O nome Cornanzém (em grego: Χορνανζημ, Chornanzēm; em persa médio: W-hwlncym e em parta: hwr‘nzmyE, Xwar(r)ānzēm) está associado ao nome de Farranzém (Փառանձեմ, P’aṙanjem), a rainha consorte de Ársaces II(r. 350–368).[1] Por conseguinte, esses nomes podem ter uma raiz comum no iraniano antigo*huarnah-~farnah-, "felicidade brilha".[2] Hračʻya Ačaṙyan propôs que é possível que exista alguma ligação etimológica entre Farranzém e o nome Faranguis (فَرَنگیس),[3] que foi registrado em avéstico como Vispã-fria (Vīspān-fryā) e em árabe como Vasfafaride (Vasfāfarīd) e Vasfafará (Vasfafarah).[4]
Vida
As origens de Cornanzém são desconhecidas. A julgar por seu nome, pensa-se que fosse armênia ou ibera. Aparece na inscrição trilíngue Feitos do Divino Sapor do xáSapor I entre os membros da casa reinante do Império Sassânida e é classificada com o título de "rainha imperial" (štry MLKTA [šahr bāmbišn] em persa; hštr MLKTE [šahr bāmbišn] em parta; ethnus basilísses em grego). De acordo com a mesma inscrição, era mãe de Gorazducte.[2]
Só a partir da inscrição não é possível determinar sua relação com a casa reinante e os autores dividem opiniões. Alguns sugerem-na como esposa de Artaxer I(r. 224–242), tendo talvez recebido seu título para fazer jus ao império que Artaxer estava construindo com suas guerras. Outros julgam que era esposa de Sapor e mãe do príncipe-herdeiro Hormisda I(r. 270–271), talvez recebendo do marido esse título por sua posição como progenitora do herdeiro. Alguns pensam que pode ser associado a Curdezade, filha de Mitraces, que Hâmeza de Ispaã alegou ter sido esposa de Sapor.[2]
Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Փառանձեմ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachussetes: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
Khaleghi-Motlagh, Djalal (1999). «Farangīs». Enciclopédia Irânica. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia