Sem qualquer relação com o toureio, interessou-se por esta arte já perto da idade adulta, influenciado por um amigo que frequentava a Escola de Tauromaquia da Praça de Touros do Campo Pequeno, sob instrução do antigo bandarilheiro Júlio Procópio. Entusiasmou-se de tal modo que passou a acalentar o sonho de um dia se tornar matador de touros.
O seu percurso foi difícil — arriscou-se a enfrentar vacas na Feira Popular de Lisboa[3] e atuou algumas vezes como bandarilheiro amador, na praça de touros de Algés e na Feira dos Saldos, no Porto (sobre essas atuações recordaria, anos depois, em "Memórias de um toureiro", os barbeiros já corridos que o haviam colhido[4]).
Mais tarde, por intermédio dum bandarilheiro espanhol chamado Puntaré, conseguiu rumar a Espanha para concretizar o seu sonho, pois nessa altura o regime de Salazar já havia proibido e previsto sanções pecuniárias para as corridas com touros de morte em Portugal[5].
Aquele que viria a ser o primeiro matador de touros de nacionalidade portuguesa[2], debutou finalmente como novilheiro em Espanha, na praça de toiros de Toledo, corria o ano de 1944[2].
Na temporada de 1945 conseguia uma oportunidade de se apresentar como novilheiro em Santarém, mas a atuação foi mal sucedida. Conseguiria, no entanto, uma outra oportunidade, numa corrida realizada na Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, em que alternou, entre outros, com Cayetano Ordoñez, El Niño de la Palma II[5]. O bom desempenho de Diamantino nesta corrida levou a que surgisse um movimento, liderado pelo Grupo Tauromáquico Sector 1, que recolheu assinaturas e solicitou à empresa concessionária da Real Maestranza de Caballería de Sevilha a oportunidade para o aspirante a matador aí se apresentar, na categoria de novilheiro com picadores[2].
O movimento surtiu efeito — em 1946 debutava com picadores na Real Maestranza de Sevilha, por ocasião da Feira de Abril; cortou uma orelha e iniciou uma trajetória de franco sucesso como novilheiro, sendo um dos mais solicitados em Espanha, no resto da temporada de 1946 e no princípio da temporada de 1947[1].
Em 1947, profissionalizava-se, finalmente, como matador de toiros, recebendo a alternativa a 23 de março. O palco foi a Monumental de Barcelona, sendo seu padrinho Francisco Vega de los Reyes, Gitanillo de Triana, e testemunhas Agustin Parra, Parrita, e António Bienvenida; o toiro da prova o Comerciante, da ganadaria Juliana Calvo Albaserrada[6].
Uma das principais figuras portuguesas do toureio apeado, Diamantino Viseu foi o único português tido como rival de arenas de Manuel dos Santos, que se lhe seguiria como profissional — os dois matadores formariam o cartel mais disputado de sempre do toureio a pé em Portugal[7][8].
↑Na Feira Popular de Lisboa existia então um redondel, cujas receitas beneficiavam a Colónia Balnear O Século
↑Cfr. Diamantino Viseu, "Memórias de um toureiro", referia-se à ganadaria António Antunes Barbeiro e aos touros já lidados dessa ganadaria que iam à Feira dos Saldos