Eritema ab igne também conhecida como eritema calórico é um eritema(mancha vermelha) causado por exposição repetida e prolongada à radiação infravermelha, calor em temperatura de até 45°C.[1] Trata-se de uma lesão geralmente assintomática mas que pode ser acompanhada de ardência e prurido.[2] Sua principal característica são hiperpigmentação reticuladas, descamação fina, atrofia epidérmica e telangiectasias.[3]
Causas
As causas mais comuns são fontes de calor intenso como bolsas de água quente, braseiros, fornos a gás ou a carvão e radiadores a vapor. Profissionais que lidam com fontes de calor constantes são os mais afetados.[4] Existem relatos de tratamentos fisioterápicos para dor crônica que resultaram nesse tipo de queimadura. Essa terapia usa o ultra-som e a diatermia de ondas curtas para promover, através de ondas mecânicas de alta frequência, uma vibração extremamente rápida nos tecidos de forma a gerar calor e consequente dilatação dos vasos locais e alívio da dor.[5][6]
Os locais afetados mais comuns são barriga, braços, mãos, pernas e costas.
Características
As alterações histopatológicas compreendem fragmentação do colágeno, deposição de melanina e hemossiderina, formação de telangiectasias, infiltrados de leucócitos polimorfonucleares, linfócitos e histiócitos.[7] Os danos por exposições a calor são cumulativos.
Existem relatos de carcinoma epidermóide e ceratite que se desenvolveram como consequência de um eritema ad igne.[8]
Tratamento
Passar creme de fluorouracil também conhecida como 5-FU (nomes comerciais: Efudex, Carac or Fluoroplex) podem ser úteis para a inibição do metabolismo dos queratinócitos displásicos.[9] Deve-se evitar fontes de calor para que se permita um desaparecimento progressivo da lesão deixando sua coloração fique menos aparente. A lesão pode tornar-se permanente se a exposição ao calor não for evitada.[5]
Referências
- ↑ Arrington JH, Lockman DS. Thermal keratoses and squamous cell carcinoma in situ associated with erythema ab igne. Arch Dermatol. 1979;115:1226-8.
- ↑ Hurwitz RM, Tisserand ME. Erythema ab igne. Arch Dermatol. 1987;123:21-2.
- ↑ Finlayson GR, Sams WM, Smith JG. Erythema ab igne: a histopathological study. J Invest Dermatol. 1966;46:104-8.
- ↑ Meffert JJ, Davis BM. Furniture-induced erythema ab igne. J Am Acad Dermatol. 1996;34:516-7.
- ↑ a b WEBER, Magda Blessmann; PONZIO, Humberto Antonio; COSTA, Francine Batista and CAMINI, Leandra. Eritema ab igne: relato de um caso. An. Bras. Dermatol. [online]. 2005, vol.80, n.2 [cited 2011-04-18], pp. 187-188. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962005000200010&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0365-0596. doi: 10.1590/S0365-05962005000200010.
- ↑ Imamura MT, Imamura ST, Hsing WT. Agentes físicos em reabilitação. In: Lianza S, editores. Medicina de reabilitação. 2a ed. São Paulo: Guanabara-Koogan,1995. p.103-7.
- ↑ Page EH, Shear NH. Temperature-dependent skin disorders. J Am Acad Dermatol. 1988;18:1003-19.
- ↑ 4. Arrington JH, Lockman DS. Thermal keratoses and squamous cell carcinoma in situ associated with erythema ab igne. Arch Dermatol. 1979;115:1226-8.
- ↑ Sahl W, Taira JW. Erythema ab igne: treatment with 5-fluorouracil cream. J Am Acad Dermatol. 1992;27:109-10.