Ephemera - Associação CulturalMHM é uma biblioteca e arquivo de José Pacheco Pereira, um renomeado professor, investigador de história contemporânea portuguesa, jornalista, cronista e político. Criada em 2003, na Marmeleira, conta com mais de 200 mil títulos, sendo uma das maiores bibliotecas privadas portuguesas. Em 2009 foi fundada como Ephemera Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira, e entre Abril e Maio de 2017 foi criada uma associação em torno da biblioteca que conta com mais de 120 associados. Actualmente, estuda-se a possibilidade de ser transformada numa fundação.[1][2][3][4]
É constituída por documentos, materiais e objectos relacionados com o activismo social e político do seu fundador, como os papéis de Sá Carneiro, deixados à sua secretária, e a mobília de Vítor Crespo, Presidente da Assembleia da República Portuguesa entre 1987 e 1991. Funciona na Marmeleira, Lisboa e Barreiro, e tem pontos de recolha em Viana do Castelo, Porto, Lamego, Guarda, Figueira da Foz, Coimbra e Torres Vedras.
É também considerado o arquivo privado mais público de Portugal.[5]
A 22 de Fevereiro de 2020 foi feita Membro-Honorário da Ordem do Mérito.[6]
História
Ephemera é um projecto destinado a colocar a público materiais da biblioteca e arquivo de José Pacheco Pereira.[7] Com o passar do tempo, desenvolveu-se num arquivo e numa biblioteca centrada principalmente na história contemporânea, social, cultural, e política. É um acervo no seu conjunto generalista, mas com uma forte componente especializada na história social, cultural e política contemporânea, com materiais de arquivo e com colecções únicos em Portugal em certas áreas.[8]
Na sua origem tinha um acervo privada constituído por três fontes principais: a biblioteca e papéis da família Pacheco Pereira, que se encontravam, no seu grosso, na posse de Álvaro Pacheco Pereira, falecido em 2012; e a biblioteca e arquivo de José Pacheco Pereira, cujas primeiras aquisições próprias datam de 1963. Posteriormente, foi incorporado um conjunto de ofertas que vão desde bibliotecas a espólios, para além de muitos núcleos mais pequenos e um contínuo fluxo de materiais uns comprados e outros oferecidos.[9]
A Associação Cultural Ephemera (ACE) foi constituída em Abril de 2017 por 20 fundadores, e o seu logótipo é inspirado num relógio existente no arquivo – símbolo da passagem do tempo – que foi concebido por Henrique Cayatte.
«A Associação, de âmbito cultural sem fins lucrativos, tem por fim promover e patrocinar a preservação de patrimónios de carácter cultural, histórico, científico e educativo, o desenvolvimento de acções de investigação e estudo nos domínios da história, da sociologia e da literatura, bem como prosseguir a organização e manutenção do arquivo e biblioteca de José Pacheco Pereira e de todos os outros que aí sejam incorporados por compra ou doação.»[11]
Membros dos órgãos sociais da Associação para o mandato de 2017/2019:
Direcção
José Pacheco Pereira (Presidente)
João Pedreira de Matos
Júlio Sequeira
Venerando Aspra de Matos
Mesa da Assembleia Geral
António Estrela Ribeiro (Presidente)
Mafalda Nunes Viana (Secretária)
Fiscal Única
Rita Maltez
Locais de trabalho no Arquivo
Há algum tempo que o espaço do Arquivo deixou de se circunscrever à Marmeleira. Actualmente, tem locais de trabalho e armazenamento em Lisboa e no Barreiro para além dos inúmeros pontos de recolha que continuam a prosperar pelo país.[12]
Marmeleira
Fruto da necessidade de querer ver toda a biblioteca reunida José Pacheco Pereira começou por adquirir uma casa na Vila da Marmeleira (concelho de Rio Maior). No final de 2018 o Arquivo/Biblioteca ocupa 6 edifícios contíguos que albergam mais de 200.000 livros e uma quantidade infindável de revistas, jornais, panfletos, pins, autocolantes, cartazes, e todo o tipo de objectos.
Lisboa
Em Março de 2016, o Ephemera criou um entreposto e local de trabalho no 1º andar da Livraria Ler Devagar (Lx Factory), um dos espaços culturais mais emblemáticos de Lisboa. Ali são recolhidos e tratados, pelos voluntários, inúmeros acervos.
Barreiro
Em Dezembro de 2017 o Arquivo dotou-se de um armazém de 400 m2 no Parque Empresarial do Barreiro, nas instalações da antiga CUF/Quimigal, constituindo uma base importante do arquivo e do tratamento dos acervos e espólios mais volumosos.[13]
Em Abril de 2018 articulou-se, com a Baía do Tejo, uma parceria estabelecida entre as duas entidades que prevê anualmente o desenvolvimento regular de várias iniciativas culturais, abertas e disponíveis a toda a comunidade.[14]
Pontos de recolha
A Associação tem pontos de recolha de materiais, coordenados por voluntários, nos seguintes locais:
Em Setembro de 2017, a TVI24 iniciou uma colaboração regular com a Associação Cultural Ephemera e José Pacheco Pereira, que se traduziu na emissão de um programa semanal do autor, para dar a conhecer o arquivo sob o mote de “preservar a memória do passado como instrumento da democracia do presente”.[16][17]
Depois de duas temporadas o programa encontra-se, actualmente, na sua terceira temporada.