Coruja-orelhuda

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCoruja-orelhuda
Coruja-orelhuda no Zoológico de Sorocaba
Coruja-orelhuda no Zoológico de Sorocaba
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Domínio: Deuterostomia
Super-reino: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Superclasse: Tetrapoda
Classe: Aves
Ordem: Strigiformes
Subordem: Strigi
Família: Strigidae
Subfamília: Asioninae
Género: Asio
Espécie: A. clamator
Nome binomial
Asio clamator
(Vieillot, 1808)
Distribuição geográfica
Distribuição geográfica da Coruja orelhuda
Distribuição geográfica da Coruja orelhuda
Subespécies
  • A. c. clamator
  • A. c. forbesi
  • A. c. midas
  • A. c. oberi
Sinónimos
  • Rhinoptynx clamator
  • Bubo clamator (Vieillot, 1807)
  • Pseudoscops clamator

Bufo-gritador[2] ou coruja-orelhuda[3] (Asio clamator) é uma coruja de hábitos noturnos da família dos estrigídeos,[4] com ampla distribuição na América Central e do Sul, com exceção das áreas florestais da Amazônia. Tais aves chegam a medir até 37 cm de comprimento, penacho da cabeça longo e proeminente e disco facial branco margeado de negro. Também são conhecidas pelos nomes de coruja-gato. Às vezes é confundida com o mocho orelhudo, que possui algumas características idênticas, mas ele é maior e mais pesado.

Características

Ave na região de SP

A coruja-orelhuda é uma espécie relativamente grande atingindo de 30 cm a 37 cm de comprimento, envergadura de 22,8 a 29,4 cm pesando entre 320-546g. Ocorre da Venezuela a Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e em todo o Brasil com exceção da floresta amazônica. Vive em bosques, borda de matas, áreas abertas com árvores, podendo ser encontrada também em áreas urbanas bastante arborizadas. É uma coruja estritamente noturna tornando-se ativa já no por-do-sol. Durante o dia fica camuflada nas arvores. Também é visto freqüentemente em arames à margem de estrada, postes etc. Tem as asas curtas e uma cauda longa, seus olhos são relativamente grandes, escuros e marrons, quase imóveis resultando num campo visual bem limitado sendo compensada pela capacidade que possuem de girar a cabeça a mais de 270º Além da poderosa visão, assim como nas outras corujas, essa espécie possui um disco facial branco fortemente definido bem destacado que desempenha importante papel de refletor sonoro, que amplia o volume do som facilitando a localização da presa.

Esta coruja tem "orelhas" bem destacadas, que na verdade são penachos bem desenvolvidos localizados acima de suas orelhas, possuindo tarsos poderosos para seu tamanho. Emite vocalizações bastante variadas, geralmente sequência prolongada de "áut-áut-áut".

Taxonomia

Há quatro subespécies reconhecidas da coruja-orelhuda da qual uma única é achada na América Central e as outras três na América do Sul. A. c. forbesi é a subespécie de coruja-orelhuda encontrada na América Central, e é encontrada do sul do México até o Panamá. As outras três subespécies, A. c. clamator, A. c. oberti e A. c. midas são todos encontradas na América do Sul e nas ilhas adjacentes (Trinidad e Tobago).

Caça e alimento

Sua caça é crepuscular. Alimentam-se de aves, grandes insetos, lagartos, pássaros, répteis, pequenos mamíferos como roedores e morcegos (inclusive morcegos-vampiros Desmodus rotundus) pequenos vertebrados e cobras. Os mamíferos e os pássaros pequenos são a sua alimentação principal. Sua caça mamífera inclui ratos, ratos do arroz, e gambás. As de pássaro incluem pombas, pardais domésticos. Sua técnica da caça foi descrita como um voo baixo sobre a paisagem aberta caçando geralmente a partir de um poleiro observando a presa e se atirando a ela em seguida, com mergulhos abruptos sobre esta.

Reprodução

A estação de acasalamento começa em dezembro (já em agosto na América do Sul) e estende por março. A coruja-orelhuda geralmente tem ninhos no chão em uma aglomeração gramínea aplainada a nenhuma grande altura. Ocasionalmente terá ninhos em uma árvore. Põe de dois a quatro ovos, a fêmea permanece no ninho chocando por aproximadamente 33 dias. Geralmente somente um filhote sobrevive, embora já fossem observados dois também. Entre as ameaças dessa espécie, consiste em caça predatória e atropelamentos na estrada. A coruja-orelhuda tem como predadores outras aves de rapina maiores.

Inimigos

O mês de julho costuma ser problemático para as corujas-orelhudas, devido ao hábito das pessoas empinarem pipas neste período. É comum o recebimento de animais desta espécie com linhas de pipa enroladas no corpo, podendo causar restrição de movimentos do animal ou, caso a linha possua "cerol", invalidez permanente ou morte.

Referências

  1. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IUCN
  2. «Strigidae». Aves do Mundo. 26 de dezembro de 2021. Consultado em 5 de abril de 2024 
  3. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  4. «Asio clamator». INaturalist (em inglês). Consultado em 23 de novembro de 2019 
  • Arquivos da Divisão de Fauna
  • Sick, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Editora Nova

Fronteira. Rio de Janeiro, 912 p.

Encontra-se: Cerrados, caatingas, florestas e áreas urbanas arborizadas.

Ver também