Ao longo da região central da dorsal de Mohn estende-se um vale de rifte com mais de 3 000 m de profundidade. Perto do arco Mohn-Knipovich, os montes submarinos ao norte do vale do rifte são até 800 m mais altos do que os montes localizados ao sul. Poderosas camadas de sedimentos, com até 800 m de espessura, formam uma estrutura em leque, designada por avental abissal da ilha do Urso (a Bear island fan), que cobre os flancos e o fundo do vale do rifte, especialmente o seu dorso leste.[8]
No extremo nordeste da dorsal de Mohn, no arco Mohn-Knipovich, foi descoberto em 2008, nas coordenadas 73° 30′ N; 8° W, perto do cume de uma crista vulcânica axial que se projeta do vale do rifte, um campo hidrotermal de fumarolas negras, que foi denominado Loki's Castle (→ Castelo de Loki). Até então, essas áreas de atividade hidrotermal nos sistemas de rifte de expansão ultra-lenta das dorsais árticas eram pouco conhecidas.[10] Há interesses económicos que pretendem minerar o fundo do mar na região do Castelo de Loki e em outros locais próximos, com atividade hidrotermal ativa e inativa, principalmente para explorar ocorrências de sulfetos maciços ricos em metais.[2][11]
A dorsal de Mohn forma a fronteira entre os sistemas de correntes do Atlântico e do Ártico, já que na região flui para norte a corrente de Jan Mayen. Esta corrente ramifica-se a noroeste de Jan Mayen na corrente Leste da Gronelândia e carrega água fria ártica ao longo da dorsal de Mohn-Knipovich em direção a Svalbard, onde se junta à corrente Oeste Spitsbergen e ao giro da Gronelândia.[5] Ao longo das dorsais de Mohn e Knipovich, um ramo da corrente do Atlântico Norte, a corrente da Frente Atlântica Norueguesa (Norwegian Atlantic Front Current ou NwAFC), transporta água quente e salina do Atlântico para nordeste, que sobrenada a corrente de Spitsbergen Ocidental no Ártico e no Mar da Gronelândia.[12]
Henrik Mohn, que estudou o fundo do mar em partes do mar da Gronelândia e dos mares da Noruega durante a Expedição Norueguesa aos Mares do Norte (1876–1878), descreveu um dorsal oceânica a nordeste de Jan Mayen. Presumiu que essa dorsal, que designou por Dorsal Transversal, se estenderia, talvez com quebras, até à ilha do Urso.[13]
Referências
↑erstellt mit GeoMappApp, auf Basis von GMRT-Daten: W. B. F. Ryan, S. M. Carbotte, J. Coplan, S. O'Hara, A. Melkonian, R. Arko, R. A. Weissel, V. Ferrini, A. Goodwillie, F. Nitsche, J. Bonczkowski, R. Zemsky (2009). Global Multi-Resolution Topography (GMRT) synthesis data set. Geochem. Geophys. Geosyst. 10. [S.l.: s.n.] doi:10.1029/2008GC002332 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)doi:10.1594/IEDA.0001000
↑ abEva Ramirez-Llodra, Ana Hilario, Emil Paulsen, Carolina Ventura Costa, Torkild Bakken, Geir Johnsen, Hans Tore Rapp (julho de 2020). Benthic Communities on the Mohn’s Treasure Mound: Implications for Management of Seabed Mining in the Arctic Mid-Ocean Ridge. Frontiers in Marine Science. [S.l.: s.n.] doi:10.3389/fmars.2020.00490 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑V. Bruvoll, A. J. Breivik, R. Mjelde, R. B. Pedersen (agosto de 2009). Burial of the Mohn‐Knipovich seafloor spreading ridge by the Bear Island Fan: Time constraints on tectonic evolution from seismic stratigraphy. Tectonics. [S.l.: s.n.] doi:10.1029/2008TC002396 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Anna Lim, Marco Brönner, Ståle Emil Johansen, Marie‐Andrée Dumais (novembro de 2019). Hydrothermal Activity at the Ultraslow‐Spreading Mohns Ridge: New Insights From Near‐Seafloor Magnetics. Geochemistry, Geophysics, Geosystems. [S.l.: s.n.] doi:10.1029/2019GC008439 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Rolf B. Pedersen, Hans Tore Rapp, Ingunn H. Thorseth, Marvin D. Lilley, Fernando J.A.S. Barriga, Tamara Baumberger, Kristin Flesland, Rita Fonseca, Gretchen L. Früh-Green, Steffen L. Jorgensen (novembro de 2010). Discovery of a black smoker vent field and vent fauna at the Arctic Mid-Ocean Ridge. Nature Communications. [S.l.: s.n.] doi:10.1038/ncomms1124 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Kathryn A. Miller, Kirsten F. Thompson, Paul Johnston, David Santillo (outubro de 2018). An Overview of Seabed Mining Including the Current State of Development, Environmental Impacts, and Knowledge Gaps. Frontiers in Marine Science. [S.l.: s.n.] doi:10.3389/fmars.2017.00418 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Anthony Bosse, Ilker Fer (outubro de 2019). Mean Structure and Seasonality of the Norwegian Atlantic Front Current Along the Mohn Ridge From Repeated Glider Transects. Geophysical Research Letters. [S.l.: s.n.] doi:10.1029/2019GL084723
↑Henrik Mohn (1887). The North Ocean – Its Depths, Temperature and Circulation. [S.l.: s.n.] p. 1–8 und Tafel I. NBN:no-nb_digibok_2009102300025