A embriogénese humana ou desenvolvimento embrionário humano é o processo de divisões celulares e diferenciação celular do embrião que ocorre durante as etapas iniciais do desenvolvimento humano. Em termos biológicos, o desenvolvimento humano envolve o crescimento a partir duma só célula, o zigoto até à formação um ser humano adulto. A fecundação ocorre quando o espermatozoide é bem sucedido e se funde com um óvulo. O material genético do espermatozoide e do óvulo é combinado formando uma única célula chamada zigoto e, assim, começa o estágio germinal do desenvolvimento pré-natal.[1] A embriogénese dura as primeiras oito semanas do desenvolvimento; ao principio da nona semana o embrião é já denominado feto.
A embriologia humana é o estudo deste desenvolvimento durante as primeiras oito semanas depois da fecundação. O período normal de gestação (gravidez) é de nove meses ou 38 semanas.
O estagio germinal refere-se ao tempo que decorre desde a fecundação e ao longo do desenvolvimento inicial do embrião até se dar por completa a nidação no útero. O estágio germinal leva cerca de 10 dias.[2] Durante este estagio, o zigoto começa a dividir-se, num processo chamado clivagem. Completa a evolução do blastocisto dá-se então a sua nidação no endométrio. A embriogénese continua com a seguinte fase chamada gastrulação, na qual se formam as três camadas germinativas do embrião num processo chamado histogénese; a estes seguem-se os processos de neurulação e organogénese.
Em comparação com o embrião, o feto possui características externas mais reconhecíveis e um conjunto mais completo de órgãos em desenvolvimento. O processo completo de embriogénese envolve alterações espaciais e temporais coordenados na expressão genética, crescimento celular e diferenciação celular. Um processo quase idêntico ocorre noutras espécies, especialmente em cordados (ver embriogénese).
Fase germinal
Fecundação
A fecundação ocorre quando o espermatozoide consegue entrar no óvulo, fundindo os dois conjuntos de material genético haplóide carregados por ambas as gametas, dando origem a um zigoto (uma única célula diplóide). Isto geralmente ocorre na ampola das trompas de Falópio. O zigoto contém o material genético combinado do pai e da mãe, que consiste em 23 cromossomas do núcleo do óvulo e outros 24 núcleos do espermatozoide, tendo, portanto, 23 pares de cromossomas. Os 46 cromossomas sofrem alterações antes da divisão mitótica, conduzindo à formação dum embrião de duas células.
Para que a fecundação seja bem sucedida, dar-se-ão três processos, que também actuam como controlos para assegurar a especificidade da espécie (só se podem fecundar as gametas da mesma espécie, humana neste caso). O primeiro processo é a quimiotaxia, que direcciona o movimento do espermatozoide para o óvulo. Em segundo lugar, há compatibilidade adesiva entre o espermatozoide e o óvulo. Uma vez que o espermatozoide se aderiu ao óvulo, ocorre o terceiro processo, que é a reacção acrossómica; a parte frontal do espermatozoide apresenta um acrossoma, que contém enzimas com capacidade de digerir e degradar a zona pelúcida que rodeia o óvulo e, portanto, permite a entrada do espermatozoide.[3] A entrada do espermatozoide causa uma libertação de iões de cálcio, que bloqueiam a entrada de mais espermatozoides. Uma reação paralela ocorre no óvulo, chamada reacção zonal ou cortical. Esta libera grânulos corticais que libertam enzimas digestivas que digerem as proteínas receptoras do espermatozoide, evitando assim a poliespermia. Os grânulos também se fundem com a membrana plasmática e modificam a zona pelúcida de maneira a que a entrada de mais espermatozoides seja obstada.
Referências
↑Sherk, Stephanie Dionne. «Prenatal Development». Gale Encyclopedia of Children's Health, 2006. Gale. Consultado em 6 de outubro de 2013. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2013
↑«germinal stage». Mosby's Medical Dictionary, 8th edition. Elsevier. Consultado em 6 de outubro de 2013