Em 20 de agosto de 2020, o líder da oposição e ativista russo Alexei Navalny foi envenenado com um agente nervoso Novichok e hospitalizado em estado grave. Durante um voo de Tomsk para Moscou, ele adoeceu e foi levado em coma para um hospital em Omsk. Ele foi transferido para o hospital Charité em Berlim, Alemanha, dois dias depois. O uso do agente nervoso foi confirmado por cinco laboratórios certificados pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW).[1] Em 7 de setembro, os médicos anunciaram que Navalny havia saído do coma e que sua condição havia melhorado.[2] Ele recebeu alta do hospital em 22 de setembro de 2020.[3] A OPAQ disse que um inibidor da colinesterase do grupo Novichok foi encontrado no sangue, urina, amostras de pele e garrafa de água de Navalny.[4] Ao mesmo tempo, o relatório esclareceu que o russo havia sido envenenado com um novo tipo de Novichok, que não estava incluído na lista de produtos químicos controlados da Convenção sobre as Armas Químicas.[5]
Outros russos proeminentes, especialmente os críticos do Kremlin, sofreram ataques de envenenamento nas últimas duas décadas. Navalny acusou o presidente Vladimir Putin de ser responsável por seu envenenamento.[6] A União Europeia e o Reino Unido impuseram sanções pelo envenenamento de Navalny ao diretor do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), Alexander Bortnikov e cinco outros altos funcionários russos e ao Instituto Estadual de Pesquisa em Química Orgânica e Tecnologia (GosNIIOKhT).[7] Segundo a UE, o envenenamento de Navalny tornou-se possível "apenas com o consentimento do Gabinete Executivo Presidencial" e com a participação do FSB.[8] Uma investigação do Bellingcat e The Insider implicaram agentes do FSB no envenenamento de Navalny.
Os promotores russos se recusaram a abrir uma investigação criminal oficial sobre o envenenamento, alegando que não encontraram nenhum sinal de que um crime havia sido cometido, e o Kremlin negou envolvimento no ocorrido.[9] Em 17 de janeiro de 2021, Navalny retornou à Rússia da Alemanha e foi detido no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo por supostamente violar os termos de sua liberdade condicional. Em 2 de fevereiro, sua pena suspensa foi substituída por uma pena de prisão, o que significa que ele passaria mais de dois anos e meio em uma colônia penal. Sua prisão levou a protestos em toda a Rússia em 23 de janeiro de 2021.
↑Emmott, Robin; Young, Sarah; Falconbridge, Guy; Marrow, Alexander; Antonov, Dmitry (15 de outubro de 2020). «EU, Britain sanction Russian officials over Navalny poisoning». Reuters. Edited by Andrew Cawthorne, Giles Elgood, William Maclean. Brussels. Consultado em 8 de março de 2022