"Dakiti" Lançamento: 30 de outubro de 2020 (2020-10-30)
"Yo Visto Así" Lançamento: 27 de novembro de 2020 (2020-11-27)
"Booker T" Lançamento: 20 de janeiro de 2021 (2021-01-20)
"La Noche de Anoche" Lançamento: 14 de fevereiro de 2021 (2021-02-14)
El Último Tour del Mundo (estilizado em letras minúsculas) é o terceiro álbum de estúdio solo e o quarto no geral do rapper e cantorporto-riquenhoBad Bunny. Foi lançado em 27 de novembro de 2020, pela Rimas Entertainment, apenas nove meses após o lançamento de seu álbum anterior YHLQMDLG, que alcançou sucesso comercial e aclamação da crítica. Composto por dezesseis faixas, é principalmente um disco de trap e reggaeton infundido com uma variedade de subgêneros provinientes da música rock, e apresenta participações de Jhay Cortez, Rosalía e Abra.[1][2] O título do álbum se refere a como Bad Bunny imaginou que será sua última turnê de shows no ano de 2032.[3] O material foi escrito e gravado durante a quarentena obrigatória causada pela COVID-19. Tornou-se o primeiro álbum totalmente em espanhol a alcançar o número um na Billboard 200 dos Estados Unidos.
Antecedentes e lançamento
Bad Bunny confirmou o lançamento de seu terceiro álbum de estúdio em 29 de fevereiro de 2020, quando cantou a música "<3": "este álbum é tão quente, fiz isso por todos vocês; e em nove meses voltarei e lançarei outro; [pretendo] aposentar-me agradavelmente como Miguel Cotto".[4] Em 30 de outubro, o primeiro single do trabalho, "Dakiti", com a participação do cantor compatriota e amigo próximo Jhay Cortez, foi lançado, alcançando o primeiro lugar na parada Billboard Global 200. O nome do projeto foi liberado no vídeo da canção, em que um grande caminhão passa com uma mensagem que mostra o título.[5] Em 24 de novembro de 2020, ele novamente sugeriu um novo álbum, tweetando a palavra "Temazo", que se traduz em "acertar". Ele postou uma postagem semelhante no Twitter antes de YHLQMDLG ser lançado.[6] No dia seguinte, ele anunciou a data de lançamento do disco, seu título e lista de faixas. O álbum foi lançado em 27 de novembro, junto com um vídeo do single "Yo Visto Así", com participações especiais de, entre outros, Ricky Martin e Sofía Vergara.[7]
Composição e gravação
El Último Tour Del Mundo é um álbum pertencente aos gêneros trap latino e reggaeton[8][9] infundido com uma variedade de subgêneros provinientes da música rock,[10] nomeadamente rock alternativo,[8]indie rock[9] e post-punk,[11] assim como influências do pop alternativo,[12]new wave, eletrônica,[13]hip hop e R&B.[11] A obra foi considerada o "trabalho mais pessoal e criativamente ambicioso de Bad Bunny".[14] Um trabalho "experimental, futurista e ousado",[12] e seu projeto "mais introspectivo, às vezes acústico" que contém apenas duas colaborações: uma com Abra, um artista de R&B, e a outra com Rosalía ("La Noche de Anoche"). Ambas as músicas foram gravadas separadamente, devido a quarentena obrigatória causada pela COVID-19.[15] Sobre a falta de participações especiais, Bunny afirmou: "Achei que era hora de demonstrar [minha] versatilidade e trazer algo novo para os fãs".[3] Ele chamou o disco de "completamente diferente de YHLQMDLG. Este é um álbum mais sentimental, mais descontraído, o tipo de coisa que você pode ouvir em seu quarto"; e descreveu sua musicalidade como "rock 'n' roll, [com] muitas guitarras – tem uma música que só tem guitarra – é mais musical, tem mais fusões, e também reggaetón e rap". El Último Tour Del Mundo foi concebido inteiramente durante a quarentena de 2020.[3] Bunny trabalhou no álbum durante uma viagem, para Los Angeles e México, e em sua casa em Porto Rico.[15]
No Metacritic, que atribui uma classificação normalizada de 100 às resenhas dos críticos convencionais, o álbum tem uma pontuação média de 83 com base em 4 resenhas, indicando "aclamação universal".[16]
Thom Jurek do banco de dados AllMusic chamou El Último Tour Del Mundo de "o passeio mais aventureiro", que pode levar os fãs de longa data a "ouvirem para entende-lo totalmente", mas no final das contas "deixará seus ganchos infecciosos, vermes e estranheza totalmente incorporados."[17] Para o Remezcla, Diego Urdaneta notou que Bunny está "mais interessado em [desenvolver] seu legado artístico do que em previsibilidade", que o escritor considera "um projeto a ser seguido por muitos artistas a fim de quebrar as barreiras da música latina dominante e ousar inovar dentro do reaggetón e trap", já que a maior parte das obras anteriores do artista não apresentava canções que pudessem ser categorizadas como apelativas para as boates.[18] Matthew Ismael Ruiz, do portal Pitchfork, comentou que El Último Tour Del Mundo "chega ao cerne do que torna Bad Bunny tão atraente", apresentando uma ampla gama de influências com uma conexão genuína com sua música e persona, ao mesmo tempo em que "cruza a linha" entre a fanfarronice do rap e o "home vulnerável comum" com "relativa facilidade". Ruiz argumentou que não é o melhor lançamento do artista, mas "isso é quase irrelevante".[11] Julyssa Lopez, da revista musical Rolling Stone, considerou o disco "uma desafiadora virada de jogo iluminada por rajadas de guitarra rock na indústria [do reggaeton]",[19] e "um bom tempo excêntrico" que "não é de forma alguma um repúdio aos gêneros que fizeram de Bad Bunny uma estrela; no mínimo, é a prova de quão longe ele podem ir".[13]
Verónica Bastardo, da revista The Quietus, percebeu que Bunny decidiu colocar "os ritmos de dembow e as vibrações festivas de lado" para experimentar "as guitarras confusas e a iconoclastia do punk rock" criando "narrativas sonoras frescas" em uma cenário de música reggaeton bastante "monótono".[20] Gary Suarez, da página Vulture, descreveu o material como "polarizador por design" que "reflete a excitante incerteza do futuro" e considerou que seus três álbuns de estúdio solo "mostram o Bunny que conhecemos – sensível, mas presunçoso, divertido ainda determinado." Ele ainda comparou o "universalmente adorado" YHLQMDLG ao "individualista, à esquerda do centro El Último Tour Del Mundo.[21]
Bad Bunny planejou originalmente uma turnê em 2020 em apoio ao seu segundo álbum solo de estúdio, YHLQMDLG. Uma grande turnê europeia foi planejada para o verão, com Martinez se apresentando em festivais como o Primavera Sound. Contudo, devido à pandemia de COVID-19, a maioria das datas foram adiadas para 2021 e depois para 2022. Em 11 de abril de 2021, foi anunciada uma nova turnê norte-americana de Bad Bunny durante o WrestleMania 3.[22][23] A turnê El Último Tour del Mundo 2022 está planejada para começar em 9 de fevereiro em Denver, juntamente com mais 34 datas.[24]
Recorde
A turnê El Último Tour del Mundo 2022 vendeu 480 mil ingressos em menos de uma semana, fazendo dessa a turnê que mais rapidamente vendeu ingressos na Ticketmaster desde 2018, quando a turnê “On The Tun II Tour”, de Beyoncé e Jay-Z, conquistou essa marca.[25][26][27] De acordo com projeções da Billboard, espera-se que a turnê gere entre US$63 milhões e US$84 milhões.[28][29]
Cada título de música é estilizado em todas as letras maiúsculas, por exemplo, "Dákiti" é estilizado como "DÁKITI".
Desempenho comercial
Selena (desenho na foto à esquerda), o primeiro ato a chegar ao topo da Billboard 200 dos EUA com um álbum predominantemente em espanhol, e Shakira (foto à direita), o primeiro ato a entrar no top cinco com um álbum totalmente em espanhol.
El Último Tour Del Mundo estreou em primeiro lugar na Billboard 200 dos EUA com 116 mil unidades vendidas, tornando-se o primeiro álbum em espanhol a chegar ao topo dessa parada. Isso rendeu a Bunny sua quarta entrada no top 10. Antes de El Último Tour Del Mundo, apenas dois álbuns cantados majoritariamente em espanhol alcançaram o primeiro lugar nessa tabela, Dreaming of You (1995) de Selena e Ancora (2006) de Il Divo. Também se tornou o quarto álbum totalmente gravado nesse idioma a entrar no top cinco, os outros sendo Fijación Oral, Vol. 1 de Shakira (2005) e Amar es Combatir (2006) de Maná, ambos no número quatro, e seu disco anterior YHLQMDLG (2020) no número dois.[37] Em sua segunda semana, o material caiu para o número dois na parada, comercializando 57 mil unidades adicionais.[38] Foi o 4º álbum latino mais vendido de 2020 nos Estados Unidos com 348 mil cópias comercializadas.[39]
Comentário
Em um artigo para a Billboard, Leila Cobo considerou a posição número um "uma grande vitória" para a indústria da música latina, que "por décadas viu seus artistas sistematicamente prejudicados pela grande mídia e pela indústria em geral, a menos que cantassem em inglês ou colaborassem com um artista mainstream conseguiriam esse feito." Entre os fatores que tornaram isso possível, ela citou Bunny como sendo "indiscutivelmente um dos artistas mais populares globalmente", a era do streaming, o crescimento sustentado do gênero de música latina nos Estados Unidos e globalmente, e que ele não foi "submetido" as barreiras que os artistas latinos "tiveram que colidir durante anos" para a entrarem [no mercado de música] nos Estados Unidos, já que não desfrutavam da mesma distribuição, transmissões de rádio, cobertura ou presença na mídia, indicações para prêmios ou aparições como atos convencionais", mesmo quando suas vendas globais de música mereciam isto." Ela também o considerou "um artista único com um apelo único que não é facilmente reproduzido".[40] Ben Sisario do jornal The New York Times também citou o streaming como a "chave" para seu sucesso.[41]