As eleições estaduais em Goiás em 1960 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em onze estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos.[nota 1][nota 2][1]
Graças à Revolução de 1930, o médico Pedro Ludovico Teixeira assumiu o cargo de interventor federal em Goiás mantendo-o em suas mãos durante os quinze anos da Era Vargas. Senador da República no exercício do segundo mandato consecutivo, transformou a seção estadual do PSD num poderoso agrupamento político que venceu três das quatro eleições diretas pelo Palácio das Esmeraldas[2] e agora o vetusto líder testemunha a ascensão de seu progênito no cenário estadual.
Nascido em Rio Verde, o militar e agropecuarista Mauro Borges cursou a Escola Militar do Realengo e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, dela saindo como oficial de transportes. Após servir em Santa Maria dirigiu a Estrada de Ferro Goiás no segundo governo do presidente Getúlio Vargas e na presidência de Café Filho esteve próximo ao Marechal José Pessoa na Comissão de Estudos e Localização da Nova Capital do Brasil. Integrante do conselho fiscal da Companhia Urbanizadora da Nova Capital, deixou o mesmo a fim de eleger-se deputado federal pelo PSD e dois anos mais tarde foi eleito governador já na reserva sob a patente de coronel.[3] Em 1950 seu pai, Pedro Ludovico Teixeira, foi eleito governador e em 1954 foi a vez de seu primo, José Ludovico de Almeida, a quem Mauro Borges derrotaria para chegar ao executivo goiano. Para que isso ocorresse, entretanto, foi preciso romper a tradição de conceder mandatos quadrienais aos governadores numa regra vigente após a Constituição de 1946, afinal José Feliciano Ferreira teve o mandato encerrado após dois anos.[nota 3]
O vice-governador eleito é o advogado Rezende Monteiro. Formado pela Universidade Federal Fluminense, ele nasceu em Caiapônia e fez carreira política no PTB elegendo-se deputado estadual em 1954 e deputado federal em 1958.[4]
Em 4 de junho de 1961 houve uma eleição extraordinária para senador e suplente devido à renúncia dos titulares eleitos em 1958 e assim foram escolhidos Juscelino Kubitschek e José Feliciano Ferreira, nessa ordem.[5][6]
Resultado da eleição para governador
Informações colhidas junto ao Tribunal Superior Eleitoral relatam 291.353 votos nominais.[1]
Candidatos a governador do estado
|
Candidatos a vice-governador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Mauro Borges PSD |
Ver abaixo - |
- |
PSD, PTB |
160.365 |
55,04%
|
José Ludovico de Almeida PSP |
Ver abaixo - |
- |
PSP, UDN |
130.988 |
44,96%
|
Eleito
Resultado da eleição para vice-governador
Informações colhidas junto ao Tribunal Superior Eleitoral relatam 268.978 votos nominais.[1]
Candidatos a governador do estado
|
Candidatos a vice-governador |
Número |
Coligação |
Votação |
Percentual
|
Ver acima - |
Rezende Monteiro PTB |
- |
PSD, PTB |
138.742 |
51,58%
|
Ver acima - |
José Fleury UDN |
- |
PSP, UDN |
130.236 |
48,42%
|
Eleito
Resultado da eleição suplementar para senador
Conforme o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás foram apurados 173.166 votos nominais na eleição extraordinária de 4 de junho de 1961. Não estão disponíveis no momento o total de votos em branco e o de votos nulos.[nota 4]
Eleito
Notas
- ↑ Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
- ↑ Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
- ↑ Os integrantes do "grupo dos quatro anos de mandato" passaram a ser: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além de receber a adesão do Acre quando de sua elevação ao patamar de estado.
- ↑ Os dados quanto ao total de votos apurados para senador são oriundos do Diário do Congresso Nacional (seção II) de 13/07/1961, página 1.283.
- ↑ Teve o mandato cassado em 8 de junho de 1964 pelo Ato Institucional Número Um e como o seu suplente fora eleito senador dois anos antes, a bancada goiana ficou com uma cadeira vaga.
- ↑ Foi eleito senador em 1962 e assim renunciou à condição de suplente na chapa de Juscelino Kubitschek.
Referências
Eleições estaduais em Goiás |
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Em itálico as ocasiões em que não houve eleição direta para governador. |
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Eleição | | |
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Eleições estaduais | |
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Artigos relacionados | |
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