A dispersão óptica (chamada também de dispersão cromática[1] por causa das diferentes cores associadas aos comprimentos de onda) é um resultado direto da refração e importantíssimo para o nosso cotidiano.
Esse fenômeno é, de certa forma, famoso por conta do arco-íris, que é o exemplo mais comum da dispersão cromática. Como visto na figura ao lado, um feixe de luz branca (formado por todas ou quase todas as cores) é separado em feixes de cores diferentes por causa da dispersão. O índice de refração é uma propriedade que muda de um meio para outro; logo, a dispersão cromática é mais acentuada em alguns materiais do que outros.
Relações físicas
Uma das relações é a definição do índice de refração em um meio de propagação, que depende do comprimento de onda. Quanto menor for o comprimento de onda, maior será o índice de refração para a luz naquele meio. No vácuo, no entanto, o índice de refração é sempre 1, independente do comprimento de onda já que para todos eles a velocidade da luz será a mesma: , sendo a velocidade da luz no vácuo.
é a velocidade de certo feixe de luz naquele meio em questão, que depende do comprimento de onda.
Outra relação física é a Lei de Snell-Descartes, que fornece a relação entre os ângulos de desvio (sempre medidos em relação à reta normal, perpendicular à interface no ponto em que ocorre a refração) e os índices de refração dos meios em questão. Ela é dada pela seguinte equação:
Obs: o ângulo de desvio é sempre medido em relação à normal; assim, um ângulo grande não necessariamente implica um desvio grande. Isso será visto logo mais, no primeiro caso de exemplo.
na qual
são os índices de refração dos meios
são os ângulos medidos em relação à normal.
É importante salientar que um ângulo de desvio grande não necessariamente implica um desvio grande, como é visto no primeiro exemplo a seguir.
Exemplos
Como já citado antes, o exemplo mais clássico da dispersão cromática é o arco-íris. Para entender melhor, é analisado inicialmente o que acontece com um feixe de luz que contem as cores azul e vermelha. O comprimento de onda da cor azul é menor que o da cor vermelha, e são aproximadamente os extremos do espectro arco-íris. Nesta análise, vale ressaltar que:
O feixe de luz branca está representado na cor cinza por causa do fundo da página, que também é branco; logo, um risco na mesma cor não seria visível;
Em uma superfície refratora, nem toda a luz é refratada, pois uma parte desta luz também é refletida. Isso está representado nas figuras a seguir;
Como apenas as cores cores azul e vermelha estão presentes na análise, define-se como o ângulo que se refere ao desvio da cor azul, e ao desvio da cor vermelha.
No primeiro caso, a luz branca está passando de um meio com um índice de refração menor para um maior: do ar para o vidro, por exemplo. Dessa forma, os raios de luz se aproximam da normal. Como a cor azul possui um comprimento de onda menor, o desvio sofrido pelo raio de luz azul é maior em relação ao raio incidente. No entanto, não é maior que .
Obs: a linha pontilhada no vidro é apenas uma representação da direção do feixe de luz incidente antes de sofrer o desvio.
No segundo caso, a luz branca está passando de um meio com um índice de refração maior para um menor: do vidro para o ar, por exemplo. Dessa forma, os raios de luz se afastam da reta normal. Assim como aconteceu no primeiro caso, a cor azul também sofre um desvio maior que a cor vermelha em relação ao raio incidente.
Logo, no caso do arco-íris, basta fazer essa análise com todas as cores do espectro visível. Por fim, para aumentar os efeitos da dispersão cromática, em geral é usado o prisma triangular de um material refrator (vidro, por exemplo), como foi exemplificado em uma das figuras deste artigo. Esse aumento é devido à dispersão que ocorre quando a luz penetra na superfície, e também quando ele deixa a superfície.
Referências
↑Halliday, David; Resnick, Robert; Walker, Jearl (2012). Fundamentos de Física: Óptica e Física Moderna. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora