Politicamente, parte do delta é uma área de proteção ambiental da esfera estadual que se sobrepõe a uma unidade de conservação estadual, o Parque Estadual do Delta do Jacuí (PEDJ),[1]
o qual conta com um plano de manejo.[2]
Já a Área de Proteção Ambiental do Delta do Jacuí (APAEDJ) se localiza nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Nova Santa Rita, Triunfo, Charqueadas e Eldorado do Sul e totaliza extensão de 22.826,39 ha, enquanto o parque soma 14.242 ha.
O delta apresenta áreas dos biomas Pampa e Mata Atlântica e tem importante papel de regulação do regime hídrico do Rio Jacuí e Guaíba. Segundo o Plano de Manejo do PEDJ: "As áreas úmidas do interior do Parque fazem parte de um cojunto maior de áreas úmidas que, especialmente na região central do Rio Grande do Sul, formam uma faixa de banhados e várzeas em sentido oeste, chegando até o rio Ibicuí, junto ao rio Uruguai, e nos sentidos leste, nordeste e sudeste formam o sistema de banhados e lagoas da planície costeira".[1]
As áreas a leste do delta encontram-se urbanizadas. As sedes urbanas dos municípios de Triufo, Eldorado do Sul e Charqueadas localizam-se às margens do delta. Áreas urbanas densas são encontradas ainda na região Ilhas do município de Porto Alegre, com áreas urbanas proeminentes nas ilhas das Flores, Grande dos Marinheiros e Pintada. Os bairros Humaitá e Navegantes do município de Porto Alegre faziam parte do sistema deltaico, mas a implantação do sistema de proteção contra cheias (do qual faz parte o Muro da Mauá) nos anos 1970 eliminou a exposição ao regime das águas do delta.
A Ilha do Chico Inglês faz referencia ao apelido do comerciante português Francisco de Lemos Pinto ("Chico"), que recebeu concessão para ocupar as ilhas do delta e instalou um estaleiro na ilha.[3]
A Ilha da Casa da Pólvora, também conhecida como Ilha do Paiva, abrigou temporariamente a Casa da Pólvora de Porto Alegre, prédio que foi reformado recentemente.[4][5] A casa da pólvora foi posteriormente movida para a Ilha do Presídio (também conhecida como Ilha da Pólvora).
A maioria das ilhas que compõem o arquipélago do Delta do Jacuí integram o bairro de Porto Alegre denominado de "Arquipélago"; as exceções incluem a Ilha das Graças, que pertence ao município de Canoas.
Canais
Entre as ilhas há também uma série de canais, muitos navegáveis. No Canal dos Navegantes está o Cais Mauá e o Porto de Porto Alegre. As águas do Delta do Jacuí também servem como manancial de abastecimento hídrico para Estações de Tratamento de Água de Porto Alegre.[6]
Em função do encontro das águas poluídas dos rios dos Sinos, Caí e Gravataí, o Delta do Jacuí apresenta poluição derivada de esgotos sanitários (principalmente vindas do Rio Gravataí) e por efluentes industriais (do Caí e dos Sinos) — provenientes da histórica região coureiro-calçadista próxima de Novo Hamburgo e São Leopoldo.[8]
Cerca de 85% da área da região hidrográfica e das águas que chegam no Delta do Jacuí são do Rio Jacuí. Apesar disso, a maior parte dos sedimentos que adentram no Lago Guaíba são provenientes dos rios dos Sinos e Caí: o Rio Jacuí apresenta a menor produção anual de sedimentos por área, 20 Mg km-2 ano-1 — ou seja, 54 a 70% do sedimento que chega ao lago [9].