Federação Gaúcha de Judô (FGJ), é a entidade máxima de Judô no estado do Rio Grande do Sul. A FGJ compete a organização dos campeonatos Estadual Principal, Estadual Divisão de Acesso, Estadual por Equipes, Regionais (Interior, Metropolitano e Citadino), assim como as Super Copas, Copas e Troféus de Delegacias Regionais. Durante o ano, em meio as competições, a FGJ também organiza seletivas, com o objetivo de convocar a Seleção Gaúcha de Judô, que representará o estado do Rio Grande do Sul em competições de âmbito nacional, organizadas pela Confederação Brasileira de Judô.
História
A história da FGJ se confunde com a história da Confederação Brasileira de Judô. Ambas, originalmente, faziam parte apenas das entidades que organizavam o pugilismo, sendo a FGJ apenas um departamento da Federação Rio-Grandense de Pugilismo (FRGP).
Em 1967, no Campeonato Brasileiro Juvenil de Judô, o atleta de Passo, Fundo Álvaro Garcia Pacheco, se tornou primeiro gaúcho a ser campeão brasileiro, alavancando o crescimento do judô no Rio Grande do Sul. Com o crescimento do judô no estado, e a eminente separação da Confederação Brasileira de Judô da Confederação Brasileira de Pugilsimo, os movimentos internos para que o Departamento se tornasse uma Federação aumentaram cada vez mais, fazendo com que, em 1969, o presidente eleito da Federação Rio-Grandense de Pugilismo opinasse e optasse pela criação da Federação.
Todavia, nesse momento, dois movimentos se criaram dentro da Federação: o primeiro, liderado pelo Presidente da FRGP, Aluízio Nogueira Bandeira de Melo, conhecido como Prof. Loanzi[1], e apoiado por clubes como SOGIPA, Sport Clube Ruy Barbosa e Judô Clube Pelotense, o qual teve seu presidente como redator da ata de fundação da referida Federação; e a segunda liderada Ricardo Rodrigues Gaston, e apoiada pelo clubes Sociedade Gondoleiros e Vila América, do Círculo Social Israelita e dos clubes de Judô Porto-alegrense e Metropolitano.
O movimento liderado por Ricardo Rodrigues Gaston fundou sua Federação em 11 de março de 1969, na sede do Círculo Social Israelita, em Porto Alegre, a qual denominou-se Federação Gaúcha de Judô, enquanto o movimento liderado pelo Prof. Loanzi fundou a Federação Rio-Grandense de Judô, em 24 de abril de 1969. Entretanto, a segunda entidade não vingou e acabou por ser dissolvida em um acordo entre os dois movimentos, o que resultou na atual Federação Gaúcha de Judô, a qual teve seu registro reconhecido em 14 de março de 1969, com data de fundação três dias antes.[2]
A FGJ disponibiliza duas formas de filiação, a Divisão Principal e a Divisão de Acesso, de forma a proporcionar disputas com mais igualdade técnica.
Divisão Principal
Consiste em divisão para atletas mais experientes. Disponível a partir da classe Infantil (Sub-11), até a classe Veteranos, sem restrição de graduação.
Divisão de Acesso
Consiste em divisão para atletas iniciantes, sendo, assim, disponível a partir da classe Mirim, até a classe Veteranos, com restrição de graduação, qual seja: até faixa azul com ponta amarela na classe Mirim, até faixa amarela ponta laranja na classe Infantil, e até faixa laranja nas demais classes.
Definições Gerais
Por critérios técnicos da FGJ, qualquer atleta filiado a Divisão de Acesso pode, a qualquer momento, migrar para a Divisão Principal, não sendo, entretanto, permitido o retorno à Divisão de Acesso.
Todas as seletivas serão necessariamente realizadas junto as Divisões Principais.[4]
Rankings Estaduais
Todo ano, no Bonenkai, a FGJ premia as entidades que mais pontuaram durante o ano. De acordo com o site da FGJ, desde 2009, já existiram três tipos diferentes de premiações:
Ranking Geral: onde qualquer pontuação acumulada soma pontos, com critérios diferentes para pontuações em Campeonatos Internacionais, Nacionais, Estaduais e Regionais. Durante o período de 2009 a 2012, somente existia premiação para tal Ranking no Bonenkai.
Ranking do Circuito Gaúcho de Entidades: Criado em 2013, sob nome de Ranking Gaúcho de Entidades, quando somente contavam pontos as Copas e Super Copas Estaduais. A partir de 2014, os Campeonatos Estaduais (Individual, por Equipes e de Novos) passaram a contar pontos, também, e as Copas e Super Copas contaram com um único ranking: O Ranking do Circuito das Copas, que não seguiu existindo no próximo ano. A partir de 2015, foi renomeado para Ranking do Circuito Gaúcho de Entidades, nos moldes já existentes, onde quaisquer competições de âmbito estadual contam pontos.
Ranking da Divisão de Acesso: Criado em 2015, tal Ranking reúne somente pontos oriundos da Divisão de Acesso do Estado do Rio Grande do Sul.
A FGJ tem e já teve em seu quadro diversos atletas formados no estado que integraram a Seleção Brasileira de Judô, convocada pela CBJ. Em número de títulos e medalhas, se destacam:
João Derly
João Derly, aposentado desde 2012, foi o primeiro atleta brasileiro de Judô a ser bicampeão mundial da modalidade. Em 2005, com 24 anos, foi campeão no Egito, fato já histórico para o judô brasileiro. Não bastando o feito, em 2007 no Rio de Janeiro, João Derly repetiu a dose, tornando-se assim, o primeiro brasileiro a ser bicampeão mundial da modalidade. [6] No mesmo ano, João se tornaria campeão Panamericano, nos Jogos Panamericanos de 2007, realizados na mesma cidade onde havia sagrado-se bicampeão mundial.
Infelizmente, o atleta não obteve o mesmo sucesso em Jogos Olímpicos. Em sua única participação nos Jogos, em 2008, João foi derrotado nas quartas de final, não avançando na competição.[7]
João Derly foi atleta da SOGIPA durante toda a sua vida esportiva.
A primeira medalha a nível internacional de Mayra veio logo aos 16 anos, nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, no qual Mayra ficou com a prata ao ser superada pela americana Ronda Rousey na final. Não parando com suas conquistas por ali, Mayra medalhou nos Campeonatos Mundiais de 2010, 2011, 2013 e em 2014, em Cheliabinsk, na Ucrânia, sagrou-se campeã, trazendo o título novamente ao Sul do Brasil depois de sete anos.
Nos Jogos Panamericanos, além de sua primeira medalha, em 2007, Mayra medalhou em outras duas edições: 2011 e 2015, sagrando-se campeã na última, ao derrotar a americana Kayla Harrison na final.[8]
Nos Jogos Olímpicos, Mayra, participou das edições de 2012 e 2016, ficando com a medalha de bronze nas duas oportunidades.[9]
Maria Portela
Natural de Júlio de Castilhos, Maria Portela, ou raçudinha, como é conhecida, é mais uma judoca do Rio Grande do Sul com frequente aparecimento na Seleção Brasileira da modalidade. Atleta da SOGIPA, Maria já conquistou duas medalhas em Jogos Panamericanos, obtendo a medalha de bronze em 2011 e 2015.[10] Maria Portela também já participou de duas edições dos Jogos Olímpicos, em 2012 e 2016, não tendo medalhado em nenhuma das duas oportunidades.