Espaço Itaú de Cinema foi uma rede brasileira de cinemas formada através da parceira entre o Itaú Unibanco e a empresaCinespaço. Estava presente em seis cidades de seis unidades federativas localizadas em quase todas as regiões do país, à exceção da Região Norte. Seu parque exibidor era formado por oito complexos, perfazendo 57 salas,[2] média de 7,13 salas por cinema. Suas 9 293 poltronas perfaziam uma média de 163,04 assentos por sala.[3]
Teve a tradição de manter num mesmo complexo uma programação eclética, mesclando filmes do circuito tradicional e alternativo, especialmente nos cinemas conhecidos como Arteplex.
História
A história da rede Itaú de Cinemas começou em 1989, quando o então cineclubista Adhemar Oliveira, futuro proprietário da rede Cinespaço, participou da criação da Mostra Banco Nacional de Cinema,[4] que se tornou um dos eventos cinematográficos mais importantes do calendário carioca, contando com patrocínio da instituição financeira da família Magalhães Pinto e mais tarde se tornaria no Festival do Rio, ao se fundir com o Rio Cine Festival.
A proximidade com este estabelecimento bancário facilitou a criação do Espaço Banco Nacional de Cinema da Rua Augusta em setembro de 1993,[5] o primeiro da rede, que transformou o antigo Cine Majestic da Rua Augusta, fundado pela família Moussali em 1947 e em estado de decadência, em um moderno cinema de três salas, com livraria e café.[6] Nesta empreitada, teve o apoio da educadora e musicista Patrícia Durães, que além de sócia do empreendimento, implementou o Cineclube Escola no Cinema, projeto de formação de público que atende escolas públicas e particulares, no Rio de Janeiro, e o Clube do Professor, que promove semanalmente uma sessão gratuita de cinema para os professores nos cinemas da Cinespaço e do Espaço Itaú.[7]
Espaço Unibanco
Com a ruidosa falência do Banco Nacional em 1995 e sua absorção pelo Unibanco, o Instituto Moreira Salles, fundação cultural vinculada ao banco mineiro, incorporou a rede de cinemas em dezembro daquele ano,[8] que passara a utilizar a marca Unibanco Cinemas e, dois anos após a abertura do primeiro cinema, já contava com complexos abertos em diversas cidades, como Belo Horizonte, que abrigou o Cine Imaginário Banco Nacional (aberto em junho de 1995)[9] e o Cineclube Banco Nacional Savassi, que foi aberto em 1988 e integrou a rede a partir de 1993;[10] em São Paulo, o complexo que existia já perfazia cinco salas, com a abertura das salas 3 e 4 em imóvel defronte, do outro lado da Rua Augusta; Porto Alegre e Rio de Janeiro também já contavam com seus espaços.
Até o Unibanco ser incorporado pelo Banco Itaú foram abertos ou inaugurados diversos complexos em várias cidades: em novembro de 2004Curitiba recebeu o Espaço Unibanco no Shopping Crystal Plaza, que anteriormente fora explorado pelo Grupo Severiano Ribeiro;[11]Fortaleza ganhou em janeiro de 1999 duas salas no Centro Cultural Dragão do Mar;[12] em Salvador o antigo Cine Glauber Rocha, que estava fechado desde 1999, foi reformado e reabriu com quatro salas em dezembro de 2008;[13]Juiz de Fora foi contemplada com o Espaço Unibanco Palace,[14] um antigo cinema de rua que se transformou em complexo de duas salas; Santos recebeu o Espaço Unibanco Miramar, de três salas, instalado no Shopping Miramar em dezembro de 2006; São Paulo recebeu em agosto de 2001 o Espaço Unibanco Frei Caneca,[15] que inaugurou o conceito Arteplex (combinando filmes de arte e alternativos com o cinema comercial),[16] e por fim o Espaço Unibanco Pompeia, instalado no Shopping Bourbon Pompeia e inaugurado em maio de 2008,[17] com a primeira sala IMAX da rede.
2010–presente: nova mudança da marca
A partir de 2010 a antiga marca Unibanco Cinemas foi sendo progressivamente extinta,[18] dando lugar ao Espaço Itaú de Cinemas, sendo que os complexos passaram por reformas para abrigar a nova identidade visual, como a que sofreu o Espaço Itaú de Cinema localizado na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, reaberto em dezembro de 2013.[19] O primeiro complexo a ser aberto diretamente sob a nova marca foi o Espaço Itaú de Brasília, instalado em novembro de 2011 no Shopping Casa Park,[20] que fora administrado anteriormente pela extinta rede Embracine.
Em setembro de 2021 anunciou o fechamento das unidades de Curitiba, Salvador e Porto Alegre.[21]
Em maio de 2024, o banco Itaú anunciou a venda da rede de cinema e suas unidades restantes para o grupo Cinesystem, que as assumiu desde então,[22] com exceção da unidade da Rua Augusta, em São Paulo, que passou a pertencer à Cinespaço em sua totalidade.
Público
Abaixo a tabela de público e sua evolução de 2008 a 2019, considerando o somatório de todas as suas salas a cada ano e incluem também os números da extinta rede Cinespaço, uma vez que os dados não foram segregados. A variação mencionada se refere à comparação com os números do ano imediatamente anterior.
Os dados foram extraídos do banco de dados Box Office do portal de cinema Filme B,[23][24] sendo que os números de 2014 e 2015 tem como origem o Database Brasil.[25] Já os dados de 2016 em diante procedem do Relatório "Informe Anual Distribuição em Salas Detalhado", do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA) da ANCINE.[26]
Ano
Público
total
Ranking
no país
Market
Share
Variação
2008
3 114 940
7º
3,64%
ano-base
2009
4 324 662
7º
3,83%
38,84%
2010
4 928 223
7º
3,65%
13,96%
2011
5 931 298
7º
4,18%
20,35%
2012
6 591 054
5º
4,43%
11,12%
2013
6 555 222
6º
4,34%
-0,54%
2014
6 184 638
7º
3,90%
-5,65%
2015
6 177 241
7º
3,62%
-0,12%
2016
5 472 135
9º
2,98%
-11,41%
2017
4 846 843
9º
2,71%
-11,43%
2018
2 985 227
11º
1,85%
-38,41%
2019
3 155 046
12º
5,69%
11,12%
Prêmio
2013: Prêmio ED - Destaque Equipe de Programação (venceu}[27]
↑Silva, Maria do Carmo Costa (1995). O fim das coisas. as salas de cinema de Belo Horizonte. Belo Horizonte, MG: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - Secretaria Municipal de Cultura. p. 97
↑Filme B (16 de julho de 2001). «São Paulo ganha primeiro arteplex». Informe Filme B - Ano 4 - No. 192, de 16/7/2001. Consultado em 1 de novembro de 2015