Na universidade lecionaria por 34 anos, aposentando-se como catedrático em fevereiro de 1983, mas manteve seu escritório até o início do século XXI.[2] Presidiu a seção regional do Instituto de Arquitetos do Brasil de 1955 a 1956, e reeleito, representou a seccional junto à Assembleia Nacional do IAB de 1958 a 1959.[1] Em 1969 foi eleito suplente do Conselho Fiscal do Sindicato dos Arquitetos do estado.[3] Foi o 4º afiliado ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul.[4]
Obra
Sua carreira iniciou em um período de intensa atividade edilícia na cidade de Porto Alegre, favorecido por um crescimento econômico, pela redemocratização pós-Estado Novo, permitindo um intercâmbio mais intenso de informação com outros centros, e por uma profunda mudança nos conceitos sobre urbanismo e habitabilidade. Foi também o período em que a estética modernista ganhava crescente penetração no tradicionalista ambiente cultural rio-grandense, influenciando artistas, arquitetos e decoradores.[1]
O resultado deste processo no campo da arquitetura foi uma ampla renovação da paisagem urbana, contando com a destacada atuação de Bered e um pequeno grupo de outros arquitetos, como Salomão Kruchin, Remo José Irace e Roberto Félix Veronese, todos colegas de Bered na Faculdade de Arquitetura, e segundo Laghi & Souto, todos "de grande importância no contexto histórico moderno do Brasil". Esta fase inicial foi fortemente influenciada pelo trabalho de Le Corbusier e da Escola Carioca, embora outras referências também tenham sido incorporadas.[1]
Bered desenvolveu mais de 300 projetos em sua carreira, muitos considerados icônicos e referenciais,[5][6][7] como os edifícios Redenção, Tannhauser e Rio Grande do Sul, as sedes do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado, do Tribunal Regional do Trabalho, da Companhia Riograndense de Telecomunicações e da Faculdade de Odontologia da UFRGS, todos em Porto Alegre. Também projetou a Vila Nova Restinga, hoje um dos bairros mais populosos da cidade.[5] Assinou muitos projetos em parceria com Salomão Kruchin ou Roberto Veronese.[8]
Segundo Silvio de Abreu Filho et alii, "a trajetória profissional de Emil Achutti Bered cobre quase toda a segunda metade do século XX, em contribuição de reconhecida relevância para a introdução, difusão e consolidação da arquitetura moderna no estado. Além da extensa e qualificada produção projetual, [...] Bered teve atuação destacada no ensino e gestão acadêmica na nova Faculdade de Arquitetura e significativa participação nos órgãos profissionais e de classe".[8]
Distinções
Foi contemplado com a Medalha de Prata no I Salão de Arquitetura do Rio Grande do Sul, em 1960, pelo projeto da Faculdade de Odontologia.[1] Em 2001 foi eleito Arquiteto do Ano pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul.[3] Em 2013 recebeu homenagem do Conselho de Arquitetura e Urbanismo,[4] e em 2016 recebeu do mesmo órgão uma placa comemorativa.[2] Em 2023 recebeu da Assembleia Legislativa a Medalha da 56ª Legislatura, reconhecendo sua distinguida trajetória.[9]
Oito edifícios que projetou foram incluídos pela Prefeitura no Inventário da Arquitetura Moderna em Porto Alegre: edifícios Tannhauser, Linck, Cristofel, Redenção, Porto Alegre, Faial, Rio Grande do Sul e a sede da CRT.[10] Foi biografado por Sergio Marques, César Vieira e Eneida Ströher no livro Emil Bered Arquiteto, lançado em novembro de 2022.[5] Sua produção é estudada em diversas publicações acadêmicas.[8]
↑ abcdeLaghi, Laís Bernardo & Souto, Ana Elisa. "Arquitetura Hospitalar e Modernidade: Um estudo de caso em edifício histórico de Porto Alegre dos anos 50". In: Scientific Journal ANAP, 2023; 1 (8)
↑ abOrtácio, Sabrina. IAB RS 70 Anos. Instituto de Arquitetos do Brasil-RS, 2018, pp. 26-28