Essam Abdel-Aziz Sharaf (Árabe: عصام عبد العزيز شرف; pronúncia em árabe: IPA[ʕeˈsˤɑːm ʕæbdelʕæˈziːz ʃɑɾˤɑf]; nascido em 1951, em Gizé, Egito) é um académico egípcio, político e, de 3 de março a 7 de dezembro de 2011, primeiro-ministro do Egito.[1] Foi anteriormente Ministro dos Transportes de 2004 a 2005.[1][2]
Sharaf ocupou um lugar de professor assistente visitante na Universidade de Purdue em 1984, antes de se tornar professor assistente de Engenharia de Autoestradas e Trânsito na Universidade do Cairo no ano seguinte. Em 1990, foi professor assistente em Engenharia Civil na Universidade Rei Saud, na Arábia Saudita. Regressou à Universidade do Cairo em 1991, tornando-se professor de Engenharia de Autoestradas em 1996 enquanto trabalhava como conselheiro sénior no Departamento de Aviação e Transportes da Zuhair Fayez Partnership (ZFP) na cidade de Gidá (Djedda), na Arábia Saudita. Foi conselheiro sénior do Ministro dos Transportes do Egito em 1999, e conselheiro técnico sénior do município de Al Ain nos Emirados Árabes Unidos em 2003.
Foi Ministro dos Transportes de 13 de julho de 2004 a 31 de dezembro de 2005. Demitiu-se devido a divergências com o primeiro-ministro Ahmed Nazif. Nazif decidiu colocar a Associação de Engenheiros do Egito sob controlo estatal, uma ação que significava a confiscação dos fundos do sindicato e de toda a propriedade por parte do governo. Sharaf afirmou mais tarde que estes acontecimentos levaram ao acidente ferroviário de Qalyoub em 2006.
Após a sua demissão, Sharaf regressou à sua carreira académica, tendo aceitado um lugar na Universidade do Cairo, onde continuou crítico do regime de Hosni Mubarak, particularmente no respeitante à condução dos assuntos relativos às infraestruturas dos transportes públicos. Durante este período, serviu como conselheiro na Autoridade das Estradas e Transportes do Dubai, e estabeleceu a Sociedade Científica do Egito como Mohamed ElBaradei, Ahmed Zewail e outros cientistas egípcios.
Acontecimentos de 2011
Sharaf este presente e ativo nos protestos na Praça Tahrir durante a Revolução Egípcia de 2011, o que aumentou o seu prestígio junto dos líderes do movimento democrático, que os levaria a sugerir o seu nome ao Conselho Militar como possível substituto do primeiro-ministro Ahmed Shafik.
A 3 de março de 2011, foi-lhe pedido pelo Conselho Militar que formasse um governo, após a demissão de Shafik. A 4 de março, dirigiu-se à multidão de ativistas pro-democracia na Praça Tahrir pouco depois das orações de sexta-feira, uma ação pouco comum num político egípcio. Sharaf apareceu no palco ao lado de Mohamed Beltagy, um líder da Irmandade Muçulmana. No seu discurso disse: "Eu retiro a minha legitimidade de vocês" e reiterou o seu compromisso para uma transição democrática, pedindo no entanto paciência. É o primeiro primeiro-ministro egípcio, desde Aziz Sedki em 1972–1973, a explicar-se às populações numa base mensal.
Orientação política
Sharaf opõe-se à normalização das relações com Israel. Considera a resolução do conflito israelo-palestino como um pré-requisito para a cooperação entre os dois Estados.
Prémios
Prémio de Encorajamento Estatal em Ciências de Engenharia da Academia de Pesquisa Científica e Tecnologia em 1987 e 1997
Medalha de Excelência de Primeira Classe do Presidente do Egito Hosni Mubarak em 1995
Prémio de Incentivo da Universidade do Cairo para Excelência Científica em Engenharia em 1997
Prémio Estatal Egípcio em Ciências de Engenharia em 1997