Eixo Anhanguera é um corredor de transporte coletivo exclusivo, na modalidade BRT, localizado em Goiânia, Goiás. Em seus 14 km de extensão, faz a ligação entre os extremos leste e oeste da capital, através da Avenida Anhanguera, uma das mais importantes da cidade, transportando cerca de 240 mil passageiros por dia.[2] Ao longo de seu percurso, compreendido entre os Terminais Padre Pelágio, no Bairro Ipiranga e Novo Mundo, no bairro de mesmo nome, atravessa mais três terminais de integração, os chamados Terminal Dergo, Terminal Praça "A" e Terminal Praça da Bíblia, que oferecem aos usuários conexões com linhas de ônibus alimentadoras com destinos variados dentro do município de Goiânia e mais 18 municípios em sua Região Metropolitana.[3][2]
Sua concessão é explorada pela Metrobus, empresa de economia mista cujo acionista majoritário é o Governo de Goiás, por força do contrato firmado em 20 de abril de 2011, com vigência de 20 anos prorrogáveis por mais 20 anos.[4]
No ano de 2014, foram inauguradas três extensões metropolitanas, com destinos finais os terminais urbanos das cidades de Senador Canedo, Trindade e Goianira.[1][5] As extensões não são realizadas em vias segregadas, mas são utilizados os mesmos veículos da linha tronco, e ainda não há previsão para adaptação das estações em tais trajetos.[1]
História
O Eixo Anhanguera foi implementado na capital goiana na década de 1970, como uma nova opção de transporte mais organizado, pois a cidade crescia cada vez mais desordenadamente, destoando do plano inicial de uma cidade totalmente planejada.[2] No início da operação com via segregada junto ao canteiro central, em 1976, cerca de 36 mil pessoas utilizavam o sistema, que, de início, operava entre os terminais Dergo e Praça da Bíblia, passando pelo Terminal Praça A.[3][6]
Alguns anos depois, a linha foi levada aos terminais Padre Pelágio e Novo Mundo, e a segregação da via, que antes era feita por meio de tachões fixados ao asfalto, passou a ser por meio de canaletas, o que dificultou ainda mais as invasões por meio de veículos particulares.[2] Em 1998, foram inauguradas as estações com elevação, o que facilitou o embarque dos usuários, que pagavam a passagem antes de entrar nos ônibus - condição que se mantém até hoje na linha principal.[2] A operação, que anteriormente era feita pela estatal Transurb, passou para a empresa de economia mista Metrobus.[3]
Durante a década de 2000 e início da década de 2010, projetos de transformação do Eixo Anhanguera em um sistema metroviário ou de VLT foram concebidos, mas nenhum foi levado adiante.[7] Uma licitação para um VLT chegou a ser aberta e vencida em 2013, mas obras nunca começaram.[8][9]
No ano de 2014, foi anunciada para o mês de setembro o início das operações na extensão do Eixo Anhanguera.[1] Na prática, não se trata de um BRT, mas sim de linhas de ônibus convencionais operadas por veículos articulados e biarticulados cuja tarifação e integração seria cem porcento iguais ao Eixo Anhanguera.[1] As extensões metropolitanas passaram a ligar o Eixo Anhanguera aos municípios de Trindade, por meio da GO-060 também conhecida como Rodovia dos Romeiros, Senador Canedo, por meio da GO-403 e Goianira, por meio da GO-070.[5]
Durante a pandemia de COVID-19, as linhas de extensão do Eixo Anhanguera, que atuavam em um formato BRS, foram incorporadas ao corredor da linha principal. A mudança, motivada pela queda de demanda dos usuários, fez com que o serviço deixasse de ser tronco-alimentado e todas as linhas adotassem a modalidade de eixo, ligando um município específico as centralidades que eram atendidas pela linha principal.[10]
Com essas mudanças a linha 001 - Eixo Anhanguera deixou de ser a linha principal do sistema, pois as linhas das extensões passaram a atender toda a Avenida Anhanguera. As linhas 111 e 115 também voltaram a funcionar, a linha 111 também passou a funcionar durante o período de pico da tarde (mais informações na tabela abaixo) e a linha 115 passou a fazer o trajeto Terminal Novo Mundo / Terminal Vera Cruz, sem atender os pontos da GO-060.[11]
Em 2024, o Governo do Estado de Goiás, em parceria com as prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira, anunciou o projeto Nova RMTC, um pacote de investimentos no valor de R$ 1,6 bilhão, destinados à reforma dos terminais e estações de integração do Eixo Anhanguera. Até outubro de 2024, 8 das 19 estações estavam completamente reformadas e 2 terminais se encontravam em reforma.[12]
Protestos
Os ônibus do Eixo Anhanguera já sofreram diversos protestos, tanto nos terminais de ônibus e como fora; diversas vezes as manifestações acabam em vandalismo, como em quebra dos ônibus, terminais e plataformas, ou até mesmo fogo ateado nos ônibus. Em 21 de setembro de 2015, o protesto foi por causa das mudanças das ligações entre Trindade - Goiânia, e Goianira - Goiânia.[13]
Outra medida que desencadeou revolta nos usuários foi o fim da tarifa diferenciada, pois, até 2016, a tarifa no sistema era metade do valor cobrado no restante das linhas, o que deixou de ser praticado, a não ser usuários previamente cadastrados com critérios estabelecidos.[14]
Linhas
O Eixo Anhanguera opera 6 linhas do sistema de transporte público da Região Metropolitana de Goiânia, sendo 1 linha principal e outras cinco derivadas, que fazem parte da extensão metropolitana.[1] Após a pandemia de Covid-19 a Metrobus e CMTC (Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos) fizeram modificações que transformaram as linhas das extensões em linhas diretas, as linhas passaram a transitar por todas as estações da Avenida Anhanguera.[11]
Linha
Terminais
Serviço
Estações
Funcionamento
110
T. Pe. Pelágio / T. Sen. Canedo
Regular
25 + paradas ao longo da GO-403
Diariamente, todo o dia e durante a madrugada no chamado "Corujão".[15]
111
Direto - T. Sen. Canedo / T. Bíblia
Expresso
5
+ atendimento ao PED 5483
Dias úteis, das 5h às 6:45 e das 16h às 18:40.[15]
112
T. Novo Mundo / T. Trindade - Via T. Vera Cruz (durante a noite intercala com: T. Trindade / T. Pe. Pelágio - Via T. Vera Cruz)
As linhas do Eixo Anhanguera se integram com as demais linhas alimentadoras da rede de transportes coletivos da região metropolitana através dos 9 terminais de integração pelos quais o sistema passa.[2]