Ao longo de 55 anos de carreira, transitou todos os meios artísticos disponíveis: teatro, cinema, televisão, rádio e trabalhos de voz.
Carreira
Warner foi inicialmente ator de teatro, começando a sua carreira em 1962, com apenas 21 anos de idade, já fazendo pequenos papéis em obras de Shakespeare. Nos anos 1963 e 1964, desempenhou papéis Shakespearianos mais importantes, na Royal Shakespeare Company, e em 1965, aos 24 anos, o papel de Hamlet. Quando começou a trabalhar em cinema abandonou o teatro durante 30 anos, voltando só em 2001 para fazer Major Barbara de George Bernard Shaw e King Lear de Shakespeare em 2005, entre outras peças. A sua primeira aparição importante no cinema se deu em 1962, com Tom Jones, de Tony Richardson, que já tinha dirigido Warner no teatro, fazendo o papel do insípido Blifil, com quem o pai de Susannah York, apaixonada por Tom Jones, quer casá-lo; este filme ganhou Oscar de melhor filme. No ano 1966, o diretor Karel Reisz, que tinha ficado conhecido pelo filme Tudo começa no sábado de 1960, deu para Warner o papel-título na comédia Morgan, um caso clínico, que concorreu à Palma de Ouro e pelo qual Vanessa Redgrave foi premiada, mas Warner foi ignorado.
A seguir, filma como protagonista principal dois filmes com diretores ingleses: The Bofors Gun, de Jack Gold e Work is a 4-letter word, de Peter Hall, ambos de 1966. Com Peter Hall fez, em 1968, uma versão de Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare, fazendo o papel de Lysander. Em The Fixer (O homem de Kiev) (1968), de John Frankenheimer, fez o importante papel do Conde Odoevsky, que tem em suas mãos a libertação do protagonista Alan Bates (que concorreu ao Oscar por este filme). Durante a década de 60, Sidney Lumet o dirigiu duas vezes, em The deadly affair (1966) e A gaivota (1968), baseada na peça de Anton Chekov, onde fez o importante papel de Konstantin. No final dessa década de estreia, Warner fez o papel-título de Michael Kohlhaas (1969), do diretor alemão Volker Schlöndorff (O Tambor).
Na passagem dos 60 para os 70 e durante esta última década, Warner fez importantes papéis de coadjuvante, quase sempre dirigido por diretores notáveis. O diretor Sam Peckinpah poucas vezes utilizou um ator em mais de um filme, mas Warner fez três filmes com Peckinpah, sempre em papéis marcantes: The Ballad of Cable Hogue (A morte não manda recado) (1969) (onde fez do lascivo reverendo Duncan), Straw Dogs (1971) (fazendo o inglório papel de Henry Niles, o idiota do povo), e mais tarde Cross of Iron, de 1977 (fazendo o cético mas carismático Capitão Kiesel). Nesse mesmo ano, Alain Resnais (de Hiroshima, mon amour e L'année dernière à Marienbad) o escala no seleto reparto de “Providence”, junto a John Guielgud, Dirk Bogarde e Ellen Burstyn. Na década de 70, Warner fez outros três papéis memoráveis: o fotógrafo indiscreto de The Omen (1976) de Richard Donner, onde perde a cabeça num “acidente” diabólico, o decisivo papel de Torvald de Casa de bonecas (1973), de Joseph Losey, sobre a famosa peça de Ibsen, com Jane Fonda no papel de Nora, e como Jack, o Estripador em Time after time (1979), de Nicholas Meyer, pelo qual Warner foi indicado como melhor ator coadjuvante no Saturn Award, mas não ganhou.
A obra de Warner no cinema pode ser vista em duas dimensões, uma artística e outra comercial. A artística se compõe de dramas ou filmes de conteúdo relevante (filmes como Morgan, A gaivota, Michael Kohlhass, Casa de bonecas, Providence, Cross of Iron, A companhia dos lobos, Hannah’s war, Hostile takeover, Mr. North, Naked souls, Seven servants, Kiss of life, Ladies in lavender, Straight into darkness, Before I sleep, Our habits fazem parte deste conjunto de sua obra). A parte comercial tem se caracterizado pelo viés fantástico, seja no plano da simples ficção (em filmes como Time after time, Time bandits, Tron, Jornada nas Estrelas V e VI, Blue tornado, The lost world, Quest of the Delta Knights, Final Equinox, Naked souls, Back to the secret Garden e Planet of the apes), seja no plano do terror trágico ou cômico (em filmes como From beyond the grave, Nightwing, My best friend is a vampyre, Waxwork, Grave secrets, Body bags, Lovecraft’s Necronomicon, In the mouth of madness, The last Leprechaun e Supersition).
Morte
Warner morreu em 24 de julho de 2022, aos oitenta anos de idade.[2]