Farasmanes (Pharasmanes) ou Faresmanes (Pharesmanes) são as formas latinas do georgiano Farsmane (ფარსმან, P'arsman). Foi registrado em armênio como Farsmane (Փարսման, Pʼarsman) e em grego como Farasrianes (Φαρασριάνης, Pharasriánēs), Faresrianes (Φαρεσριάνης, Pharesriánēs)[4] e Farasmanes (Φαρασμάνης, Pharasmánēs).[5]
Vida
As crônicas georgianas da Idade Média relatam o governo conjunto de Farasmanes com Farasmanes Avaz, diarcas (uma fonte tem o par extra: Roque e Mitrídates), mas vários estudiosos modernos consideram a diarquia ibérica improvável, pois não é corroborada pelas evidências contemporâneas. Diz-se que Farasmanes era filho de seu antecessor, o rei Amazaspo I. Diz-se que se casou com Gadana, filha do rei Vologases I.[1] De acordo com a medieval Vida dos Reis, a amizade tradicional dos dois diarcas foi arruinada por instigação da esposa iraniana de Mitrídates. Toumanoff considera esta informação uma retroprojeção da inimizade historicamente registrada de Farasmanes I e seu irmão Mitrídates da Armênia.[6] A crónica continua então a história de uma aliança armeno-romana e da sua invasão da Ibéria, na qual Farasmanes encontrou sua morte.[7]
Reinado
Os anais reais georgianos descrevem Farasmanes da seguinte maneira:
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Farasmanes, o Valente, era um homem de bondade, abundância e compaixão, belo para sua idade, de corpo grande e forte, cavaleiro corajoso e guerreiro inspirador, destemido como incorpóreo e ainda maior do que todos os reis da Ibéria, que morreram antes dele.
”
— Anais reais georgianos, e. 51, l. e. 2-3-4-5-6.
Os autores clássicos contemporâneos, com um embasamento histórico mais sólido, focam nas relações desconfortáveis de Farasmanes com o Império Romano. Sabe-se que ele se recusou em 129 a ir e prestar homenagem ao imperadorAdriano em Roma. De acordo com Élio Esparciano, um dos autores da História Augusta:
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E quando alguns dos reis vieram até ele, os tratou de tal maneira que aqueles que se recusaram a vir se arrependeram. Tomou esse curso especialmente por causa de Farasmanes, que havia desprezado arrogantemente seu convite.
”
— Vida de Adriano, XIII.
Farasmanes então viajou pelo Oriente e incitou os alanos a atacar as províncias romanas vizinhas, dando-lhes uma passagem através de seu reino,[8] embora o imperador tivesse lhe enviado presentes maiores, incluindo um elefante de guerra, do que a qualquer outro rei do Oriente. Em seu pique, Adriano vestiu cerca de 300 criminosos com mantos bordados a ouro que faziam parte do presente de retorno de Farasmanes, e os enviou à arena. Segundo Esparciano:
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Mostrou uma multidão de favores a muitos reis, mas de vários até comprou a paz, e por alguns foi tratado com desprezo; a muitos deu grandes presentes, mas nenhum maior do que ao rei dos ibéricos, pois a ele deu um elefante e uma banda de cinquenta homens, além de presentes magníficos. E tendo recebido grandes presentes de Farasmanes, incluindo alguns mantos bordados com ouro, enviou à arena trezentos criminosos condenados vestidos com mantos bordados com ouro como um insulto ao rei.
”
— Vida de Adriano, XVII.
Eventualmente, as fontes antigas relatam uma visita altamente honrada feita por Farasmanes ao sucessor de Adriano, Antonino Pio. De acordo com Dião Cássio, foi a Roma como convidado de Antonino Pio, junto com sua esposa, filho e nobre comitiva, onde foi especialmente honrado, sendo autorizado a sacrificar no Capitólio e ter sua estátua equestre no Templo de Belona, e também o imperador aumentou o território de seu reino.[9] Este Farasmanes, no entanto, pode ter sido Farasmanes III, possível neto de Farasmanes II.[6] Esta visita foi registrada num fragmento dos Fastos Ostienses.[10]
De acordo com os Crônicas georgianas, Farasmanes foi envenenado pelo cozinheiro enviado pelos partos.
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E então os persas tentaram ter alguma destreza, e trouxeram um cozinheiro, e prometeram-lhe uma grande dádiva, e disseram-lhe: 'Vá e sirva Farasmanes, o Valente, e leve consigo um remédio de morte, e misture-o com sua refeição e faça-o comê-lo'. E um cozinheiro foi e fez isso, como os persas lhe disseram para fazer. E foi assim que matou Farasmanes, o rei valente.
Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Փարսման». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
Allen, William E. D. (1971) [1932]. A History of the Georgian People. Londres: Routledge & Kegan Paul Ltd.
Kavtaradze, Giorgi Leon (2000). «Caucasica II: The Georgian Chronicles and the Raison d'Ètre of the Iberian Kingdom». Orbis Terrarum
Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1980). The prosopography of the later Roman Empire - Volume 2. A. D. 395 - 527. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia
Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Lovaina: Peeters Bvba. ISBN90-429-1318-5
Toumanoff, Cyril (1969). Chronology of the Early Kings of Iberia. Nova Iorque: Fordham University
Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila
Vidman, Ladislav (1982). Fasti Ostienses: edendos, illustrandos, restituendos, curavit Ladislavs Vidman. Praga: Academia