Fernando Niño de Guevara (Toledo, 1541 - Sevilha, 8 de janeiro de 1609) foi um cardeal espanhol, inquisidor geral da Espanha e arcebispo de Sevilha.
Biografia
Filho do marquês de Tajares Dom Rodrigo Niño, estudou direito em Alcalá de Henares, de onde foi a Cuenca como Arcediano de Moya na catedral, onde tirou o doutorado in utroque iure em direito canônico e civil. Em 1570 foi oidor em Valladolid e em 1580, passou ao Conselho de Castela e depois, recebeu a presidência da chancelaria de Granada, a convite do rei Filipe II de Espanha.[1]
Cardinalato
Foi criado cardeal no consistório de 5 de junho de 1596 pelo Papa Clemente VIII, recebendo o barrete cardinalício e o título de Cardeal-presbítero de São Brás do Anel em 21 de abril de 1597.[1][2] Em 8 de janeiro de 1599, mudou de título, para São Martinho nos Montes. Permaneceu morando em Roma até 1599.[1][2]
Episcopado
Em 3 de dezembro de 1599, é nomeado Inquisidor geral da Espanha e celebrou um auto geral em Toledo e foi testemunha da assinatura do tratado de paz com a França. Foi consagrado arcebispo-titular de Philippi em 10 de outubro de 1599, pelo Papa Clemente VIII e tendo como co-consagrantes os cardeais Camillo Borghese e Alfonso Visconti.[1][2]
Não há praticamente acontecimentos marcantes, com exceção de um litígio com o jesuítas sobre se Clemente VIII era verdadeiro vigário de Jesus Cristo, em que o Papa proíbe estas discussões, além de instruir o rei Filipe III que destituiu a Niño de Guevara.[3]
Durante seu mandado foram queimados 240 hereges, além de 96 em estátua. Outros 1628 indivíduos foram encontrados culpados e submetidos a penas menores.[3]
Foi feito arcebispo metropolita de Sevilha em 30 de abril de 1601.[2] Durante seu mandato, encarregou um informe sobre as confrarias penitentes, que segundo seu entender, careciam da espiritualidade necessária e praticavam comportamentos irreverentes, incompatíveis com seu caráter religioso.[4]
Segue os passos de Rodrigo de Castro Osorio e organiza outro sínodo em 1604 no que legisla as irmandades e estabelece uma organização clerical de caráter pastoral. Provavelmente devido ao espírito severo dessa legislação, essa reforma não teria muita aceitação, mesmo assim assentou as bases para a reflexão sobre o espírito em que se celebrava a Semana Santa.[4]
Procedeu à autenticação das relíquias das Santas Justa e Rufina em 1602.[4]
Faleceu em 8 de janeiro de 1609, sendo primeiramente sepultado abaixo do altar-mor da Casa Professa dos Jesuítas em Sevilha e, depois, transladado para o Convento das Monjas de San Pablo, em Toledo.[4][5]
Conclaves
Referências
Bibliografia
- Juan Antonio Llorente; Rodriguez Buron (1823). Compendio de la historia critica de la inquisicion de España (em espanhol). Paris: Casa de Tournachon-Molin
- Zúñiga, Diego Ortiz de (1796). Anales eclesiásticos, y seculares, de la Ciudad de Sevilla (em espanhol). Tomo IV. Madri: La Imprenta Real
- Gauchat, Patritium (1935). Hierarchia Catholica Medii et Recentioris Aevi (em latim). Munique: Sumptibus et Typis Librariae Regensbergianae
- Cardella, Lorenzo (1793). Memorie storiche de' cardinali della Santa Romana Chiesa (em italiano). tomo VI. Roma: Stamperia Pagliarini. p. 7-38
- Chacón, Alfonso (1630). Vitæ, et res gestæ Pontificvm Romanorum et S. R. E. Cardinalivm ab initio nascentis Ecclesiæ vsque ad Vrbanvm VIII. Pont. Max. (em latim). Tomo II. Roma: Typis Vaticanis. p. cols. 1888-1889
Ligações externas