O Osasco Plaza Shopping foi inaugurado no dia 19 de abril de 1995 com investimentos de vinte a trinta milhões de dólares.[3]
Explosão e reações
Às 12h15min do dia 11 de junho de 1996, véspera do Dia dos Namorados, ocorreu uma explosão na praça de alimentação Osasco Plaza Shopping, inicialmente de causa desconhecida.[3] O chão da praça se rompeu, jogando o piso para o alto e derrubando o teto do local.[2][1] No momento da explosão, haviam mais de duas mil pessoas no shopping.[3]
Durante o dia, chegavam várias ambulâncias para socorrer as pessoas. A partir da 19h, "apenas carros funerários".[3] Vanessa di Sevo, então repórter da CBN e que acompanhou os desdobramentos do acidente, disse que o hospital da cidade carecia de estrutura para receber os feridos; "lembro que não tinha esparadrapo e [gaze] no hospital para onde as vítimas foram levadas inicialmente, tanto que o Corpo de Bombeiros pediu doações."[1] O Hospital Regional de Osasco serviu como central de atendimento às vítimas e familiares.[4]
Os bombeiros usavam cães farejadores para tentar localizar pessoas presas nos escombros. Às 18h30min, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Jair de Lima, disse que seria um "milagre" encontrar novos sobreviventes no local. O então prefeito Celso Giglio declarou luto oficial de três dias, e o então presidente Fernando Henrique Cardoso lamentou o caso.[3]
No dia seguinte, Celso disse que estava preparando o Ginásio Municipal José Liberati para receber os corpos que seriam velados. Seiscentas pessoas doaram sangue para ajudar as vítimas.[5] No total, foram três dias de trabalhos dos bombeiros para resgatar vítimas e corpos.[6]
Boatos surgiram dizendo que a videnteMãe Dináh havia previsto o acidente, mas ela negou: "Se tivesse adivinhado esse acidente, teria avisado". Os boatos começaram depois que ela disse que algum prédio de Jundiaí iria cair.[7]
Investigação
No início, já havia uma suspeita de que a explosão teria sido causada por um vazamento de gás, pois a explosão levantou o piso, e lojistas disseram que sentiam cheiro de gás no shopping há algum tempo. Isso foi inicialmente negado pelo shopping.[3] O superintendente David da Rocha disse que a explosão não havia sido causada por explosão de botijão, pois o piso levantou, e também descartou que a causa havia sido um vazamento de gás.[7] Mais tarde, foi comprovado que a explosão foi causada por um vazamento de gás que passava na tubulação abaixo do piso da praça de alimentação, que teve contato com alguma faísca.[2] O bombeiro De Nicolo, da perícia, disse que o shopping foi construído num terreno pantanoso, e a construtora fez uma laje de concreto, um porão de concreto e por cima dele outra laje, para assentar o prédio; o gás estava concentrado ali.[8]
A explosão causou prejuízos com obras civis e instalação das lojas calculados em aproximadamente 2,5 milhões de reais,[7] matando 42 pessoas e ferindo 372.[2] A Justiça de São Paulo condenou cinco pessoas pela explosão, em 1999.[a] Seis anos mais tarde, todos foram absolvidos por falta de provas. As vítimas foram indenizadas depois que o shopping recorreu ao Superior Tribunal de Justiça.[2] Segundo o shopping, até junho de 1999, 77 acordos indenizatórios haviam sido fechados com parentes e vítimas, com as indenizações por perdas e danos somando quase 3,7 milhões de reais (47,7 mil por pessoa), e o shopping disse ter gasto outros 2,7 milhões com assistência médica, social e transporte para as vítimas. Parte dos feridos e de parentes dos mortos não aceitaram os valores e protestaram em frente ao shopping.[9]
Notas
↑Existem algumas inconsistências sobre quais pessoas foram condenadas.
Segundo a CBN: "Dois executivos do shopping e três engenheiros".[1]
Segundo o Arquivo Estadão: "o diretor comercial do shopping e quatro engenheiros".[2]