do Reino de Roma, da República Romana e do Império Romano e é considerada um dos berços da civilização ocidental. Desde o século I, a cidade é a sede do papado e no século VIII a cidade tornou-se a capital dos Estados Pontifícios, que duraram até 1870. Em 1871, Roma se tornou a capital do Reino da Itália e em 1946 da República Italiana. Após a Idade Média, Roma foi governada pelos papas Alexandre VI e Leão X, que transformaram a cidade em um dos principais centros do Renascimento italiano, juntamente com Florença.[7] A versão atual da Basílica de São Pedro foi construída e a Capela Sistina foi pintada por Michelangelo. Artistas famosos e arquitetos, como Bramante, Bernini e Rafael, residiu por algum tempo em Roma, contribuindo para a sua arquitetura renascentista e barroca. Roma é considerada uma cidade global.[8][9][10] Em 2007, Roma foi a 11.ª cidade mais visitada do mundo, a terceira mais visitada da União Europeia e a atração turística mais popular na Itália.[11] A cidade tem uma das melhores "marcas" da Europa, tanto em reputação quanto em patrimônio.[12] O seu centro histórico é classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial.[13] Monumentos e museus tais como os Museus Vaticanos e o Coliseu estão entre os destinos turísticos mais visitados do mundo, sendo que ambos os locais recebem milhões de turistas por ano. Roma também sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1960.
O festival em si realizou-se no Studio 15 di Cinecittà, um complexo de teatros e estúdios situados na periferia oriental de Roma (cerca de 9 quilômetros de distância) responsável pela maior parte da produção cinematográfica italiana: aí vários filmes são rodados e espetáculos televisivos são gravados. Depois da Segunda Guerra Mundial a produção retomou lentamente seu ritmo, mas foi nos anos 1950 que Cinecittà estabeleceu-se com um dos estúdios cinematográficos mais importantes do mundo, com as películas estadunidensesQuo Vadis de Mervyn LeRoy (1951) e Ben-Hur de William Wyler (1959). Este boom teve origem na competitividade económica dos estúdios romanos, que receberam o título informal de "Hollywood no Tibre".
Formato
Originalmente, a edição era para ser realizada no Teatro Ariston, em Sanremo.[14] No entanto, devido à Guerra do Golfo e ao aumento da tensão que se fazia sentir na Jugoslávia, a organização optou por transferir o festival para Roma. Como consequência desta mudança a RAI demonstrou não estar totalmente preparada para organizar este festival. Relativamente à apresentação do festival, além de ser totalmente feita em italiano e de terem sido escolhidos poucos dias antes dos ensaios, foram frequentes os erros nos nomes das canções, dos artistas e dos directores de orquestras. E, durante votação, Gigliola Cinquetti e Toto Cotugno demonstraram não estar familiarizados com o sistema, sendo por diversas vezes necessária a intervenção do supervisor da EBU. Durante a actuação sueca ocorreu um problema de som dentro do Studio 15 di Cinecittà que impossibilitou os presentes na sala de escutarem a canção. No entanto a emissão televisiva decorreu normalmente sem qualquer tipo de problema sonoro.
Nesta edição, Malta regressou ao certame após 16 anos de interregno e só pode participar pois os Países Baixos não participaram devido ao dia dedicado à memória dos que morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
Esta foi também a última edição que contou com a participação da República Socialista Federativa da Jugoslávia. Devido à desintegração que se deu nos meses e anos seguintes o país desapareceu, tendo todos os seus sucessores, execpto o Kosovo, participado no certame anos depois.
Cartões postais
Os cartões postais desta edição consistiram na homenagem a uma canção italiana por parte de cada artista.
Esta votação foi marcada por vários momentos, de entre os quais as cerca de 20 correções que o supervisor executivo da EBU teve de fazer, ao empate entre duas canções em 1.º lugar e ao facto de Amina Annabi ter abraçado o Duo Datz quando Israel outorgou 12 pontos a França.
Empate e processo de desempate
Neste festival ocorreu um inusitado empate no final. Mas, ao contrário do que aconteceu em 1969, onde 4 candidatas foram declaradas campeãs, em 1970 as regras foram alteradas para que somente pudesse existir um vencedor. E assim, pela primeira e única vez até os dias atuais, houve a necessidade de se usar o critério desempate, que seria o número de notas 12 recebidas. No caso desta edição também houve um empate no número de notas 12 para cada país, sendo 4 para ambos. Nesta situação foram usados as notas 10. A Suécia tinha recebido 5 enquanto a França recebeu apenas 2. Desta forma Carola, representando a Suécia, venceu o Festival Eurovisão da Canção 1991. Se a regra em vigor atualmente fosse usada, a França seria a vencedora desta edição por ter sido votada por 18 países contra 17 da Suécia.
A tabela seguinte apresenta, de forma mais resumida o resultado de acordo com a regra de desempate aplicadas ao longo dos anos.
A abertura da competição começou com um clipe de vídeo: "Celebration", cantado por Sarah Carlson. A cantora apareceu lá, passeado pelas ruínas da Roma antiga com suas dançarinas. O clipe também incluiu trechos de Ben-Hur. Os apresentadores então subiram ao palco e saudaram os espectadores e o público. Um pequeno vídeo mostrou a vitória de Toto Cutugno em Zagreb no ano anterior. O cantor cantou parte da sua canção, "Insieme: 1992". Então ele convidou Gigliola Cinquetti para fazer o mesmo com "Non ho l'età" e acompanhou-a ao piano. Foi a primeira vez que dois ex-vencedores juntos apresentaram o concurso. Depois de outro vídeo apresentando Sanremo, Cinquetti e Cutugno concluíram as suas introduções.
A orquestra, dirigida por Bruno Canfora, ficava ao fundo à direita do palco. A orquestra atraiu críticas de delegações estrangeiras. Primeiro, durante os ensaios, pois os músicos chegavam muito tarde, alegando uma interrupção do transporte público, causada pelas chuvas torrenciais que caíam sobre Roma. Então, durante a transmissão, os músicos executaram muitas notas falsas. O exemplo mais notável foi o solo perdido de um dos saxofonistas, durante a canção grega.[15]
O cenário de Lucciano Riccieri estava em segundo plano atrás da orquestra. cidade e no lado das enormes estátuas de um estilo antigo. Na verdade, foi a recuperação de um set de filmagem.[14]
Os cartões postais consistiam em breves notas por parte dos apresentadores. Depois, os artistas então apareceram num fundo de céu azul. Todos prestaram uma homenagem a uma música italiana à sua escolha. Simultaneamente, os seus nomes foram exibidos, os do seu país, bem como a sua bandeira nacional. Cinquetti e Cutugno então apresentaram a música e o maestro, cometendo muitos erros na pronúncia de nomes e títulos.
O intervalo foi ocupado por pequeno vídeo com o Cinecittà, no qual apareceram algumas estrelas de cinema, incluindo Silvana Mangano, Humphrey Bogart, Ava Gardner e Gerard Depardieu. Uma atuação do artista Arturo Brachetti então se seguiu. Ele apareceu sucessivamente como uma diva, na elegante Belle Époque, como um menino, como um ator de kabuki, e como um cavalheiro de smoking preto e depois branco. No final da sua atuação, Brachetti cumprimentou os espectadores em inglês, francês, castelhano e italiano.