- Para a ave, veja coruja. Para outros significados, veja Coruja (desambiguação).
Corujas é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Corujas do município de Macedo de Cavaleiros, freguesia com 9,68 km² de área[1] e 143 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 14,8 hab./km².
Talvez por nesta terra ter havido muitas destas aves – corujas – a origem do seu nome. Também se diz que o nome da localidade vem de um penedo (fraga) que nela existe, com a configuração duma coruja.[carece de fontes]
Os naturais de Corujas têm muito orgulho e vaidade no nome da sua terra, visto a coruja ser tida como símbolo de ciência, inteligência e perspicácia.
Demografia
A população registada nos censos foi:[2]
População da Freguesia de Corujas[3] |
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Ano | Pop. | ±% |
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1864 | 206 | — |
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1878 | 223 | +8.3% |
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1890 | | — |
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1900 | 264 | — |
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1911 | 281 | +6.4% |
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1920 | 243 | −13.5% |
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1930 | 284 | +16.9% |
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1940 | 302 | +6.3% |
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1950 | 298 | −1.3% |
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1960 | 337 | +13.1% |
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1970 | 307 | −8.9% |
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1981 | 284 | −7.5% |
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1991 | 243 | −14.4% |
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2001 | 213 | −12.3% |
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2011 | 168 | −21.1% |
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2021 | 143 | −14.9% |
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Distribuição da População por Grupos Etários[4]
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Ano
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0-14 Anos
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15-24 Anos
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25-64 Anos
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> 65 Anos
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2001
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29
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31
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96
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57
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2011
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22
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10
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75
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61
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2021
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8
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14
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61
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60
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História
O povoamento inicial de Corujas costuma ser apontado como muito remoto. A prova dessa antiguidade é o monte de Caúnha, no cimo do qual existiram fortificações mouriscas.
O monte Caúnha que fica perto da freguesia de Ferreira. Nele havia em 1855 muitos vestígios, pois foi em principio uma fortaleza mourisca. Este monte trouxe grandes rivalidades entre Corujas e Ferreira, ficando sempre Corujas vencedora. Nos subterrâneos da fortaleza foram encontradas muitas moedas romanas e mouriscas.
Para além do monte Caúnha existe em Corujas diversos lugares com nomes ligados a factos históricos - as fragas do Viso, Alto da Bandeira e Alto da Peça e o lugar do Viturão.
Fraga do Viso - ponto de vigia donde avistavam grande extensão de território, no caso de ataque.
Alto da Bandeira - fraga alta onde içavam a bandeira no tempo das invasões francesas.
Fraga da Peça - fraga onde colocavam lima peça de artilharia, também no tempo das invasões francesas.
O Viturão - local, onde dizem ter havido uma estalagem onde se alojavam as tropas de Napoleão.
Corujas foi também uma "Estação de Muda" sendo que por esta freguesia passava a estrada nacional, na qual transitava a Mala-Posta (carro dos correios). Corujas era uma "Estação de Muda", mudança dos cavalos da Mala-Posta. A comprová-lo existe uma pia de cantaria antiga e grande onde bebiam os cavalos.
Corujas terra fértil como se comprova pelos lameiros ao fundo da povoação que são célebres pela verdura da erva que mantém durante todo o ano e os castanheiras que o rodeiam.
Criou-se muito bicho-da-seda, desde há mais de 160 anos (isto em 1830) que esta terra era muito conhecida por tal indústria. Tinha muito gado, principalmente cabras e ovelhas. Até 1834 tinha juiz de vintena; dois homens de acórdão; dois jurados e dois quadrilheiros, todos nomeados pela povoação.
Tinha esta terra, o grande privilégio de não pagar finta (multa) que lhe fosse lançada pela Câmara de Bragança ou Macedo, isto por ter sido pertença da real casa de Bragança que a fundou.
Acórdão - que dava sentença nos tribunais civis.
Jurados - membros de tribunal ou júri.
Juiz de vintena - a quem se pagava o tributo (imposto).
O cura de Corujas era apresentado pelo reitor de Lamas de Orelhão e tinha de rendimento anual doze mil réis, quantia pouco significativa que era rectificada, no entanto, por alguns géneros.
Segundo dados dos Censos da primeira metade do século XIX, a freguesia de Corujas pertencia, em 1801, ao concelho de Bragança e, em 1849, ao concelho de Cortiços, não se sabendo ao certo qual a data ou as circunstâncias para a sua anexação ao concelho de Macedo de Cavaleiros, ao qual pertence até aos nossos dias.
O topónimo Corujas provém do substantivo corujeira, que significa, segundo o Abade de Baçal, "pardieiro, povoação vil, sítio penhasco, local próprio para criar corujas.
Referências