O título de Conde da Trindade foi criado por decreto do rei D. Luís I de Portugal, datado de 22 de Dezembro de 1881, a favor de José António de Sousa Basto, único titular.[1]
Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Cavaleiro da Torre e Espada.
Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica.
Comendador da Ordem de Carlos III.
Grande Oficial de Numero da Coroa de Itália e oficial da Ordem da Rosa.
Em 4 de Outubro de 1864, o Papa Pio IX (à frente dos destinos da Igreja Católica de 1846 a 1878) incumbia a infanta D. Isabel Maria de entregar ao ainda Visconde da Trindade as insígnias de comendador da Ordem Romana de São Gregório Magno, com que o tinha agraciado.
Vereador e, depois, presidente da Câmara Municipal do Porto de 1854 a 1855.
Notas
Em 1823 partiu para o Brasil onde se dedicou à vida mercantil, tendo criado com outros sócios a firma "Amorim & C.ª", que duraria até 1846, e com a qual obteve rápida e crescente prosperidade. Regressa a Portugal, aportando em Lisboa, a 16 de Julho de 1850. Vinte e sete anos de trabalho persistente e honesto permitiram-lhe amealhar considerável fortuna. No mês seguinte fixou residência no Porto, comprando na Praça Carlos Alberto o palacete dos Viscondes de Balsemão, que tinham transferido residência para Lisboa. No mesmo palacete, tinha em 1849 ficado alojado o rei abdicatório Carlos Alberto da Sardenha que daria o nome à mesma praça. O edifício, datado do século XVIII, ostentava na frente grandes e belos jardins, nos quais, mais tarde, seria edificado o Teatro Carlos Alberto. Não se esquivara a despesas para o aformosear pela parte externa, fazendo-o encimar pela balaustrada e pelo brasão das suas armas, como ainda hoje se poderá ver e admirar. Interiormente, reconstruiu-o com grandeza e decorou as salas com magnificência.
Generoso no auxílio a organismos de beneficência, tanto de Lisboa como do Porto. Fez parte de vários corpos administrativos. Mas seria a Ordem da Trindade a instituição a que ele, de longe, mais se afeiçoaria e à qual mais atenções e auxílios dispensaria até ao fim da vida. Ainda emigrante no Brasil, já se afirmara como benfeitor generoso da instituição, que o elegera, por unanimidade - e por anos consecutivos - prior efectivo. E isto devido à sua iniciativa em prol do hospital da Trindade[6].
Está sepultado no jazigo que mandou erguer no cemitério de Agramonte, talhão da Ordem da Trindade, jazigo n.º 1.
Escudo pleno com as Armas dos Sousa - do Prado, que são esquarteladas, no primeiro quartel em campo de prata as cinco quinas de Portugal, no segundo também em campo de prata um Leão sanguinho, e assim os contrários. Sobre o Escudo a Coroa de Visconde. Timbre o Leão das Armas. E por diferença uma brica azul com um bezante de ouro.[7].
Genealogia
1. José António de Sousa Basto, 1.º Conde e 1.ºVisconde da Trindade, nasceu a 19 de Março de 1805, na freguesia de São Miguel de Refojos de Basto, Cabeceiras de Basto, Braga, onde foi baptizado a 20 de Março de 1805, faleceu na freguesia da Vitória, Porto, a 21 de Maio de 1890, filho de Joaquim José de Oliveira e Sousa, que nasceu a 18 de Dezembro de 1763, na freguesia de São Pedro de Alvite, Cabeceiras de Basto, Braga, onde foi baptizado a 20 do mesmo mês e ano, proprietário, e de sua mulher Teresa Maria Basto, nascida a 4 de Julho de 1765, na dita freguesia de São Miguel de Refojos de Basto, onde foi baptizada a 7 do mesmo mês e ano. Casou duas vezes; a 1ª vez, a 7 de Dezembro de 1834, com D. Escolástica Rosa de Amorim, que nasceu em Nossa Senhora da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, a 14 de Junho de 1819, e foi baptizada, em perigo de vida, a 15 de Agosto de 1819, no oratório das casas de Chácara, de seu avô materno o Tenente-Coronel Julião José de Oliveira, faleceu a 19 de Junho de 1839; a 2ª vez; em Cúria, Rio de Janeiro, Brasil, a 26 de Fevereiro de 1838[8], com sua cunhada, D. Josefa Rosa de Amorim, que nasceu em Nossa Senhora da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, a 29 de Novembro de 1821, e foi baptizada a 19 de Fevereiro de 1822, Dama da Ordem de Maria Luiza de Espanha, faleceu a 7 de Junho de 1895, ambas filhas de António Ferreira de Amorim, Cavaleiro da Ordem de Cristo, no Brasil, e de sua mulher D. Balbina Rosa de Oliveira, netas paternas de Luís António Ferreira de Amorim e de sua mulher Josefa Delfina Pacheco, netas maternas de Julião José de Oliveira e de sua mulher Escolástica Rosa de Castilho.[3][4][5] Teve dos dois casamentos sete filhos:
Filhos do 1º casamento:
2. José, nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, a 27 de Novembro de 1835, foi baptizado a 20 de Janeiro de 1836, no oratório da Chácara do Coqueiro do Coronel Julião José de Oliveira, foram padrinhos, o dito Coronel Julião José de Oliveira e Dona Balbina Rosa de Amorim, morreu ainda criança.[9]
2. Balbina, nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, a 20 de Abril de 1838, foi baptizada a 14 de Junho de 1838, em perigo de vida, foram padrinhos António Ferreira de Amorim e D. Balbina Rosa de Oliveira Amorim, que passou procuração a D. Rosa Maria do Amaral, faleceu a 16 de Abril de 1839, está sepultada no jazigo de família no cemitério de Agramonte, Porto.[10]
Filhos do 2º casamento:
2. D. Josefina Henriqueta de Sousa Basto, que pelo seu casamento foi 3.ª Baronesa do Valado, nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, a 18 de Abril de 1842. Na sua descendência encontra-se a representação genealógica destes títulos: Conde da Trindade, Visconde da Trindade e Barão do Valado.[4][5]
2. José António de Sousa Basto Júnior, 2.ºVisconde da Trindade, nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, a 5 de Julho de 1843, Guarda-Roupa Honorário, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Cavaleiro das Ordens de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, e de Carlos III de Espanha. Casou no Rio de Janeiro, Brasil, com a actriz, Mariana Rochedo. Sem geração.[4][5][11]
2. António José de Sousa Basto, nasceu na freguesia da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, a 6 de Abril de 1845, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, etc., faleceu na freguesia da Vitória, Porto a 6 de Maio de 1877. Casou na freguesia da Vitória, Porto, a 31 de Julho de 1867 com D. Maria Emília Cabral, que nasceu em Barcelos, a 18 de Dezembro de 1838, filha de José de Sena Cabral Almeida Carvalhais e de sua mulher D. Cândida Maria Amália. Sem geração.[4][5][11]
2. D. Adelaide Henriqueta de Sousa Basto, que pelo seu casamento foi 2.ª Viscondessa de Lagoaça, nasceu a 5 de Março de 1848, na freguesia de Nossa Senhora da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, onde foi baptizada a 4 de Fevereiro de 1849, e faleceu a 4 de Abril de 1922. Casou na freguesia da Vitória, Porto, a 20 de Junho de 1870, com Júlio César de Castro Pereira, 2.º Visconde de Lagoaça, que nasceu a 27 de Março de 1836, na freguesia da Vitória, Porto, onde foi baptizado, a 4 de Maio de 1936, Bacharel formado em Direito, Comendador da Ordem de Cristo, etc., e faleceu a 13 de Março de 1899, filho de José António de Castro Pereira e de sua mulher D. Antónia Margarida Antunes Navarro. Com geração.[4][12]
2. D. Elvira Henriqueta de Sousa Basto, que pelo seu casamento foi 1.ª Viscondessa de Moreira de Rei, nasceu na freguesia da Vitória, Porto, a 6 de Julho de 1852, faleceu no Porto, a 19 de Abril de 1881, ficando sepultada no jazigo dos Condes da Trindade, em Agramonte no Porto. Casou na freguesia da Vitória, Porto, a 14 de Abril de 1867, com António Augusto Ferreira de Mello, 1. Visconde de Moreira de Rei, nasceu em São Martinho de Moreira de Rei, Braga, a 19 de Julho de 1838, proprietário, Bacharel formado em Leis (U. Coimbra), Académico Professor da Academia Matritense de Jurisprudência e Legislação, Advogado perante o Tribunal do Conselho de Estado e Tribunais Civis e Criminais de Lisboa, Deputado da Nação em várias Legislaturas, Par do Reino, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Comendador da Ordem de Carlos III de Espanha, etc., e faleceu a 9 de Outubro de 1891, filho de Joaquim Ferreira de Mello, do Conselho de Sua Majestade, Fidalgo da Casa Real, Senhor da Casa Foral de Moreira de Rei em Fafe, e de sua mulher D. Florinda Rosa de Carvalho e Mello. Com geração.[4][13]
↑ abcNobreza de Portugal e Brasil - vol.3 - pg.453
↑Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal - Tomo. II, pag. 699.
↑ abNobreza de Portugal e Brasil, vol. 3, pág. 453
↑ abcdefgResenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal, Tomo II, pág. 699
↑ abcdeAnuário da Nobreza de Portugal – 1985 – Tomo I, pág. 808
↑Escrevera o padre Francisco José Patrício - "Pela Ordem da Trindade do Porto ele fez tudo quanto a caridade pode inspirar de grande a um homem de elevada posição social e quanto a crença religiosa pode sugerir de generoso a uma alma bem formada".
↑Alvará de 21.8.1853 – Arquivo Heráldico Genealógico, fls. 364, n.º 1443 e Reg.º dos Brasões de Armas do Cartório da Nobreza Fidalguia, L.º VIII, fls. 367v.º, 368, 368v.º e 369.
↑A data do seu 2º casamento 26.02.1838, tirada das fontes RFTGP - Tomo. II, pag. 699, e ANP - 1985 - Tomo I, pag. 808, provavelmente está errada.
↑BGL, Reg.º Paroquial, Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, Rolo 1251781, L.º 11, baptismos, fls. 330.
↑BGL, Reg.º Paroquial, Candelária, Rio de Janeiro, Brasil, Rolo 1251781, L.º 11, baptismos, fls. 365.
↑ abNobreza de Portugal e Brasil, vol. 3, pág. 454