Xeique Muftá (Sheikh Muftah) foi uma cultura neolítica do oásis Dakhleh. Com base em quatro datas radiocarbônicas foi possível estabelecer que a cultura desenvolveu-se entre 3800-2 900 a.C., embora autores como McDonald acreditam que possa ter existido durante um período maior de tempo.[1] Os sítios desta cultura (possivelmente sazonais) estão associados a sedimentos lacustres do oásis e podem ser divididos em dois períodos sujeitos ao contínuo processo de aridez enfrentado pela região a partir de 5 000 a.C.[2][3] Seis esqueletos identificados evidenciam desnutrição, trabalho excessivo e morte prematura, além disso, a ausência de cemitérios e de espólios tumulares é possível evidência de uma sociedade igualitária.[4]
A indústria lítica se baseava em lascas produzidas com quartzo e suas principais formas eram furadores, raspadores, denticulados, pontas, lâminas de foice retangulares, facas bifaciais e pontas de flechas transversais; implementos de pedras de chão, fragmentos de cobre e casca de ovos de avestruz foram evidenciados.[3] A cerâmica era temperada com xisto ou quartzo e raramente decorada, possuía superfície estriada e/ou ondulada e seu interior e jantes eram enegrecidos.[5] A economia local se baseava na pecuária (ovinos, caprinos, bovinos) caça (antílopes, gazelas, lebres, javalis) e coleta vegetal (frutas e gramíneas).[6]
Referências
Bibliografia
- McDonald, M. (2002). Dakhleh Oasis in Predynastic and Early Dynastic Times: Bashendi B and Sheikh Muftah Cultural Units. [S.l.: s.n.]
- Akuma, Nyame (2001). «The mid-Holocene Sheikh Muftah Cultural Unit of Dakhleh Oasis, South Central Egypt: a preliminary report on recent fieldwork» (56)