Nascida numa família com bases de formação musical ligada à Banda Musical de Caldas das Taipas, enveredou pelos estudos musicais no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, onde estudou violino e canto, tendo entre os docentes Palmira Troufa.[17][11]
Em outubro de 1997, Elisabete Matos faz uma estreia triunfal na reabertura do madrileno Teatro Real na estreia mundial da ópera Divinas Palabras, por Antón García Abril, ao lado de Plácido Domingo, interpretando o papel principal de Mari-Galia em alternância com Inmaculada Egido.[27][28] Reconhecendo as qualidades da soprano, o tenor e maestro convidou-a então para cantar com ele na Le Cid (Massenet) no papel de Chimène, que viria a ser apresentada em 1999, em maio no es:Teatro de la Maestranza de Sevilha[29] e em novembro pela Ópera Nacional de Washington no John F. Kennedy Center for the Performing Arts.[30] No entanto, antes destes espectáculos, ambos ainda se cruzaram no concerto que Plácido Domingo deu no Estádio do Restelo, em Lisboa, por alturas da EXPO'98,[17][31] seguindo-se outro convite para Elisabete participar pela companhia Ópera Nacional de Washington, de que Domingo era director artístico, como "Dolly" em Sly (Ermanno Wolf-Ferrari) ao lado de José Carreras, em março de 1999, também no Kennedy Center.[17][32]
Em 2001, participa na abertura oficial do Porto 2001 (Capital Europeia da Cultura), actuando com a Orquestra Nacional do Porto, com direcção do maestro Marc Tardue, no Coliseu do Porto, dia 13 de janeiro.[36][37] Já em março de 2001, participa na Gala Verdi, espectáculo no Teatro Palacassa, em Parma, inserido nas comemorações do centenário da morte de Giuseppe Verdi, sob a direcção musical de Zubin Mehta, ao lado das maiores estrelas da ópera da altura.[38][39] Ainda em Itália, participa em julho no Macerata Opera Festival estreando-se no papel de Floria Tosca em Tosca (Puccini) com a direcção de Renato Palumbo.[40][41]
No início de 2010, aquando do arranque das comemorações do Centenário da Implantação da República Portuguesa, no Porto, foi apresentado um CD com as novas versões do Hino Nacional de Portugal que incluía, entre outras, a interpretação de Elisabete Matos. Este disco, uma iniciativa foi desenvolvida pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, pelo Teatro Nacional de São Carlos e pela RTP, em colaboração com o Ministério da Cultura e o INATEL, foi editado para distribuição às orquestras sinfónicas, bandas filarmónicas, escolas, academias de música e embaixadas portuguesas no estrangeiro, com o objectivo é homogeneizar a interpretação, passando a ser a versão oficial.[48][49] Na sessão de encerramento das comemorações, a 21 de outubro de 2011 Elisabete Matos interpretou, na sua versão integral, "A Portuguesa", acompanhada da Banda da Guarda Nacional Republicana e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, em pleno hemiciclo da Assembleia da República.[50]
Em Dezembro de 2010, Elisabete Matos estreou-se no Metropolitan de Nova Iorque, interpretando Minnie, o papel principal da ópera de Puccini, La Fanciulla del West, um papel também interpretado por Deborah Voigt naquela produção.[51][52][53]
Em 2015 candidatou-se à direção artística do Teatro Nacional de São Carlos no concurso internacional para preencher um lugar vago desde 2013.[60] A escolha acabou por recair em 2016 sobre Patrick Dickie, anterior consultor artístico e programador convidado desta casa de ópera.[61]
Elisabete Matos participou na sessão solene de encerramento as celebrações do Centenário das Aparições de Fátima, a 13 de outubro de 2017, integrando um concerto com a Orquestra e pelo Coro Gulbenkian, dirigidos pela maestrina Joana Carneiro, que incluiu, entre outras, obras encomendadas aos compositores James MacMillan e Eurico Carrapatoso.[62][63]
Nas eleições legislativas de 2022, surgiu em segundo da lista por Braga do Partido Socialista, tendo sido eleita deputada à Assembleia da República.[64] No entanto, nunca assumiu o mandato por exercer as funções de diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos, tendo renunciado ao mandato a 22 de setembro de 2022.[65]
Sendo um soprano Lírico-spinto, Elisabete Matos é dona de uma voz capaz de uma grande intensidade dramática com um timbre de pura beleza. Os seus compositores mais executados são Puccini e Wagner, mas conta com mais de cinquenta papéis no seu repertório.
Depois de Tordesilhas... (Vários) (1994, CD, Numérica, Paços de Brandão) com Elisabete Matos (soprano); Elsa Saque (soprano); Helena Afonso (soprano); Nuno Vieira de Almeida (piano)[25][25][67]
Margarita la Tornera (Ruperto Chapí) (2002, CD, Radiotelevisión Española, Madrid) com Plácido Domingo (Juan de Alarcón); Elisabete Matos (Margarita); Angel Ódena (Don Lope de Aguilera); Orquesta Sinfónica de Madrid com o masetro Luis Antonio García Navarro[69]
Requiem (Suppé) (2003, CD, Virgin Classics, Londres) com Elizabete Matos (soprano); Mirjam Kalin (contralto); Aquiles Machado (tenor) ; Luis Rodrigues (baixo); Coro Gulbenkian e Orquestra Gulbenkian com maestro Michel Corboz[70]
Dialogues des Carmélites (Francis Poulenc) (2005, CD, Musicom, Milão) com Christopher Robertson (Marquis de la Force); Dagmar Schellenberger (Blanche); Gordon Gietz (cavaleiro); Anja Silja (Madame de Croissy); Elisabete Matos (Madame Lidoine); Coro e Orquestra do Teatro alla Scala di Milano com maestro Riccardo Muti[71]
Filmografia
Le Cid (Jules Massenet) (2005, DVD, House of Opera, Duluth, Georgia) com Plácido Domingo (O Cid) ; Elisabète Matos (Chimène); Angela Turner Wilson (Infanta); Coro da Ópera de Washington e Kennedy Center Opera House Orchestra com maestro Emmanuel Villaume[72]
Pela "sua carreira internacional em ascensão" Elisabete Matos recebeu o Prémio Bordalo (1999) na categoria "Música Erudita". Os prémios atribuídos pela Casa de Imprensa foram entregues numa cerimónia em 4 de Junho de 2000, no Grande Auditório da Culturgest.[76]
Em 2003 recebeu a Medalha de Ouro por Mérito Artístico da Cidade de Guimarães, a 24 de junho.[10][77]
Por "mérito nas artes musicais e bel canto", Elisabete Matos foi uma das distinguidas com o Prémio Femina em 2013, atribuído pela Portugal Protocolo a 9 de Março, em Guimarães.[78][79]
Em 2013, Elisabete Matos foi agraciada com o Prémio Femina por mérito nas Artes Musicais e Bel Canto, em Guimarães.
Em 2013 Elisabete Matos recebeu o Prémio Voz atribuído pelo Departamento de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação do Hospital de Santa Maria, no âmbito da comemorações, na Aula Magna, em Lisboa, do Dia Mundial da Voz a 16 de abril.[80][81][82][83]
↑Existe a informação contestada de "1970" como ano de nascimento.[5][6]
↑Existem várias referências de fontes independentes que indicam/indicaram "Caldas das Taipas" como local de nascimento.[9][10][11][12] Também existem referências de fontes independentes que indicam/indicaram "Braga" como local de nascimento.[4][13][14] A página oficial da biografada indica/indicou "Braga" desde, pelo menos, 2008.[15][16] Assunto abordado na página de discussão do artigo.
↑ ab«Artigos de apoio : Elisabete Matos». Indica "1964" e "Braga" como ano e local de nascimento. Infopédia. Consultado em 24 de abril de 2015. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015
↑Catarina Carvalho (19 de Janeiro de 2012). ««Temos de aprender a valorizar o que é nosso»». Diário de Notícias. Presumido "1970" após cálculo. Consultado em 4 de setembro de 2015. Arquivado do original em 4 de setembro de 2015
↑Conceição Lino (9 de janeiro de 2013). «Uma voz Portuguesa pelo mundo (Programa Boa Tarde)». Introdução e entrevista aquando dos 25 anos de carreira. Indica "Caldas das Taipas" ao 0:54. Aos 6:46 volta o assunto. Indica "Conservatório" aos 1:05. SIC (Via Sapo). Consultado em 28 de dezembro de 2018
↑Luciana Leiderfarb (11 de julho de 1998). «A arte de Domingo». Expresso. Consultado em 28 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2018
↑JN (23 de dezembro de 2000). «"Carreira é como sacerdócio"». Jornal de Notícias. Consultado em 28 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 7 de setembro de 2001
↑ abMauro Mariani (28 de julho de 2001). «Lo Scarpia di Raimondi vale il viaggio allo Sferisterio». Il Giornale della Musica (EDT srl) (em italiano). Indica erradamente "Renato Palombo" como director. Torino. Consultado em 28 de dezembro de 2018
↑G. Pugliaro (2001). «Opera 2001» (em italiano). Resultado da busca de "Elisabete Matos + Tosca". EDT srl. p. 132, 133. ISBN9788870635768. Consultado em 28 de dezembro de 2018
↑Marie-Laure de Bello-Portu (2010). «Musique & Opéra autour du Monde 2010-2011» (em francês). Resultado da busca de "Elisabete Matos + La Fanciulla del West". Musique & Opéra. p. 141. ISBN2911894405. Consultado em 28 de dezembro de 2018
↑«Prémios Bordalo». Em 1962 denominado "Óscar da Imprensa", depois denominado de "Prémio da Imprensa" e mais tarde "Prémio Bordalo". Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 28 de dezembro de 2018
↑«Condecorações 24 Junho : 2003». Clicar em "2003 ". Deliberação de 2003-06-05. Não refere grau. Câmara Municipal de Guimarães. 14 de agosto de 2015. p. 23039. Consultado em 28 de dezembro de 2018
↑Presidência da República - Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas (22 de julho de 2013). «Alvará (extrato) n.º 8/2013». Referida como "Maria Elizabete da Silva Duarte Matos". Diário da República n.º 139/2013, Série II. p. 22959. Consultado em 28 de dezembro de 2018
↑Presidência do Conselho de Ministros - Gabinete do Secretário de Estado da Cultura (14 de agosto de 2015). «Despacho n.º 9122/2015». Referida como "Elisabete Matos". Diário da República n.º 158/2015, Série II. p. 23039. Consultado em 28 de dezembro de 2018