Edward Aloysius Mooney (9 de maio de 1882, Mount Savage † 25 de outubro de 1958, Roma) foi um arcebispo de Detroit e cardeal norte-americano.
Vida
Edward Aloysius Mooney nasceu no estado de Maryland, sétimo filho de Thomas e Sarah (nascida Heneghan) Mooney, e cresceu em Youngstown, Ohio, onde ele se destacou tanto em seus estudos quanto no beisebol. Recebeu sua educação teológica e filosófica no Saint Charles College, em Ellicott City, no Saint Mary's Seminary em Baltimore e no Pontificio Collegio Urbano de Propaganda Fide em Roma.[1][2]
Foi ordenado em 10 de abril de 1909, em Roma, pelo cardeal Pietro Respighi. Trabalhou como professor de teologia dogmática no Seminário de Santa Maria de Cleveland (1909-1916); depois foi diretor da Cathedral Latin School no mesmo local (1916-1922); ministério pastoral na diocese de Cleveland (1922-1923). Diretor Espiritual no Pontifício Colégio Norte-Americano, em Roma (1923-1926). O Papa Pio XI concedeu-lhe em 3 de junho de 1925 o título de Prelado Doméstico de Sua Santidade.[2]
O papa nomeou-o em 18 de janeiro de 1926 Arcebispo Titular de Irenopolis em Isauria e Delegado Apostólico nas Índias Orientais. Mooney recebeu a ordenação episcopal na capela do Pontifício Colégio Norte-Americano, Roma, pelo prefeito da Congregação para a Propagação da Fé, Willem Marinus Cardeal van Rossum. Os principais co-consagradores foram o arcebispo Francesco Marchetti-Selvaggiani e o bispo Giulio Serafini. Seu lema episcopal era Dominus servientes.[2][3] Arcebispo Mooney foi o primeiro americano a ter um posto diplomático permanente de alto escalão no Vaticano.[1]
Durante seu mandato em Bangalor, a Igreja Siro-Malancar foi reconciliada com a Santa Sé.[4] De 30 de março de 1931 a 1933 foi Delegado Apostólico no Japão. Em 28 de agosto de 1933, o papa nomeou-o Bispo de Rochester, mantendo o título pessoal de arcebispo.[3] Durante seu mandato em Rochester, ele promoveu a Ação Católica e os Cavaleiros de Peter Claver como um meio de alcance à comunidade afro-americana e se interessou profundamente pelo ensino social católico e pelas relações trabalhistas.[5]
Entre 1935 e 1945, Arcebispo Mooney serviu vários mandatos como presidente do conselho da National Catholic Welfare Conference, a associação de bispos e voz principal da igreja nos EUA.[1]
Em 26 de maio de 1937, Mooney foi promovido a primeiro arcebispo de Detroit.[3] A nova arquidiocese estava em péssima situação financeira, não conseguira construir sua nova catedral, sofria constrangimentos pelas declarações de padre Charles Coughlin. Sob Mooney, a igreja de Detroit melhorou sua situação financeira, aproveitando a produção de guerra para os Aliados e, mais tarde, para os próprios Estados Unidos começou a trazer a indústria de Detroit de volta à vida. Completou e modificou uma nova catedral e construiu o Seminário Provincial de St. John.[6] Sob sua liderança, a população católica de Detroit dobrou — de 600.000 para 1.200.000.[1] Defensor dos sindicatos, ele propôs uma vez o estabelecimento de escolas trabalhistas paroquiais.[7] Desde o início de seu mandato em Detroit, Mooney se opôs ao padre Coughlin e levou ao cancelamento de suas polêmicas transmissões de rádio.[1][8]
Durante e após a Segunda Guerra Mundial, ele fundou e dirigiu o Serviço de Assistência de Guerra, que forneceu milhares de toneladas de suprimentos humanitários.[2] Mooney se opôs firmemente à Alemanha nazista, tendo declarado certa vez diante de um grupo de prelados norte e sul-americanos: "Uma vitória nesta guerra para as forças de agressão inspiradas pelos nazistas levaria os cristãos à clandestinidade por gerações nos países conquistados".[9]
O Papa Pio XII elevou-o no consistório de 18 de fevereiro de 1946 como cardeal-presbítero da igreja titular de Santa Susana.[2][3]
Em 1957, o cardeal Mooney faz a bênção na posse do presidente Dwight D. Eisenhower e do vice-presidente Richard Nixon.[6]
Durante anos, Cardeal Mooney teve problemas cardíacos e em 1946 ele sofreu um derrame; um mês antes de falecer, ele foi hospitalizado em Detroit por exaustão e um check-up geral. Edward Aloysius Mooney morreu de ataque cardíaco, em Roma, poucas horas antes do início do conclave. Ele foi enterrado na cripta do Seminário de St. John, em Detroit. Quando o seminário fechou em 1988, seus ossos foram transferidos para um túmulo em um cemitério católico de Detroit.[1][2]
Referências