Dança macabra ou Dança da Morte (em francêsDanse macabries
, em alemãoTotentanz), é uma alegoria artístico-literária do final da Idade Média sobre a universalidade da morte, que expressa a ideia de que não importa o estatuto de uma pessoa em vida, a dança da morte une a todos.[1] Há representações de Danças macabras na literatura, pintura, escultura, gravura e música.
História
Acredita-se que representações artísticas de Danças macabras surgiram no século XIV, mas os detalhes sobre o lugar e forma em que se desenvolveram inicialmente são muito discutidas.[2] Alguns estudiosos pensam que se originou na França e que estaria relacionada a peças teatrais que dramatizavam a ideia da Morte.[2] Uma das representações artísticas mais importantes de uma Dança macabra foi um afresco pintado em 1424 no Cemitério dos Santos Inocentes, em Paris, considerado por alguns estudiosos como o ponto de partida desta tradição pictórica e que era acompanhado por versos sobre o tema.[2][3] Na primeira edição do poema Dança macabra (La Danse macabre), publicada por Guyoyt Marchant em 1485, foram incorporadas gravuras inspiradas no afresco do Cemitério, que foi destruído no século XVIII.[2][4] Essa primeira edição dos versos da Dança macabra, de autor anônimo e de qualidade medíocre, foi um êxito editorial.[4]
Outra hipótese para a origem do tema da Dança macabra é um poema do convento dominicano de Wurzburgo, na Alemanha, de cerca de 1350. Outros autores consideram a Espanha como possível lugar de origem, pois o tema do "Anjo da Morte" era comum ali por influência mourisca e hebreia.[2]
Estas representações foram produzidas sob o impacto da Peste Negra (1348), que avivou nas pessoas a noção do quão frágeis e efêmeras eram as suas vidas e quão vãs eram as glórias da vida terrena.
Bernt Notke: Surmatants (Totentanz) da Igreja de São Nicolau, Tallinn, final do século XV (hoje no Museu de Arte da Estônia)
Características
O tema consiste na representação personificada da Morte, conduzindo uma fileira de indivíduos de todos os estratos sociais a dançar em direcção aos próprios túmulos. Tipicamente nela estão representados as figuras de um Imperador, um Rei, um Papa, um monge, um jovem e uma bela mulher, todos sob a forma esqueletal.
Na cultura popular
Camille Saint-Saëns tem como uma de suas obras primas a música Danse Macabre de 1870.
No filme sueco, O Sétimo Selo de 1956, a Dança Macabra é apresentada no penúltimo quadro do filme, sendo a Morte levando: o ferreiro, Lisa (a esposa do ferreiro), Antonius Block (o cavaleiro), Raval (o ladrão), Jöns (o escudeiro) e Jonas Skat (um ator).