Eritema ab igne

Eritema calórico
Eritema ab igne
Eritema ab igne
Queimadura causada pelo excesso de bolsas de água quente para alívio de uma dor de barriga crônica.
Especialidade dermatologia
Classificação e recursos externos
CID-10 L59.0
CID-9 692.82
CID-11 972721186
DiseasesDB 4438
eMedicine 1087535
MeSH D000089965
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Eritema ab igne também conhecida como eritema calórico é um eritema(mancha vermelha) causado por exposição repetida e prolongada à radiação infravermelha, calor em temperatura de até 45°C.[1] Trata-se de uma lesão geralmente assintomática mas que pode ser acompanhada de ardência e prurido.[2] Sua principal característica são hiperpigmentação reticuladas, descamação fina, atrofia epidérmica e telangiectasias.[3]

Causas

As causas mais comuns são fontes de calor intenso como bolsas de água quente, braseiros, fornos a gás ou a carvão e radiadores a vapor. Profissionais que lidam com fontes de calor constantes são os mais afetados.[4] Existem relatos de tratamentos fisioterápicos para dor crônica que resultaram nesse tipo de queimadura. Essa terapia usa o ultra-som e a diatermia de ondas curtas para promover, através de ondas mecânicas de alta frequência, uma vibração extremamente rápida nos tecidos de forma a gerar calor e consequente dilatação dos vasos locais e alívio da dor.[5][6]

Os locais afetados mais comuns são barriga, braços, mãos, pernas e costas.

Características

As alterações histopatológicas compreendem fragmentação do colágeno, deposição de melanina e hemossiderina, formação de telangiectasias, infiltrados de leucócitos polimorfonucleares, linfócitos e histiócitos.[7] Os danos por exposições a calor são cumulativos.

Existem relatos de carcinoma epidermóide e ceratite que se desenvolveram como consequência de um eritema ad igne.[8]

Tratamento

Passar creme de fluorouracil também conhecida como 5-FU (nomes comerciais: Efudex, Carac or Fluoroplex) podem ser úteis para a inibição do metabolismo dos queratinócitos displásicos.[9] Deve-se evitar fontes de calor para que se permita um desaparecimento progressivo da lesão deixando sua coloração fique menos aparente. A lesão pode tornar-se permanente se a exposição ao calor não for evitada.[5]

Referências

  1. Arrington JH, Lockman DS. Thermal keratoses and squamous cell carcinoma in situ associated with erythema ab igne. Arch Dermatol. 1979;115:1226-8.
  2. Hurwitz RM, Tisserand ME. Erythema ab igne. Arch Dermatol. 1987;123:21-2.
  3. Finlayson GR, Sams WM, Smith JG. Erythema ab igne: a histopathological study. J Invest Dermatol. 1966;46:104-8.
  4. Meffert JJ, Davis BM. Furniture-induced erythema ab igne. J Am Acad Dermatol. 1996;34:516-7.
  5. a b WEBER, Magda Blessmann; PONZIO, Humberto Antonio; COSTA, Francine Batista and CAMINI, Leandra. Eritema ab igne: relato de um caso. An. Bras. Dermatol. [online]. 2005, vol.80, n.2 [cited 2011-04-18], pp. 187-188. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962005000200010&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0365-0596. doi: 10.1590/S0365-05962005000200010.
  6. Imamura MT, Imamura ST, Hsing WT. Agentes físicos em reabilitação. In: Lianza S, editores. Medicina de reabilitação. 2a ed. São Paulo: Guanabara-Koogan,1995. p.103-7.
  7. Page EH, Shear NH. Temperature-dependent skin disorders. J Am Acad Dermatol. 1988;18:1003-19.
  8. 4. Arrington JH, Lockman DS. Thermal keratoses and squamous cell carcinoma in situ associated with erythema ab igne. Arch Dermatol. 1979;115:1226-8.
  9. Sahl W, Taira JW. Erythema ab igne: treatment with 5-fluorouracil cream. J Am Acad Dermatol. 1992;27:109-10.