A Copa do Mundo de Rugby League de 2013 foi a décima quarta edição do torneio. Ocorreu cinco anos depois da anterior.[1] França, Inglaterra, Irlanda e País de Gales foram as sedes.[1][2] A Austrália, que tradicionalmente é a seleção de rugby league mais forte do mundo,[3] foi campeã pela décima vez.[4]
Buscando um meio-termo entre as duas edições anteriores (a de 2000 teve dezesseis participantes, mas com prejuízos; a de 2008 teve dez, sendo considerada uma evolução), a edição de 2013 conta com quatorze seleções competidoras, reunindo com as mesmas de 2008 (Austrália, Escócia, Fiji, França, Inglaterra, Irlanda, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Samoa e Tonga) às das Ilhas Cook, País de Gales e de duas estreantes, as dos Estados Unidos e Itália.[1][5]
A edição foi considerada pela imprensa especializada a melhor [6] e mais disputada da história da competição, com jogos emocionantes entre as seleções menores e com algumas tradicionais decepcionando,[7] bem como jogos épicos também entre as três grandes candidatas ao título (Austrália, Inglaterra e Nova Zelândia). Também ocorreu aquela que foi considerada a partida de rugby league mais importante em solo irlandês na história,[2][8] entre a seleção local e a Austrália, com os irlandeses chegando a ter chances matemáticas de classificação,[2] embora o esperado, com a Irlanda sendo trucidada pelos australianos, tenha ocorrido.[8]
Na final, a Austrália voltou a ratificar sua supremacia neste esporte,[4] premiando uma geração brilhante ainda sem títulos no torneio,[6] em vitória indiscutível por 34-2 onde soube anular os grandes astros da rival Nova Zelândia, especialmente Sonny Bill Williams,[4] eleito dias antes o melhor jogador do mundo no rugby league [9] e que poderia vir a ser o primeiro jogador campeão nas Copas do Mundo dos dois códigos de rugby (havia vencido a Copa do Mundo de Rugby Union de 2011).[10]
Desempenhos
Boas surpresas
Os Estados Unidos, estreantes na competição, eram considerados uma incógnita.[11] Foram eliminados nas quartas-de-final pela poderosa Austrália, após os EUA conseguirem campanha considerada como mais longe do que se esperava deles [12] e valente,[13] incluindo vitória sobre o anfitrião País de Gales,[7] considerado o favorito do grupo.[11] Os Tomahawks chegaram a jogar apenas para cumprir tabela, já classificados antecipadamente.[2]
Ainda que eliminada nas quartas-de-final pela Nova Zelândia sem dar-lhe trabalho,[12] a Escócia, em um grupo onde só o líder avançava, não era considerada favorita para avançar da primeira fase, e sim Tonga.[11] Mas conseguiu, venceu a própria Tonga [14] e chegou invicta às quartas, em trajetória positivamente inesperada.[13]
Fiji novamente classificou-se às semifinais, eliminando a rival Samoa nas quartas-de-final,[12] em raro jogo de equilíbrio entre os adversários após a fase inicial.[13] Foi considerado o intruso das semifinais,[15] mas demonstrou qualidade desde a sua primeira partida [16] e chegou a dar trabalho à anfitriã e poderosa Inglaterra.[8] Samoa, por sua vez, já havia surpreendido ao ficar na segunda colocação de seu grupo, vencendo a favorita França em território francês.[17] Também deu trabalho à poderosa Nova Zelândia,[18] em partida considerada como espetáculo.[19]
A Itália, inicialmente sem favoritismo,[11] foi de surpresa à decepção: estreante, realizou partidas inspiradoras, fazendo com que a perda de sua vaga na segunda fase já não fosse esperada e acabasse considerada decepcionante. A histórica classificação [17] parecia muito próxima [2] e vinha sendo alimentada por grande vitória sobre o anfitrião País de Gales [20] e por eletrizante empate cheio de reviravoltas contra a Escócia,[7] mas não ocorreu após a derrota para Tonga.[17]
As três grandes candidatas ao título também realizaram jogos épicos entre si. A anfitriã Inglaterra, na estreia, esteve perto de vencer a Austrália pela primeira vez desde 2006.[20] Sua semifinal contra a Nova Zelândia foi perdida nos segundos finais, em jogo com viradas no placar, alternância de domínio para ambos e que no fim parecia que colocaria os ingleses novamente na sua primeira decisão desde a Copa de 1995.[21]
Decepções
A França, mesmo avançando às quartas, demonstrou declínio em relação ao passado, ainda que esteja numa fase de retomada de seus melhores momentos.[12] Distante dos anos dourados no rugby league, foi completamente dominada pela Nova Zelândia [22] e pela Inglaterra,[12] além da derrota em território nacional para Samoa.[17] Sua única vitória foi sobre a Papua-Nova Guiné, que perdeu mais por incompetência própria do que por méritos franceses [19] e que também teria campanha decepcionante.[23]
O anfitrião País de Gales, que tinha o favoritismo no seu grupo,[11] não demonstrou força próxima a que tinha no passado no rugby league, sendo eliminado prematuramente já na segunda partida [7] e perdendo todas, mesmo jogando-as em casa, em campanha terrível.[17]
Outra decepção foi a Papua-Nova Guiné, país mais fanático pelo rugby league e praticamente eliminado logo após o segundo jogo. No primeiro, deixou uma vitória certa contra a França escapar. No segundo, foi atropelado desde o início por Samoa.[24] Por fim, foi massacrado pela Nova Zelândia.[23]
Resultados
Grupo A
Seleção |
Jogos |
Vitórias |
Empates |
Derrotas |
Pontos Pró |
Pontos Contra |
Saldo |
Pontos
|
Austrália
|
3 |
3 |
0 |
0 |
112 |
22 |
+90 |
6
|
Inglaterra
|
3 |
2 |
0 |
1 |
96 |
40 |
+56 |
4
|
Fiji
|
3 |
1 |
0 |
2 |
46 |
82 |
–36 |
2
|
Irlanda
|
3 |
0 |
0 |
3 |
14 |
124 |
–110 |
0
|
Grupo B
Seleção |
Jogos |
Vitórias |
Empates |
Derrotas |
Pontos Pró |
Pontos Contra |
Saldo |
Pontos
|
Nova Zelândia
|
3 |
3 |
0 |
0 |
146 |
34 |
+112 |
6
|
Samoa
|
3 |
2 |
0 |
1 |
84 |
52 |
+32 |
4
|
França
|
3 |
1 |
0 |
2 |
15 |
78 |
–63 |
2
|
Papua-Nova Guiné
|
3 |
0 |
0 |
3 |
22 |
103 |
–81 |
0
|
Grupo C
Seleção |
Jogos |
Vitórias |
Empates |
Derrotas |
Pontos Pró |
Pontos Contra |
Saldo |
Pontos
|
Escócia
|
3 |
2 |
1 |
0 |
78 |
62 |
+16 |
5
|
Tonga
|
3 |
2 |
0 |
1 |
62 |
42 |
+20 |
4
|
Itália
|
3 |
1 |
1 |
1 |
62 |
62 |
0 |
3
|
Group D
Jogos intergrupos C e D
Quartas-de-final
Semifinais
Final
Referências
- ↑ a b c RAMALHO, Victor (25 de outubro de 2013). «Vai começar a Copa do Mundo de Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 29 de outubro de 2013 [ligação inativa]
- ↑ a b c d e RAMALHO, Victor (6 de novembro de 2013). «Mundial de League terá classificados às quartas-de-final». Portal do Rugby. Consultado em 7 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (6 de dezembro de 2010). «Rugby League e sua Copa do Mundo». Portal do Rugby. Consultado em 30 de novembro de 2013. Arquivado do original em 1 de novembro de 2013
- ↑ a b c RAMALHO, Victor (30 de novembro de 2013). «Austrália é decacampeã mundial de Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 30 de novembro de 2013 [ligação inativa]
- ↑ RAMALHO, Victor (11 de outubro de 2011). «Outra Copa do Mundo de Rugby». Portal do Rugby. Consultado em 29 de outubro de 2013 [ligação inativa]
- ↑ a b RAMALHO, Victor (28 de novembro de 2013). «Sábado tem a final do Mundial de Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 29 de novembro de 2013
- ↑ a b c d RAMALHO, Victor (3 de novembro de 2013). «Gales deu adeus ao Mundial de League». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ a b c RAMALHO, Victor (9 de novembro de 2013). «Inglaterra e Austrália encerram com vitórias a 1ª fase do Mundial de League». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (27 de novembro de 2013). «Sonny Bill Williams é eleito o melhor do mundo no Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 30 de novembro de 2013
- ↑ BRANDÃO, Caio (28 de novembro de 2013). «Sonny Bill pode fazer história nos dois rugbys». Portal do Rugby. Consultado em 30 de novembro de 2013. Arquivado do original em 8 de dezembro de 2013
- ↑ a b c d e RAMALHO, Victor (23 de outubro de 2013). «Dia 26 tem a Copa do Mundo de Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 25 de novembro de 2013. Arquivado do original em 31 de outubro de 2013
- ↑ a b c d e RAMALHO, Victor (17 de novembro de 2013). «Mundial de League conhece semifinalistas». Portal do Rugby. Consultado em 25 de novembro de 2013
- ↑ a b c RAMALHO, Victor (13 de novembro de 2013). «É tempo de quartas-de-final no Mundial de League!». Portal do Rugby. Consultado em 25 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (30 de outubro de 2013). «Escócia e Estados Unidos vencem na Copa do Mundo de Rugby League - ATUALIZADO». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (22 de novembro de 2013). «Amanhã é dia de semifinais do Mundial de League!». Portal do Rugby. Consultado em 25 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (29 de outubro de 2013). «Fiji triunfa na Copa do Mundo de Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ a b c d e RAMALHO, Victor (12 de novembro de 2013). «Mundial de League define classificados ao mata-mata». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (31 de outubro de 2013). «Segunda rodada da Copa do Mundo de Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ a b RAMALHO, Victor (27 de outubro de 2013). «França e Nova Zelândia vencem no Mundial de League». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ a b RAMALHO, Victor (26 de outubro de 2013). «Austrália abre Mundial de League com vitória». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (23 de novembro de 2013). «Kangaroos e Kiwis farão a final do Mundial de League». Portal do Rugby. Consultado em 25 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (1 de novembro de 2013). «Kiwis atropelam França em Avignon pelo Mundial de League». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ a b RAMALHO, Victor (8 de novembro de 2013). «Mundial de League: grandes vitórias para Kiwis e Bravehearts». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013
- ↑ RAMALHO, Victor (5 de novembro de 2013). «Tonga e Samoa triunfam na Copa do Mundo de Rugby League». Portal do Rugby. Consultado em 12 de novembro de 2013