Exegese da alma é um texto simples, exceção entre todos os manuscritos da Biblioteca de Nag Hammadi. Seus ensinamentos, fortemente Gnósticos, tratam sobre a ascensão e queda da alma. O manuscrito é o sexto no CódiceII de Nag Hammadi, conservado no Museu Copta no Cairo e é acompanhado por outros textos Gnósticos.
A língua do texto é um dialeto copta chamado Sahídico, porém é provavelmente uma tradução de um original grego. A Exegese da alma foi escrito em um ambiente helenizado, como indica o uso de técnicas filosóficas e retóricas gregas. Também se caracteriza pela crença Gnóstica aparente. Foi escrito provavelmente em Alexandria na primeira metade do século II dC e é uma fonte muito importante para informações das origens tanto do Gnosticismo quanto do Cristianismo primitivo em Alexandria.
Pela análise mais sutil das citações, pode-se argumentar que o autor da exegese provavelmente teria acesso, senão aos textos originais, ao menos à coleções de citações. Isto por causa da maneira como ele as junta com duas citações da Odisseia, quanto pelos aspectos platônicos da doutrina expressada no texto [carece de fontes?].
A relação entre o aspecto não Cristão do mito que está no centro do texto e o Cristianismo óbvio do autor e seu contexto estão cuidadosamente tratados. O texto representa a transição suave do Gnosticismo pré-Valentiano até a integração do Platonismo e o Cristianismo de Alexandria. Daí datarmos o texto entre os anos 120 e 135 dC[carece de fontes?].
É também extraordinária a luz que o texto oferece na tarefa de compreender o próprio Cristianismo, especialmente no que diz respeito ao ambiente erudito de Alexandria, onde ideias de todos os tipos poderiam se misturar e o sincretismo resultante era aceitável naquele momento[carece de fontes?].
Conteúdo
A história começa com a queda da alma (neste contexto personificada e considerada do sexo feminino) desde o seu estado anterior de pureza até o mundo, onde cai nas mãos de criminosos, é insultada e abusada por eles.[2] Ela perde sua virgindade e é enganada por mentiras e fingimentos, passando por diversos homens sempre acreditando que o próximo seria seu marido. Ela se arrepende e acaba se tornando uma viúva sozinha.
Suas tentativas de arrependimento falham até que o Pai percebe sua aflição,[3] a purifica e a protege de novas agressões à sua virtude.[4] Em seguida, a envia ao seu marido legítimo no céu. Depois que ele e a alma estão espiritualmente casados,[5] o Pai regenera a alma, permitindo que ela recupere sua juventude e beleza desperdiçadas. Esta regeneração é verdadeira ascensão ao céu, a verdadeira ressurreição dos mortos (134: 13-14). Assim terminando a história, as próximas três páginas do texto são exortações, instando os leitores a se arrependerem sinceramente, como a "alma" fez e a implorar ajuda e a piedade de Deus.[6]
Referências
↑Robinson, James M. (1990). The Nag Hammadi Library, revised edition. The Exegesis on the Soul (Trad. William C. Robinson Jr) (em inglês). São Francisco: Harper Collins
↑Robinson, James M. (1990). The Nag Hammadi Library, revised edition. The Exegesis on the Soul (Trad. William C. Robinson Jr) (em inglês). São Francisco: Harper Collins (127:25-128:4)