No Brasil representa o dia em que D. Pedro I jurou ficar no país ante da decisão da corte legislativa lusitana que exigia que ele regressasse a Portugal.
Ao longo de 1821, quando as discussões no âmbito das Cortes caminhavam na direção de retornar o Brasil ao status de colônia, os liberais radicais se uniram ao Partido Brasileiro, visando a evitar retrocessos.[3]
Exigências das Cortes
As Cortes expediram ordens ao príncipe regente D. Pedro de Alcântara, sendo que uma delas era a exigência de seu retorno imediato a Portugal, nomeando uma junta governativa para o Brasil.[2]
Os liberais radicais, em resposta, organizaram uma movimentação para reunir assinaturas a favor da permanência do príncipe. Assim, pressionariam D. Pedro a ficar, juntando 8 mil assinaturas. Foi então que, contrariando as ordens emanadas por Portugal para seu retorno à Europa, declarou para o público:
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Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico.[3]
”
Consequências
A partir desse episódio, D. Pedro I entrou em conflito direto com os interesses portugueses, para romper o vínculo que existia entre Portugal e o Brasil, no âmbito do Reino Unido.
Deste dia em diante, emergiram-se os conflitos militares entre apoiadores deste "ato político" e àqueles que se posicionaram em favor da coroa de Portugal.[4] Em meio a um cenário conflituoso, este episódio culminou, meses depois, com a declaração de Independência do Brasil, proclamada no dia 7 de setembro do mesmo ano.[3]
“
No célebre Dia do Fico, o príncipe regente, de apenas 22 anos, afrontou publicamente as cortes, que o pressionavam a voltar para Lisboa, e, ao permanecer no Brasil, deflagrou o turbilhão de acontecimentos que o levariam ao Grito do Ipiranga, oito meses depois. Ainda assim, é tentador fazer a conjectura: qual teria sido o destino do país caso Dom Pedro tivesse retornado a Portugal?.
↑Franchini Neto, Helio (2019). INDEPENDÊNCIA E MORTE: Política e Guerra na emancipação do Brasil (1821-1823). Rio de Janeiro: Editora Topbooks
↑(em português) [GOMES, Laurentino. O dia do vou - o que aconteceria se dom Pedro tivesse voltado para Portugal em 1822?. IN: Revista Aventuras na História, edição nº 89, dezembro de 2010. páginas 32 e 33