A Escola Secundária Josina Machel (ESJM) é uma escola secundáriamoçambicana sediada na capital Maputo. É situada entre a Avenida Patrice Lumumba e 24 de Julho no bairro de Polana no centro da cidade[3].
A escola foi fundada em 1911, passando por diversos estágios e nomes até que, no pós-independência, ganha a denominação "Josina Machel", prestando homenagem a uma das figuras femininas mais proeminentes da história do país.
É a maior escola do país em número de alunos e também em estrutura física[2].
História
O percurso da Escola Secundária Josina Machel começou ainda nos primórdios da República Portuguesa, numa altura em que não haviam escolas secundárias nas colónias (com notável exceção de Cabo Verde, Goa e Macau), sendo que os jovens que desejavam completar seus estudos precisavam obrigatoriamente rumar para a metrópole.
Fundação
No ano de 1911 Portugal dá o primeiro impulso para a criação de escolas secundárias nas colónias; na África Oriental Portuguesa é criada, neste mesmo ano, em Maputo, a Escola Comercial e Industrial 5 de Outubro[4], em alusão ao primeiro aniversário da implantação da República Portuguesa[5]. Em 1918 a escola muda de nome pela primeira vez, passando a denominar-se Liceu 5 de Outubro de Lourenço Marques[6], funcionando nesse período no Palacete do Largo Serpa Pinto[7].
No início do ano lectivo de 1920, mudaram-se as instalações para um edifício na Avenida 24 de Julho. Neste edifício, que sofreu diversos melhoramentos e sucessivas ampliações, se conservou até mudar, em 1952, para o edifício que ocupa actualmente[5].
Em 5 de Outubro de 1937 a instituição de ensino mudou mais uma vez de nome, passando a chamar-se Liceu Nacional Salazar, na data em que foi anunciado que o Liceu ganharia novas e maiores instalações[5].
Até o início da década de 1950 o Liceu matriculava somente meninos, brancos e mestiços (ainda não aceitava negros[8]). O primeiro negro a estudar na instituição foi Joaquim Chissano, no ano de 1951[9].
Novas instalações
Em 6 de Outubro de 1952 o Liceu Nacional Salazar ganha novas instalações[7]; com isto a instituição foi dividida em duas, que ocupavam o mesmo edifício: a ala direita era o sector masculino (chamado Liceu Salazar) e a ala esquerda era o sector feminino (chamado Liceu Dona Ana da Costa Portugal).
O Liceu comportava já, no ano lectivo de 1952-1953, uma frequência de 956 alunos, dispostos em trinta e duas turmas e quarenta e dois professores[7].
Esta estrutura administrativa, de dois liceus em um edifício, foi conservada até 1968, quando passou a denominar-se novamente Liceu 5 de Outubro[7], congregando, pela primeira vez, turmas mistas.
Pós-independência
Pouco depois da independência, em 1976[5], a instituição perdeu definitivamente o nome "liceu", passando a denominar-se Escola Secundária Josina Machel (ESJM), passando, obviamente, à tutela do governo da nova República.
Com o passar do tempo o Edifício Liceu, que comporta a ESJM foi-se degradando, de tal forma que se tornou incómoda a permanência no recinto da escola. Este veio a ser reconstruído no ano de 1994, apadrinhada pelo Governo da República de Moçambique, conservando a característica arquitectónica que antes o caracterizou. O edifício foi reinaugurado em 1996[10]
Na década de 2010 a ESJM passou a enfrentar um aumento de ocorrências de violência, registrando muitas denúncias de bullying[11], consumo de bebidas alcoólicas e entorpecentes. O auge dessa onda de violência deu-se com um caso de esfaqueamento dentro das dependências da escola, em setembro de 2016, o que deixou todo o país alarmado[12].
No mesmo período também passou a enfrentar problemas de reprovação em massa nos exames finais[13]
Desporto e olimpíadas
A ESJM vêm destacando-se, anos após ano, em competições esportivas[14], artísticas e académicas[15], sendo sucessivas vezes campeã.
Alunos famosos
Samora Machel - Primeiro Presidente de Moçambique Independente.