Fauna (do latim, significando favorável, segundo Georges Hacquard[1]) ou Fátua (significando insensata[2]) era a deusa romana dos campos e das matas.
Teve seu nome posteriormente associado à Bona Dea, equivalente romana da deusa grega Gaia.[3]
Mito
Segundo algumas variantes do mito de Fauno, Fauna teria sido ou sua irmã, esposa e até filha. Neste último papel, teria sido violentada pelo próprio pai que, transmutado numa serpente, consumara o ato. Na variante em que surge como esposa de Fauno, era uma senhora de hábitos comedidos que, mesmo assim, veio a se embriagado e se deixado seduzir por um pichel de vinho, fora assassinada pelo esposo com açoitadas.[1]
Sua origem e significados são obscuros. Nos primórdios era chamada somente de "a deusa amável", epíteto que derivara da crença de que sua bondade se estendia a toda a natureza.[2]
Descendentes
Seus descendentes com Fauno eram os faunos.[4]
Também chamados de fátuos, os faunos eram pequenas entidades proféticas dos campos, por vezes vistos como gênios ou causadores de pesadelos.[2]
Representação
Na versão de Fauna/Fátua, muitas vezes era representada como Juno ou como Cibele, mas era comum tê-la na forma de anciã, com orelhas pontiagudas e tendo uma serpente em suas mãos.[2]
Culto
A primeira noite do mês de maio era a data do festival dedicado a Fauna. As comemorações, às quais apenas mulheres e moças podiam comparecer, eram regadas a vinho, música, atividades lúdicas e cerimônias secretas. Assim como Fauno, a deusa possuía dons oraculares, diferindo daquele pois suas profecias eram feitas apenas ao gênero feminino.[2]
Associações com outras divindades
Sobre a confusão de Fauna a outras divindades, Alexander Murray tece várias considerações: era associada com a deusa Ops, com Cibele, Sêmele (a mãe de Dionísio), com Maia (mãe de Hermes), com Gaia e outras. Para o autor, isso decorria de sua percepção como "deusa amável", a incutir a identificação com outras deusas. Também segundo Murray seu nome e significados obscuros teriam engendrado os seres fantásticos que, em tempos modernos, passaram a ser chamados de duendes.[2]
Referências
- ↑ a b HACQUARD, Georges, Guide Mythologique de la Grécie et de Rome, 1990, Hachette, Paris - (versão em Português pode ser encontrada sob título Dicionário de Mitologia Greco-Romana)
- ↑ a b c d e f MURRAY, Alexander. Quién es Quién en la Milogía (Who’s Who in Mythology), trad. Cristina María Borrego, M. E. Editores, Madri, 1997, ISBN 84-495-0421-X (em castelhano)
- ↑ O livro de ouro da mitologia: (a idade da fábula) : histórias de deuses e heróis (The age of fable) Bulfinch, Thomas ; trad. David Jardim Júnior, 26ª ed. Rio de janeiro, 2002 ISBN 85-00-00671-4
- ↑ http://www.gutenberg.org/files/20734/20734-h/20734-h.htm Roman Antiquities, and Ancient Mythology] (For Classical Schools) (2nd ed) Charles K. Dillaway, Projeto Gutenberg (em inglês) (página acessada em novembro de 2008).
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